Caminhos Entrelaçados

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Mialee e seus companheiros fugiram floresta adentro em busca de refúgio. Barthus estava muito ferido, um único contato com a magia de Ankou levou Barthus a beira da morte, mas um homem que sobreviveu ao inferno não se deixaria cair tão facilmente.

Regnum corria com todas as suas forças, levando Barthus em seu ombro, até que chegaram a Sambassê, a floresta habitada pelas Vidcre, no coração da densa floresta do sul. Eles estavam exaustos e Barthus lutava entre a vida e a morte.

-RIVERSONG! –Chamou Mialee, enquanto se dirigiam a choupana da matriarca.

Drusila olhou pela porta e acenou para que entrassem, com ela estava Wiccar, o fauno.

-Tragam-no para a maca, Wiccar me avisou do ocorrido, eu preparei tudo para o socorro, deitem-no aqui. – Dizia Drusila enquanto pegava alguns medicamentos, ervas e bandagens.

Drusila jogou um liquido, de cor levemente azulada, dentro da ferida no braço de Barthus que mesmo inconsciente contorceu-se com a dor. Ela então passou algumas ervas socadas ao longo da ferida e, em seguida, parou uma das mãos sobre ela, sua mão brilhou numa fraca luz branca enquanto ela tentava acelerar a regeneração com uma magia de cura. Por fim ela enfaixou seu braço.

-Ele viverá? – Perguntou Galien, com voz tremula.

-Cale-se, garoto, e deixe que a matriarca trabalhe com concentração. – Disse Genghis, tomando-lhe pelo colarinho.

-Genghis, não haja como o estúpido que é! – Regnum segurou o braço de Genghis com a mão direita e com a esquerda afastou Galien – A situação está muito além de seus caprichos. – Disse Regnum, com tom autoritário.

Genghis olhou-o nos olhos e então puxou seu braço com violência para tira-lo da mão de Regnum.

Drusila conjurava sua magia sobre o corpo de Barthus para devolver sua força vital, eram muitas feridas, Drusila não tinha certeza se conseguiria. Wiccar se aproximou e pôs sua mão direita sobre a testa de Barthus, e murmurou.

-A morte o ronda meu amigo... Mas ela não irá leva-lo hoje...

Enquanto murmurava, a mão de Wiccar emanou uma intensa luz, a mesma luz vista no campo de batalha, o brilho cegava todos e podia ser visto por toda Sambassê. Entre os feixes de luz várias sombras saiam, elas deixavam o corpo de Barthus, saindo por sua boca, nariz e olhos.

As sombras tinham aparência humanoide, como se fossem almas humanas consumidas pelo terror do limbo. A grande luz diminuía conforme as sombras deixavam o corpo de Barthus. Quando todo o mal havia deixado seu corpo a luz se apagou e Wiccar caiu ajoelhado e então perdeu a consciência.

-Então este é o poder de um fauno... Eu vivi em todas as eras, mas jamais presenciei a ação de um fauno. Como diziam as lendas são mesmo criaturas além da compreensão, os seres carnais mais próximos dos deuses... – Disse Drusila, enquanto observava o fauno caído ao chão.

Regnum tocou o pescoço de Barthus e disse.

-É incrível! A pulsação do Capitão Surata está muito próxima do normal, levará apenas algumas semanas pra que ele esteja pronto para um novo combate... – Dizia Regnum, esboçando um sorriso largo – Galien, ajude o Fauno, ele salvou a vida do nosso Capitão, Genghis, faça o que sabe fazer melhor, investigue a região, mate qualquer tropa inimiga que avistar, não podemos descartar a hipótese de termos sido seguidos. – Regnum demonstrara ter recuperado a determinação.

-Riversong, senhor Regnum, o que devemos fazer agora? – Indagou Mialee – Kuraister foi destruída... Perdemos nossos aliados, somos apenas algumas dezenas agora. Não podemos permitir que o Império avance ainda mais. – Disse Mialee, esboçando um misto de preocupação e tristeza. Mesmo diante da boa notícia, Mialee não conseguia sentir-se bem, ela não parava de pensar naquelas crianças que vira brincando entre os pavilhões e barracas e que, agora, poderiam estar mortas.

O Reino de Kayser - A Brigada do DragãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora