Capítulo 16 - Aventuras

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- Hum... Monique. Gostei do nome – Annalize interrompeu. Luke a encarou.

- Pode continuar, desculpe – disse ela.

- Uhnn... Não. Só continuo com uma condição. – disse ele decidido.

- Qual? – perguntou desconfiada.

- Que você faça o mesmo que eu. Fale sobre as suas aventuras – disse em desafio.

- Tudo bem – disse ela prontamente.

- Estou falando sério. Não pode voltar a trás com a palavra – enfatizou.

- Eu já disse que tudo bem, não tenho o que esconder – disse firme.

Ele desconfiou por ela responder tão rápido.

- Bom – continuou ele – conheci Monique com 10 anos no Colégio para meninos, ela era filha do diretor, por isso estava sempre por lá, a conhecia de vista. Só nos tornamos amigos quando tínhamos 14 anos e assim foi até os 15. Sempre nos esbarrávamos na biblioteca, lugar onde ela costumava ficar enquanto o pai trabalhava. Como era horário de aula, o lugar ficava vazio, exceto pelo bibliotecário e os alunos em advertência. Sim, eu era um deles. Tínhamos que fazer cópias e depois ter aulas de reforço pelas aulas que perdemos por irmos para o castigo.

- Você não foi fácil então – constatou ela sorrindo – e como era Monique?

- Ela era pequena, o cabelo castanho claro sempre em tranças e olhos verdes. Não lembro o que nos fez conversar pela primeira vez, mas a achei inteligente e simpática e o fato de ser a única menina que eu via por ali deve ter ajudado. Quando estávamos com 15 anos começamos uma espécie de namoro.

- Como uma espécie? – Perguntou Annalize.

- Não sei explicar, era algo infantil, ficávamos de mãos dadas, escondidos e fantasiávamos um futuro naquela biblioteca. Um beijo na bochecha era o ápice – disse Luke irônico – o fato é que meses depois ela foi embora. Seu pai foi transferido e nunca mais a vi.

- Poxa, que pena – lamentou ela.

- É... Não sei... – disse sem lamentação.

- E depois?

- Fiquei triste um tempo, senti falta de sua companhia, mas resolvi focar na aprendizagem, tirar proveito daquele lugar já que estava ali.

Annalize assentiu.

- Próxima! – disse ela colocando o copo vazio sobre a cômoda ao lado e se ajeitando novamente. Luke sorriu, aquilo estava sendo divertido.

- Depois eu conheci Sophie, no meu primeiro ano na Universidade, com 18 anos. Você não vai acreditar, mas ela trabalhava na biblioteca.

Annalize riu com a coincidência.

- Ela era assistente do bibliotecário, na verdade. Mas só a via tirando pó dos livros e levando chá para ele. Por ela posso dizer que senti algo mais forte. Eu era o mais gentil possível e a ajudava a arrumar a bagunça dos alunos às vezes. Ela tinha algo simples e caseiro, que me trazia a ideia de ter uma família. Era loira, olhos azuis, um pouco menor que eu e sempre haviam fios escorregando de seu coque.

Annalize lembrou-se mais uma vez de Luke ter crescido sem uma família por perto e sentiu um leve aperto no coração.

- Foi tudo muito rápido – continuou ele – naquele mesmo ano me comprometi a cortejá-la, conheci seus pais e lhe fazia visitas. Com ela dei meu primeiro beijo, foi um tempo especial.

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