Estranha o suficiente

1. Estranha? Sim!

- Acorda Lua! Levanta!- Ouvi uma voz irritante soar.

- Some!

- Levanta !

- Sai daqui, suma da minha frente!

- Seu humor me contagia!

E aquele seria o meu primeiro dia depois das minhas tão maravilhosas férias, Cadu (Carlos Eduardo, meu irmão) me chamava e eu já imaginava como seria meu dia.

- Lua !- dessa vez Cadu recorreu a um meio mais eficiente, que você pode entender por jogar um copo d'agua, mesmo!

- Ai Cadu,vai te catar!

Levantei brava.

- Bom dia! - ele falou.

- Só se for pra você. O que é que tem de bom? - falei.

Fui até o banheiro e me olhei no espelho, eu estava parecendo uma sobrevivente a selva!

Tomei um banho rápido e me enrolei numa toalha.

Andei até o quarto e me olhei novamente no espelho, meus cabelos eram pretos e lisos, nele também havia mechas azuis escuras que se destacavam nas pontas enroladas, em meu rosto, no nariz (mais especificamente) há um piercing estilo argolinha, meu corpo era... Normal, bonito para mim, e meus olhos também eram negros.

Vesti uma saia curta preta e em cima um blusão que cobria uma pequena parte da saia, olhei minhas unhas cobertas de um esmalte preto. Passei uma leve maquiagem, base, rímel, lápis e um batom vermelho forte.

Andei descalça até a cozinha e vi Cadu com a mochila nas costas.

- Vamos?

- O que? Mais já?

- Sim!

- Vamos como?

- Kile!

- O que? Por que? - falei manhosa.

Kile, era o melhor amigo do meu irmão, e um completo idiota!

Por que eu o odiava? Kile era um menino normal, inteligente, bonitinho, não era galinha...Normal, mas um completo pateta! Eu não ia com a cara dele, acho que eu não tinha um motivo específico, apenas não gostava dele. Talvez fosse por ele me chamar de esquisita algumas vezes, mas para mim já era normal, apesar dele falar isso o mesmo ainda conversava comigo e com meu irmão.

- Por que ele é meu melhor amigo e vai nos levar todos os dias!- falou Cadu.

- Deus que me perdoe de ver aquele rosto todo dia!

- Vai logo por um sapato. - pediu.

Subi até o quarto e calcei uma bota cano curto, sem salto, desci peguei uma torrada e fui até a porta da frente onde Cadu estava.

Kile estava encostado num carro e eu estava do lado do Cadu.

- Vamos de carro? - perguntou Cadu.

Meus Deus, o garoto esta encostado num carro e meu irmão faz uma pergunta óbvia! Não me segurei a responde-lo:

- Não, não! Vamos de unicórnio! Eeee. - zombei balançando os braços para cima.

- Grossa! - xingou.

- Sempre fui.

Ele murmurou algo como "nem sempre", mas não dei atenção e entrei no carro.

- Lua! - cumprimentou-me Kile.

- Idiota!- cumprimentei de volta.

Kile abriu a boca para responder mas logo voltou a atenção ao meu irmão que sentava ao lado dele no banco do passageiro.