Capítulo 11 - É Bom Evitar

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Lonan, Luke e Joana se entreolharam.

- Ela não sabe por que estamos aqui? - diz Lonan confuso - Achei que era a principal interessada.

Joana e Luke fizeram expressão de culpa.

- É claro que eu sei, para descobrir sobre o acônito, o que era esse endereço, diga a ele Joana - diz Annalize.

- Annalize... A culpa é minha, eu menti pra você, queria ter certeza primeiro antes de qualquer coisa. Eu sei o que é acônito e falei para Luke. Pedi para que não te contasse para termos certeza primeiro, para não haver reações antes do tempo e...

- O fato é que ainda não consegui mexer nas coisas do meu pai para procurar o acônito - diz Luke por cima da fala de Joana - mas verifiquei as do seu pai e não há nada lá, precisamos monitorar, ficar de olho...

Annalize desviava o olhar entre Luke e Joana os ouvindo um pouco atônita.

- Parem! - disse ela levantando as duas mãos - vocês falaram ao mesmo tempo, mas acho que consegui entender... Não me contaram ontem, ok. Viemos até aqui, sabemos que alguém comprou acônito e provavelmente foi tio Daguerre, seria muita coincidência ele ter aquele papel... Mas o que é acônito? - disse por fim.

Silêncio.

- Acônito é uma planta venenosa com flores azuis. Ela causa asfixia e leva à sufocação, depois de problemas respiratórios. É extremamente difícil de identificar, por isso muito usada em crimes anônimos. - disse Luke.

- Mas... - Annalize se interrompeu. Olhou para os dois em silêncio por um tempo. Começou a encaixar as informações em sua cabeça, começou a lembrar de algumas coisas. Fitou o chão por uns minutos e aumentou a velocidade de sua respiração.

- Annalize? - chamou Luke.

Ela virou o rosto para a casa de madeira a alguns passos atrás deles.

- Annalize? - chamou novamente.

Ela virou o corpo por completo e partiu em disparada para a casa, começou a correr com toda a força que tinha. Seus olhos se controlavam para não derramarem lágrimas que iam surgindo e o vento que batia em seu rosto não ajudava.

- Annalize! Espera! - gritou Joana.

Os três correram atrás dela logo depois que ela começou a correr. Mas Lonan foi o primeiro a alcançá-la quando ela estava quase em frente à casa de madeira.

- Para! - disse Lonan a segurando por trás. A virou para ele e a segurou firme nos pulsos.

- Me solta! - ela se debatia sem sucesso. Joana e Luke os alcançaram.

- O que pensa que está fazendo?! - perguntou Lonan.

- Ela precisa falar, ela vai falar... Isso não pode ficar assim, se meu tio tentou matar o meu pai o que mais ele pode fazer? Ele é louco! Meu pai não pode morrer! Meu Deus, eles estão em casa agora sozinhos com aquele louco! Aquele... - dizia Annalize desesperada olhando nos olhos de Lonan, sem interromper a fala para respirar.

- Annalize! - disse ele em tom firme fazendo-a se calar, ainda segurando seus pulsos - Acalme-se - diminui o tom de voz - ainda dá tempo de concertar as coisas, seu pai está vivo. Você precisa manter o controle se não pode piorar a situação. Precisamos de provas, certo? - ela assentiu com a cabeça rapidamente - certo, esse veneno é usado lentamente, converse com o médico sobre os sintomas que ele observou, veja tudo que seu pai está ingerindo, pegue o papel que você achou com o endereço e mostre para seus pais, eles precisam saber o que está acontecendo.

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