Uma visita inesperada

1.8K 47 8
                                    


"Eu estou muito cansada, de tudo e de todos, dos meus amigos, da minha família, parece que ninguém consegue me entender".

Já estava de saída para o trabalho, peguei minha bolsa e sai em disparada para a porta do meu quarto, desci a escada correndo, bati a porta atras de mim e fui em direção ao meu Jetta.

Quando cheguei as zeladoras já estavam limpando o chão e as mesas como de costume, onde as pessoas iriam beber daqui a algumas horas.

Entrei em minha sala, tudo estava no mesmo lugar onde eu havia deixado, coloquei minha bolsa no sofá, e fui no banheiro para trocar de roupa.

Optei por uma lingerie preta, uma blusa social branca, e uma saia na altura dos joelhos lilás escura. Fui para o espelho e coloquei um batom vinho escuro, passei um lápis preto e um iluminador no inicio dos olhos, eu estava perfeita.

"Estava na hora".

Sai em direção ao palco, a luz já estava fraca e a musica Earned It do The Weekend começou baixa porém foi aumentando aos poucos o volume, as pessoas foram se tornando silenciosas e ocupando as mesas.

Pouco tempo depois entrei lentamente, meus saltos batiam no chão e se misturavam as batidas da música, cheguei próximo da barra de aço e comecei meu passa-tempo preferido, dançar pole dance.

Comecei a observar os homens que estavam nas mesas bem na frente, me observando sem piscar, vi que havia algumas pessoas ainda no balcão no fundo do bar bebendo.

Rebolei bem devagar, dei algumas voltas na barra, virei de costas e desci até em baixo enquanto abria os primeiros botões da minha blusa, e então virei para a frente, e percebi que um homem no bar se virou com um copo de vodka e me olhou atentamente e não parou mas, quando de repente deixou o copo de lado e foi para perto do palco.

Terminei de tirar a blusa e parti para a saia, girei-a um pouco no ar e a joguei no chão. Quando voltei a olhar para o público o homem já estava mais próximo em uma mesa me invadindo com seu olhar.

Seus olhos eram de um castanho negro muito penetrante, seu cabelo era preto e sua pele era branca feito neve .

Continuei meus movimentos sensuais até a musica terminar, quando a mesma terminou ele me jogou um sorriso no canto dos lábios e uma piscadela em seu olho direito. E arranjou um lugar na frente pra sentar.

Peguei minha blusa e minha saia do chão e me retirei do palco.

Coloquei minhas roupas num canto da minha sala em um sofá, encostei a porta e fui no banheiro tirar a maquiagem.

Saio do banheiro e visto minha calça jeans preta, com uma blusa da mesma cor. Quando eu estava de saída vejo um envelope no chão, noto que possuía uma assinatura e com uma caligrafia bem caprichada.

Deve ser de algum daqueles bêbados tarados, com recadinhos bobos para mim.

Pego a carta fecho a porta e vou embora.

Entro no meu carro, coloco minha música preferida para tocar Comme Si do Gael Faure um cantor francês.

E dou partida, quando olho para o lado e vejo o mesmo homem que estava na boate parado na porta do local. O mesmo que deixara o copo de vodka, para me observar mas de perto.

Ele me olha com um olhar curioso, eu apenas o ignoro e continuo o meu trajeto.

Mas tarde já em casa recebo a visita da minha mãe, ela estava muito bem, com um aspecto ótimo eu diria.

Ela trouxe uma pizza para o jantar, fiz a mesa e começamos a comer.

- Filha como você está?- Pergunta ela com interesse.

- Estou bem mãe, e a senhora como está?

-Estou ótima filha ainda mas agora que estou com a minha filha.

Quase não nos víamos por estarmos sempre muito ocupadas, então quando conseguimos está na presença da outra é sempre muito agradável.

-E o papai mãe, ainda com aquele problema de mal humor?

-Mary não fala assim do seu pai, você sabe que por ele estar idoso minha filha, a antipatia chega por conta das dores que ele sente no corpo, porque mesmo os remédios aliviando boa parte dessa sensação, uma parte dessa dor ainda permanece.

- Está bem mãe parei.

-Ah! Filha eu vim para te avisar que irei passar um ano fora do país com seu pai, vamos fazer uma viagem porque seu pai precisa descansar, e nada melhor do que passear por alguns países do mundo filha. Nossa casa vai ficar sozinha Mary, eu gostaria que dormisse la nos finais de semana?

-Tudo bem mãe vou ver se vai dar.

Quase dez horas da noite minha mãe vai embora, e o carro sai em silêncio pela rua já deserta.

Na hora que vou dormi, olho para a minha cômoda, e vejo que o envelope que achei jogando debaixo da porta estava ali, não havia tido tempo para abrir.

Então peguei e abri.

Já deitada começo a ler o pequeno texto.

"Nunca havia visto uma beleza igual a sua, você e como um anjo seu corpo é perfeito, posso te conhecer melhor?
Aqui está meu numero.
De seu admirador não tão secreto"

                                              D.J

Havia um número de telefone no final da folha.

-Esse cara e doido, não sabe com quem ele está falando, vai ter uma decepção enorme quando souber que eu não tenho compromisso com ninguém-amassei o papel e joguei no chão do quarto, e fui dormir.

Afinal tinha que descansar, pois amanhã tenho que trabalhar.

O Submisso pelo AmorWhere stories live. Discover now