O começo do fim.

Începe de la început
                                    

Uma das aeromoças havia acabado de abrir a passagem e eu segui minha caminhada de forma ágil, ignorando até mesmo o "Tenha uma boa tarde, senhorita." da aeromoça de sorriso forçado e cabelo tingindo com uma coloração amarelo ovo terrível. Não havia mais aeromoças com classe, impressionante...

Eu caminhei pelo aeroporto, fazendo todas as coisas típicas de quem acabava de fazer uma viagem internacional e depois de alguns minutos, eu já estava com minhas duas malas médias e minha maleta, me dirigindo para pegar um táxi ao lado de fora do aeroporto.

Calor.

Muito Calor.

Assim que eu coloquei meus pés para fora do saguão, eu senti um bafo de vento quente atingir meu corpo em cheio, junto com uma enxurrada de barulhos. Eram pessoas falando alto e buzinas de carros, tudo muito misturado... Aquela pequena cidade da ilha me parecia mais agitada e confusa do que eu imaginava.

Eu acabei decidindo retirar meu casaco grosso, ficando apenas com minha calça de brim bege e minha blusa social branca, antes de fazer sinal para um taxista que havia acabado de estacionar a poucos passos de mim.

-Buenas tardes, señorita! - O homem, com uma camisa velha e calça jeans, falou aproximando seu corpo gorducho, com um sorriso e ostentando um bigode mal feito. Por Deus, quem usa bigodes ainda?

Eu não entendia nada de espanhol, então retirei rapidamente um pequeno caderno de anotações da minha maleta, onde havia anotado o endereço do hotel e que minha melhor amiga aparentemente havia reservado para mim.

Hum... Alcaufar Vell, por favor. - Eu tentei falar soltando um espanhol terrível e ele franziu a testa, se aproximando mais para olhar o que estava escrito no papel.

-Ah Bueno! Alcaufar Vell, sí! - Ele disse abrindo um sorriso antes de pegar minhas malas e acenar para que eu entrasse no carro.

Bom, parecia que ele tinha entendido. Ótimo... Eu entrei no carro Volkswagen antigo e depois de ele colocar minhas malas no porta-malas, ele foi para o assento do motorista, deu partida no carro e começou a dirigir.

Ele dirigia enquanto falava um espanhol animado, que por sinal eu não entendia absolutamente nada e apenas me contentei a esboçar um sorriso amarelo, enquanto observava as ruas pela janela do carro. Tudo parecia bem movimentado nas ruas, mas ao mesmo tempo, as coisas pareciam que tinham ficado no século passado... Quer dizer, conforme o carro passava pela cidade, eu observava as ruas de pedra, as casas simples, aquelas típicas de vilas, todas praticamente brancas e com roupas penduradas em suas janelas, pequenos comércios e tudo muito bem arborizado e limpo. Parecia que quanto mais me afastava do aeroporto, mais pacata e simples aquela cidade ficava.

Em pouco mais de vinte minutos, escutando o motorista tagarelar, ele estacionou o carro em frente a uma praia e fez sinal para que eu saísse do carro. Eu dei de ombros, escorregando meu corpo pelo banco de couro velho e abrindo a porta do carro, enquanto ele fazia a mesma coisa e caminhava até o porta-malas.

Depois de já estar com minhas malas ao meu lado, na calçada, em frente à praia, eu olhava ao redor tentando achar o hotel em que eu estava hospedada, mas não encontrava sequer uma placa indicando o lugar. Tudo o que eu enxergava eram casas privadas e pequenos comércios, além de obviamente a praia praticamente vazia...

Deus, como aquele lugar estava quente, o sol parecia que ficava mais forte a cada minuto... Eu decidi arregaçar as mangas da minha camisa social até os cotovelos, em uma tentativa de aliviar um pouco o calor, mas parecia que não estava adiantando muita coisa... Eu ainda estava sentindo meu corpo quente.

O homem se virou para mim sorridente e eu me toquei que ele certamente estava esperando pelo seu pagamento. Eu peguei minha carteira no bolso de trás da minha calça e ele fez um sinal com os dez dedos das mãos apontados para mim... 10 euros, até que estava barato...

Mi Ojos Verdes - Camren -Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum