Capítulo Cinco - Rebecca Moore

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Atenção!

Essa história ficou disponível para leitura até 10/09, foi retirada para revisão, sendo deixado apenas alguns capítulos para degustação.


***



Deixei minhas chaves na mesa de meia lua do hall de entrada antes de tirar meus sapatos e os colocar ao lado da porta. Antes que eu pudesse fazer qualquer outro movimento, dei um pulo de susto quando uma silhueta apareceu em minha frente.

- Papai! - exclamei, colocando minha mão sobre o meu peito. - O senhor me assustou!

Papai olhou para a porta atrás de mim.

- Quem era o seu amigo?

Passei por ele, deixando um beijo em sua bochecha.

- Somente isso. Um amigo.

Escutei seus passos me seguindo para a cozinha. Nossa casa era de um tamanho médio, e a cozinha tinha um espaço aceitável. Não era realmente algo muito espaçoso, mas dava para o gasto.

Eu particularmente gostava de nossa cozinha, assim como de toda a nossa casa. Foi difícil mantê-la por todo esse tempo, mas eu faria tudo de novo se fosse preciso. Aquela casa era o meu lar, e eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para não perdê-la.

- Um amigo. - resmungou papai. - Que amigos gentis você tem.

Revirei meus olhos.

- Não comece, velho. - abri a geladeira e vasculhei o que havia dentro. - Está com fome?

- Porque não pediu para ele entrar? - ele sentou-se numa das cadeiras da pequena mesa de quatro lugares, olhando para mim com indignação.

Eu suspirei.

- Papai, não comece com isso, por favor, sim? Não é nada demais. Ele só me ofereceu uma carona.

Peguei os poucos legumes que ainda restavam na geladeira e os levei para a pia. Deveria ter passado no mercado para comprar algo para o jantar, mas até esqueci-me disso. É por isso que não posso deixar mais nada ocupar minha mente. Sempre acabo esquecendo coisas importantes.

- Bem, quero conhecê-lo da próxima vez.

- Não terá próxima vez, papai.

- Porque não?

Ignorando-o, vaguei e voltei para a cozinha, enquanto preparava o jantar.

- Você sabe o que eu acho. - disse ele, e então teve um pequeno ataque de tosse.

- Sim, eu sei. E o senhor sabe o que eu penso sobre isso. - coloquei minhas mãos sobre os seus ombros. - Agora, porque o senhor não toma um banho, enquanto eu faço o jantar, hum?

Ele resmungou, enquanto se levantava da cadeira e sumia pelo corredor.

- E sem reclamar! - eu gritei, sorrindo.

Não gostava de quando papai vinha com essas conversas. Por alguma razão, ele estava sempre torcendo para que eu encontrasse alguém. Eu sabia o porquê disso, e odiava completamente. Ele achava que eu acabaria ficando sozinha, mas eu sempre lhe disse que logo acharia um casal de gatinhos para cuidar.

Ele nunca achou graça de minha piada.

Nós éramos uma versão totalmente do contra de pai e filha. Geralmente, o mais provável é que os pais nunca queiram que suas filhas encontrem alguém, enquanto suas filhas estão mais do que prontas para sair, sorrateiramente, para um encontro às escuras. Talvez com um cara mais velho da faculdade, e o mais popular, como algum quarterback.

Colidindo em Você (DEGUSTAÇÃO!)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora