Pedro&Isa - Parte IX

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Naquele ano, a oitava série que hoje é chamada de nono ano, ficou responsável pela prisão do amor, uma das barracas mais movimentadas da festa. Funcionava da seguinte maneira.

Uma barraca era montada com dois ambientes, um onde eram vendidos os mandados de prisão e os direitos de resgates, e outro que era reservado para abrigar o prisioneiro ou prisioneira. Duas outras pessoas ficavam encarregadas de efetuar a prisão, onde a pessoa detida permanecia até que alguém pagasse por sua liberdade, e viesse resgata-la.

Normalmente quem pedia a prisão era a mesma que pagava pela liberdade da pessoa que foi presa, sendo assim, uma dívida de gratidão era sempre cobrada e na m a ioria das vezes pagas com um beijo. Uma loucura.Tudo certo até aí, se nossos lindos apaixonados da noite, tivessem o costume de agir como manda o figurino.

Os meninos do nono ano, eram em sua maioria amigos de Pedro, e ficou acertado entre eles que Isabela seria feita prisioneira para que Pedro pudesse solta-la. Mas não era bem isso que ele pretendia fazer. Uma vez que Isa encontrava-se cativa na prisão do amor, Pedro entrou para faze-la companhia, e o coração da bela se encheu de alegria por finalmente poder estar alguns minutos a sós com o seu amor.

Trocaram muitos beijos e carícias, juras de amor reafirmadas e o pouco tempo de que dispunham fora bem aproveitado. Diante de tanto obstáculo, e tantos dias separados, o menor tempo que conseguissem juntos já era de uma alegria inenarrável, e eles desfrutaram o máximo que puderam deste curto prazo. Logo os dois pombinhos foram avisados que lá fora já procuravam por Isa, desconfiados por sua demora. E mais uma vez eles foram obrigatoriamente separados, e assim seguiram cada um para um lado do local do evento, mas com o coração alegre e com suas esperanças renovadas.

A capacidade que tem um jovem, de acreditar nos sonhos e esperanças de um amanhã perfeito, só não é maior que sua frustração diante do fracasso dos mesmos.

André conseguiu a aprovação de Antônio para namorar Isabela oficialmente, e mesmo a garota estando apaixonada por Pedrinho, sentia-se lisonjeada com todos os elogios que recebia do lobo.

No mesmo instante que pensava em uma maneira de fugir de toda aquela situação com André, ela já deixava se levar por suas belas palavras e cedia a seu poder de sedução, e persuadida por promessas de amor e juras de um futuro seguro ao seu lado, dúvidas a respeito do que era melhor e do que era sensato, começaram a surgir em sua cabecinha. Mas mesmo que quisesse, Isabela não tinha maturidade para saber nada a respeito de segurança ou sensatez. Ela era apenas uma menina.

Em um dia qualquer, em que ela havia acabado de estar com Pedrinho, ao chegar em casa o lobo a esperava. Não era de se estranhar sua presença ali, pois Tereza tinha um bar na frente de sua casa onde qualquer pessoa poderia estar, a qualquer hora do dia. Isabela chegou e foi direto para dentro da casa, sendo seguida por André que já a aguardava ansiosamente. Seus olhos estreitos e carregados de raiva o denunciavam, ele sabia exatamente onde Isa estava, e com quem ela estava, e por mais que ele quisesse quebrar a magia do que ela vivera a minutos atrás ele não poderia. Ela encontrava-se feliz demais por ter estado nos braços do príncipe dos seus sonhos, do homem que ela amava com todas as suas forças, do amor da sua vida.

André era astuto e possessivo, e não agiria sem pensar provocando uma briga entre eles. Sendo assim ele tomava sua boca beijando-a avidamente, fazendo com que ela sentisse dor para lembrar-se a quem ela pertencia, mesmo sem saber que ela já havia se entregado para outro, para Pedro. E ela se sentia acuada diante de tais atitudes dele, sua agressividade ai toma-lá a assustava, e a deixava sem muitas opções de fuga ou até mesmo de contestação. Ela não discutia com ele, aquele cara lhe dava medo. Mas ela era uma menina esperta, pelo menos pensou que era, e uma ideia louca surgiu de repente, e ela tinha que tentar.

