2. Invisível

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Tauriel abriu os olhos e sentou-se, piscando bobamente por causa da claridade que entrava pela janela ao lado da cama. Olhou ao redor e viu que Thranduil não estava com ela.

Tauriel levantou-se, a pele pálida refulgindo à luz do sol, e caminhou nua pelo quarto. Sorriu ao lembrar-se da noite anterior, enquanto procurava algo para vestir. Encontrou o vestido jogado ao pé da cama, juntamente com o que Thranduil usara na noite anterior. Pegou-o e inalou seu cheiro por um longo momento.

Percebendo que já estava atrasada, envergou o vestido e correu para seu quarto. Sorte que não encontrou ninguém pelo caminho. Vestiu sua farda verde e vermelha e suas botas marrons surradas e foi quebrar o jejum com os outros de sua guarda. Andou apressadamente e quando virou esbarrou em Legolas, filho do Rei Thranduil.

Legolas era um elfo alto, de olhos azuis profundos e longos cabelos dourados. Encarou-a com avidez, mas ela percebeu que estava zangado ao cumprimentá-la.

- Bom dia, Tauriel. - seu tom era o mesmo de sempre, mas parecia que estava fazendo aquilo por obrigação.
- Bom dia, Legolas. Como está seu pai? - pretendera soar distraída e sem interesse, mas Legolas repentinamente ficou lívido.
- Apesar de não ser de seu interesse, capitã, ele está cuidando de assuntos reais. - e com isso retirou-se, apressado.

Tauriel continuou andando, imaginando se Legolas saberia ou não que passara a noite com Thranduil. Sentiu-se culpada, como se tivesse feito algo errado. Comeu tão rápido que quase não sentiu o gosto da comida na boca. Teria que ver o rei hoje e estava um pouco ansiosa. Deu ordens à sua guarda e dirigiu-se ao Salão do Rei Élfico.

Esperava encontrá-lo feliz e caloroso, mas quando falou com ela seu tom foi frio e indiferente. Ordenou que ela ficasse no fundo da sala, ouvindo. Pouco antes de o Rei ir embora, Legolas chegou sorrateiramente e sussurrou algo em seu ouvido. Ambos olharam Tauriel rapidamente, mas desviaram com a mesma velocidade. Legolas fez uma reverência e retirou-se, seguido por seu pai.

Tauriel ficou nervosa ao ver Thranduil vindo em sua direção, mas ele passou pelas portas sem nem sequer olhá-la de relance. Ficou parada, incrédula, no fundo do Salão, com os passos de Thranduil distanciando-se e se sentindo mais taciturna a cada segundo.


A ELFA DA FLORESTA - Contos da Terra Média (Livro 1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora