Roda da Vida

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  - Como será que vai ser daqui a cinco anos? Ou menos, tipo... depoisque a faculdade acabar? – Maria perguntou à amiga, que fez uma careta ebalançou negativamente a cabeça. 

- Não, não, nem quero pensar nisso! – disse, taxativa. Maria suspirou. 

- É, eu também não. – ela riu, num pequeno momento de epifania –Sabe, antigamente eu ficava pensando nisso o tempo todo, e isso me deprimia.Agora já não parece mais tão importante.

 - Ahh, não tá nem aí pra mim, né? 

As duas riram. 

- Não é isso! – Maria exclamou, o riso aos poucos morrendo – É que...ah, sei lá. Eu percebi que se afastar das pessoas é natural. É... a vida. A minhaturma de amigos de hoje não é a mesma de quando eu estava no colégio. Seilá se vai ser a mesma quando eu estiver fora daqui. 

- Isso lá é verdade. – a amiga concordou, dando de ombros – Dá umadorzinha pensar nisso, né? A gente vai se afastando dos nossos amigos e nempercebe. E quando vê já são quase estranhos pra gente.- Eu costumava ficar triste com isso, mas acho que não tem nada que agente pode fazer. 

- Será?

 - Acho que não mesmo. Quando eu paro pra pensar nas pessoas queeram meus amigos e em quem eles são hoje, eu percebo que por mais que eusinta muita, muita falta do que a gente viveu juntos, não tinha jeito de continuarsendo a mesma coisa. Eu mudei muito, eles mudaram pra caramba também.Afastar foi consequência. 

- Mas os amigos de verdade ficam pra sempre, né? 

Maria sorriu pra si mesma.

 - É, ficam sim. 

Mas se na memória ou se na vida, só o tempo poderia dizer.  


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