- André...eu não posso mais...ela sussurrou cativa em seus braços.

- Não pode o quê? Pergunta ele com altivez e sarcasmo em sua voz.

- Ficar com você.

- Claro que pode, você me pertence menina, e logo eu vou te marcar para sempre, e você será para sempre minha e de mais ninguém. Aqueles beijos que o Pedrinho te dá serão esquecidos, porque você não conseguirá pensar em mais ninguém além de mim, depois que eu te fizer mulher.
A minha mulher.

Uma gargalhada gostosa e levemente irônica ecoou por todo o ambiente. Isabela não pode se conter diante de tal constatação da parte dele. Como aquele homem poderia ser tão presunsoso em dizer tais palavras, fazer tais promessas a si mesmo? Isa já pertencia a alguém, e de certo não era a André, mas ele não sabia. Acreditava que a faria mulher, quando ela já havia se desmanchado em prazer nos braços de Pedro.

- Do que está rindo menina? Não é para achar engraçado, ainda farei com que você ria muito, mas antes vai chorar no meu pau, quando eu te tomar para ser minha definitivamente.
Quanto enganado ele estava ao acreditar que de fato isso ocorreria.

- Estou grávida André, eu e o Pedro... fomos um pouquinho além do que devíamos e agora eu estou esperando um filho dele.
Um silêncio sepulcral se instalou entre eles.

-Não tem problema, eu crio o filho de vocês.

O sorriso de Isabela foi sumindo lentamente, e André a encarava com um olhar tão frio e carregado de ódio que sua raiva era quase palpável. Mas ele não se exaltava, em nenhum momento sua voz se alterava, era um jogo de paciência, e Isa percebeu que estava brincando com fogo. Estava na cara que ele não havua acreditado em nenhuma palavra do que ela dissera, mas também não discutiu o assunto, apenas a encarava, olhando no fundo dos teus olhos, observando todas as suas reações, desvendando até os segredos de sua alma.
Ele tinha que comprovar o que mais o interessava.
Em um movimento brusco e imediato, ele a tomou em seus braços e começou a toca-la, beijando-a agressivamente como já era de seu costume , descobrindo assim o grau de sua excitação. Ela tentava desvencilhar-se de seus toques mais íntimos, mas suas tentativas eram em vão. Ele conseguira penetra-la com um de seus dedos. A humidade ali presente ainda era resultado do breve encontro que ela tivera a poucos minutos com Pedro. Ele tinha o poder de deixa-lá assim apenas com o som de sua voz.

André logo interrompeu o contato, segurou seu queixo firmemente em uma das mãos e disse olhando-a duramente.

-Você pode até ter se entregado a ele, mas ainda assim será minha, para sempre, e eu jamais vou perdoa-la por dar a ele o que me pertencia. Mas essa dívida eu cobrarei depois.

E dito isto ele saiu porta a fora, andando calmamente pela rua, cumprimentando as pessoas conhecidas com um belo sorriso no rosto, como se nada estivesse acontecido. E Isa permaneceu sentada sobre a mesa da sala onde estava, estática e sem nenhuma reação, diante de toda aquela tensão em que se encontrava, sem saber que atitude deveria tomar, diante do que acabara de acontecer ali.

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Trocaria tudo

Ouvi dizer que agora tem alguém melhor
Que nunca te abandona e não te deixa só
Que o cara é dedicado e sua mãe tá adorando
Já sei o que você anda pensando
O povo tá falando que você tá bem
Cê deve tá pensando isso de mim também
Mas sei de um detalhe que você nunca esquece
Que quando chega a noite é que a saudade aparece
E ai você rola na cama tentando me encontrar
Abraça o travesseiro pensando me abraçar
E liga pra uma amiga pra poder desabafar
Reconhecendo que só tá tentando se enganar
E ai você digita o meu numero do celular
Prende a respiração desliga antes de chamar
Sabe que esse cara parece perfeito
Mas trocaria tudo pelos meus defeitos...

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De Corpo Alma & Coração (Degustação)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant