CAPÍTULO 12 - O LEGADO

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A dor se espalhou pelo meu corpo como uma onda, me deixando mais fraca a cada segundo que passava. A bala estava me matando, e o veneno se espalhava rapidamente, paralisando todo o meu corpo. Eu lutei para segurar meu ombro ensanguentado, tentando combater a dor e o veneno ao mesmo tempo. Minha respiração estava fraca, minhas vistas ficaram escuras e eu lutei desesperadamente para não fechar os olhos. Mas já era tarde demais, eu estava perdendo todo o controle do meu corpo. Lembrei-me do pesadelo que tive anteriormente, mas aquilo não era um sonho, a dor era muito real.

Orocovis, 22 de junho de 2020, 10:17 PM.

Após algumas horas de agonia, meu corpo parecia estar num estado de torpor e a dor ainda era aguda. Então, de repente, vislumbrei uma imagem embaçada de algumas figuras humanas em torno de mim. Tentei me levantar, mas minha perna esquerda ainda estava dolorida e fraca. Uma mulher de cabelos escuros, trajando uma roupa típica de índio, se aproximou de mim, com um ar de preocupação estampado em seu rosto. Levei um susto ao vê-la e minha respiração acelerou momentaneamente. Eu me perguntava como havia parado ali e quem eram aquelas pessoas estranhas que me encaravam com tanto interesse. Mas a mulher logo se aproximou de mim com gentileza e explicou que eu havia sido resgatada pela sua tribo e que agora estava segura em minha casa.

—Está tudo bem? —Perguntou ela, sentei na cama esticando meu corpo dolorido. Confusa e desorientada, olhei para ela com os olhos arregalados, tentando processar o que estava acontecendo. Minha mente ainda estava em um turbilhão após o incidente e eu lutava para entender a situação em que me encontrava.

—Quem é você? O que houve? — Minhas palavras saíram trêmulas e repletas de desconfiança, enquanto eu tentava reconhecer a figura desconhecida diante de mim.

—Eu sou Brenda, líder da tribo Tsimshian. Viemos buscá-los. Somos amigos de Íris.

—Onde está meu pai?

—Foram buscar Íris.

—O que? Não! É impossível! —Uma sensação de desamparo e descrença se espalhou dentro de mim. Não podia acreditar que meu pai havia partido em uma missão perigosa, deixando-me para trás. A incerteza do que poderia acontecer me corroía por dentro.

— Íris, com sua genialidade, havia desenvolvido dois frascos contendo essa energia, um dos quais foi utilizado em sua própria viagem através do tempo. O segundo frasco, porém, estava em posse de Giovanni. Depois que ele foi morto nós pegamos.

—Vocês o mataram?

—Precisávamos resgatar a energia. Sinto muito por seu amigo.

—O que aconteceu?

—Você ficou inconsciente por algumas horas, encontramos você na floresta. Vamos para ilha de Mona, ficará em segurança até Ryan e Sophia retornar. — Com alguma dificuldade, levantei-me do local onde estava deitada. Senti uma leve tontura e fraqueza, resultado dos acontecimentos recentes. Ao olhar para baixo, percebi que minhas roupas haviam sido trocadas. Agora, eu usava uma calça moletom confortável e uma blusa branca, que me oferecia um pouco de conforto em meio à situação tumultuada em que me encontrava.

—Por que eu deveria confiar em você. Vovó nos enganou! —Expliquei.

—Ela somente os poupou do futuro cruel que visitaria. Eu faço parte de uma organização que busca proteger o futuro da humanidade. Temos acesso a informações que poucos têm. E acreditamos que vocês são a chave para mudar o curso da história.

—Não tente me enganar também. —Fiquei em silêncio por um momento, refletindo sobre as palavras da mulher. Ainda havia muitas perguntas sem resposta, mas comecei a ver uma luz no fim do túnel. Talvez, finalmente, pudéssemos descobrir o que estava acontecendo e como poderíamos mudar o futuro.

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