Colidindo em Você (DEGUSTAÇÃO!)

Capítulo Dois - Fernando Serrano

Atenção!

Essa história ficou disponível para leitura até 10/09, foi retirada para revisão, sendo deixado apenas alguns capítulos para degustação.

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Eu sempre fui um merda.

Um rebelde que só causou problemas por onde passou. Estraguei a vida daqueles que mais amava... Mas não quero falar sobre isso agora.

Graças as minhas atitudes impensadas, hoje moro em um lugar que tentei fugir a vida inteira. Eu não queria seguir os passos dele, mas hoje é exatamente isso que estou fazendo. E por livre e espontânea vontade...

É, a culpa é um sentimento do caralho!

Enquanto tento esquecer o meu passado fodido e as escolhas que me trouxeram até aqui, me afundo no banco do SO's Coffe, com livros abertos a minha frente, tentando estudar. Sei que estou no período das férias, mas é sempre bom refrescar a mente.

Eu estava concentrado, até ouvir uns risinhos. A minha frente duas garotas me observavam com cobiça, eram até bonitas, mas não estava interessado. E não, não sou gay, apenas não gosto de garotas oferecidas e não estava nessa merda de país para ficar atrás de mulher. Claro, como todo homem, tinha minhas necessidades, mas quando essas surgiam, eu mesmo ia atrás da garota da vez. Nada de muito contato, tudo se resumia em sexo. Eu encontrava a vadia, nós transávamos e cada um seguia sua vida. Simples, fácil e descomplicado.

Nunca cederia a elas se continuassem com essa tática de paquera. Mulher oferecida comigo não tem vez. Gosto do prazer da conquista.

Voltei minha atenção para as anotações que fazia no meu caderno. Eu não era um nerd, só queria manter minhas notas boas, coisa que não era difícil, já que me dedicava totalmente aos estudos.

Pensei na época em que eu só pensava em festas e mulheres. Foi uma época em que eu não me importava simplesmente com nada nem ninguém, tudo que queria era ficar chapado e manter meu pau bem saciado. Era inconsequente e não pensava no estrago que meus atos fariam, e acredite, o estrago foi pior do que imaginei que seria. Foi lamentável, e ainda hoje, nesse momento, eu lembrava cada detalhe daquela noite fatídica.

Exalei, tentando me livrar das memórias do passado. Estava aqui correndo atrás de rendição. Sim, eu era culpado, mas estava tentando fazer hoje, o que eles queriam que eu tivesse feito no passado e eu, o fodido que era, os neguei. Eu os rejeitei por simples ignorância, infantilidade e teimosia, e hoje pagava por tudo. Tudo.

Vi quando alguém parou ao meu lado, mas não tirei os olhos do caderno, afinal poderia ser uma das meninas que tentavam, ridiculamente, flertar comigo.

- Em que posso ajudá-lo?

Bom, essa garota era bem vinda.

- Um café puro - respondi sem olhá-la.

Ela seguiu seu caminho, para buscar minha cafeína. Café tinha se tornado um vício. Um vício que era aceito em minha vida.

Observei o ambiente ao meu redor. O local não estava tendo muito movimento, as mesas estavam vazias e provavelmente seria assim até a volta das aulas. Eu gostava dessa tranquilidade, me permitia estudar sem a chance de ser atrapalhado por nenhum idiota ou garotas irritantes, como as que estavam sentadas a minha frente, ainda esperançosas sobre mim. Quando notaram meu olhar sorriram, mas não retribuí. Voltei a olhar meu caderno, dessa vez realmente lendo as malditas anotações. Tinha que parar de divagar e prestar atenção no que realmente importava no momento: os estudos.
Talvez quando concluir a faculdade, parte do peso da culpa que carrego comigo sumisse, indo para bem longe.