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Se eu estou com raiva?
Ah baby pode apostar.

Ver como eles se olham já faz meu sangue ferver, mas ouvi-la cantar para ele... e porra! A voz dela faz o mundo parar de girar.

Eu nunca fui de pedir muita coisa a Deus, mas quando pedia era que se sobrevivesse aquele inferno, que ela estivesse esperando por mim aqui. Caso contrario não queria nem voltar. Não sobreviveria de qualquer modo tendo que vê-la com outro. Sabendo que eu a empurrei para longe.

Depois de algumas cervejas e muita conversa sem conteúdo com pessoas que não estavam no meu ciclo de amizades e reencontro com alguns caras do Football eu resolvi que era hora de arrastar a Jess daqui. Eu já estava ficando irritado com o sorrisinho estampado no rosto do amiguinho dela, os olhares lascivos do Paul e mais irritado ainda com as insinuações da Tara. A mulher é inervante e completamente sem noção.

Me aproximei da Jess e sussurrei em seu ouvido
-Hora de irmos.
Senti seu corpo se arrepiar como sempre fez e algo apertou em meu peito.

Eu gostei disso. Como gostei.

Ela não me olhou e não disse nada. Apenas caminhou ate a Elle com o amiguinho logo atras.
Elle me olhou com uma careta e eu senti meu estomago remexer. Ela não gostava de mim. Mas eu queria que ela gostasse. Assim eu teria mais chances de reconquistar o amor e a confiança da Jess.

O segurança dela se aproximou e pela forma como seu corpo se tensionou ele não gostou do que ela disse. Eles discutiram um pouco antes dela caminhar em minha direção e passar direto em direção a saída. Observei o balanço do seu quadril antes de conseguir me mover de encontro a ela.

Coloquei minha mão em sua cintura a guiando para fora e seu corpo ficou tenso. Merda! Eu não quero que ela fique assim perto de mim.
Quando colocamos os pés para fora câmeras e pessoas começaram a surgir de toda a parte nos cegando. O segurança tentou afastar a todos e a levou até meu carro.

Assim que saí do estacionamento percebi que ele estava nos seguindo com um SUV preto.
O caminho até meu apartamento foi silencioso e um pouco constrangedor mas eu não queria dizer nada dentro do carro. Queria falar quando estivéssemos no meu apartamento e eu pudesse olhar naqueles olhos incríveis. Parei meu carro na garagem do meu prédio e sai indo em direção a porta dela. Sua expressão mostrava um leve arrependimento.

Agora é tarde querida. Você só sai daqui depois de me ouvir.

O elevador abriu no andar do meu apartamento e saímos indo em direção a porta. Quando eu fechei a porta atras de mim não tinha mais como conter tudo o que estava preso por seis anos no meu peito.

-Seis anos. Seis malditos anos me perguntando por que você nunca me deu a chance de explicar tudo o que aconteceu...-minha voz era baixa e rouca soando estranha até para mim.

-Porque ações valem mais que palavras e o que eu vi não precisava de explicação - ela me interrompeu

-Eu me apaixonei por você tá legal. No nosso primeiro encontro. Quando eu vi você sorrindo fazendo tudo ficar em câmera lenta eu percebi como aquela coisa idiota de aposta era só uma desculpa para que eu pudesse me aproximar de você. Porra Jess, eu te amei com cada fibra do meu ser. Eu ainda amo.

-Você não pode simplesmente aparecer depois de todo esse tempo e dizer que ainda me ama Devón- ela gritou - Eu confiei em você, confiei de olhos fechados.

-Jess quando eu aceitei aquela aposta eu era um moleque. Quando eu percebi que eu te amava aquilo me assustou pra caralho... eu sabia que tinha que te contar, mas também sabia que você não me perdoaria. E viver com isso, a dor, é insuportável. Eu não quero mais... eu quero provar para você que eu sempre te amei.

Ela me olhava perplexa com os olhos arregalados e sua respiração estava entrecortada.

-Eu não quero que me prove nada Dj-Eu odiava ouvi-la me chamar assim. Ela nunca me chamou de Dj e acho que faz isso para me machucar. Fui até o meu quarto e peguei dentro da primeira gaveta da cômoda as cartas que eu escrevi para ela durante todos esses anos.

-Eu não sabia para onde mandar todas elas mas mesmo assim era impossível parar de escrever. Eu queria que você visse como eu estava me sentindo - joguei as cartas em cima da mesa e ela me olhou confusa -Por favor, leia. Eu coloquei meu coração em cada palavra, cada letra. Eu quero que você veja que não deixei de pensar em você um minuto sequer.

-Eu não preciso disso. Olha foi um erro eu ter vindo aqui.

Mesmo ela tentando esconder eu pude ver uma lágrima correr em seu rosto fazendo meu coração se apertar de uma forma que me sufocou. Em duas passadas me aproximei tomando seu rosto em minhas mãos.

-Eu vou morrer repetindo isso se for preciso e mesmo que você não acredite eu o farei.
Eu te amo. Eu te amo. Eu. Te. Amo.

Tendo dito isso tomei seus lábios nos meus e eles eram doces e macios como me lembrava. No começo seu corpo estava tenso, mas depois o senti relaxar e ela correspondeu ao beijo de forma ávida. Como eu senti falta daquilo. Meu corpo começou a clamar por oxigênio mas eu não precisava respirar eu só precisava dela. Ela era o meu ar.
Caminhando ainda sentindo seus lábios eu a levei ate o sofá e a deitei sentindo toda a extensão do seu corpo se encaixar no meu. Deixei minhas mão vagarem pelo seu corpo reconhecendo cada curva. Elas estavam mais sinuosas agora mas eu ainda as conhecia. Sempre conheceria cada pedaço, cada parte desta mulher que esteve seis anos viva em meus pensamentos e sonhos mais quentes.

-Eu preciso de você mais do que qualquer outra coisa Jess. Por favor, me deixe amar você esta noite. Faça amor comigo!

Nossos olhos se encontraram e nos encaramos por longos minutos. Eu pude ver sua batalha interna e ela não disse nada, apenas passou a mão em meu cabelo e quando ela repousou em minha nuca puxou minha cabeça em direção a sua aproximando nosso rosto, nossas bocas. Aquele beijo era a minha resposta. Era a chance que eu teria para provar com cada parte do meu ser que eu a amava.
E foi o que eu fiz. A venerei, acariciei cada parte do seu corpo como se fosse algo precioso. Meu tesouro, o que procurei e esperei por tanto tempo. A água que tanto busquei em meus anos no deserto. Ela era o meu Oasis.
Nos amamos loucamente no sofá, no chão da sala e por ultimo em minha cama. O lugar onde ela pertencia. Quando ela dormiu em meus braços eu me senti completo. Ela realmente estava ali comigo em minha cama. Eu senti medo, medo de acordar e estar apenas sonhando. Olha-la assim tão perfeita com a respiração calma enquanto dorme em meus braços é como um sonho.
Beijo sua cabeça e a estreito em meus braços.
É real, ela está mesmo aqui.
Não estrague sua chance babaca.
Eu não vou. Não posso.

Devón - Segunda chanceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora