CAPÍTULO 10 - A MÁQUINA DO TEMPO

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—Após as Guerras nucleares, o mundo se transformou em um cenário desolador e sombrio, onde a sobrevivência se tornou uma batalha diária e desumana. A caça tornou-se o único meio de garantir a alimentação, mas logo chegamos ao limite de nossa própria natureza, tendo que recorrer ao canibalismo para sobreviver. Nesse ambiente hostil, até mesmo o reino animal passou por uma metamorfose, desenvolvendo habilidades antes inimagináveis para enfrentar o caos. Contudo, nossa espécie estava demasiadamente ocupada, obcecada por nossas próprias ambições, e isso nos tornou cegos para o que realmente importava. —Brenda concluiu.

—Este vírus que estão chamando de peste sangrenta, vai estar presente no futuro? Não há cura? Nunca encontraremos? —Perguntou Sophia.

—O vírus irá se transmutar? —Perguntou Ryan.

—Todas as formas de cura serão suprimidas pelas autoridades. Esta doença vai ser o novo câncer da sociedade. Eles não querem sobreviventes, os recursos serão escassos e farão qualquer coisa para reduzir a população. Nosso cérebro, a princípio, será aprimorado. Nossos QIs aumentarão de maneira drástica, e seremos ainda mais aptos, resilientes e habilidosos. Seremos uma nova espécie, adaptada a um mundo pós-apocalíptico.

—Isto explica por que Valentim teve facilidade e sucesso na criação da máquina. —Completou a Índia.

—De fato, nossa evolução nos permitiu alcançar níveis de inteligência inimagináveis para a maioria dos humanos. Nossos reflexos foram aprimorados a ponto de muitos serem capazes de prever o futuro usando apenas a lógica. Nossos sentidos também foram ampliados, permitindo que possamos perceber o mundo de maneira mais completa e profunda. Somos mais resistentes a doenças e nossos corpos são capazes de se curar rapidamente. Enfim, nossa evolução foi um salto gigantesco na evolução humana, mas ao mesmo tempo, nos tornamos seres isolados, incompreendidos e até mesmo temidos pela sociedade. —O índio respondeu Sophia.

—Isto é fascinante! Nós somos uma arma! Não só sobreviveremos a este caos como também iremos evoluir. —Tia Sophia ficou contente.

—Você não está entendendo. Quer deixar as coisas como estão? Mesmo que cheguemos a esta ascensão não sobreviveremos no futuro. —Explicou papai.

—Nossos filhos vão!

—Embora pareça correto deixar o futuro acontecer sem intervenção, o fato é que estamos destinados a um fim trágico, a menos que ajamos agora. Temos a oportunidade de salvar a todos se impedirmos a quebra do primeiro selo. Se conseguirmos, poderemos erradicar o vírus e acabar com a evolução desenfreada, evitando assim futuras guerras e salvando a humanidade da autodestruição. Esta é a cura definitiva que tanto procuramos. Precisamos agir agora antes que seja tarde demais. —Explicou a índia, com determinação em sua voz.

—Também impedirá nossa evolução, seremos mais fortes e inteligentes. Vocês são como nós, e só estão aqui por nossa causa e agora querem nos exterminar? —Sophia falou com veemência, sua voz soando como uma mistura de raiva e frustração. Ela sabia que a proposta de parar a evolução significava condenar a humanidade a uma existência limitada e estagnada, sem progresso e sem esperança. Ela olhou para a índia com um misto de incredulidade e tristeza, incapaz de entender como alguém poderia desejar tal destino para si mesmo e para os outros.

—Não dá para mudar. Livre arbítrio não existe. E quanto a todas as coisas que já aconteceram no futuro? Acreditam que podem apagar isto? —Retrucou o índio.

—E se todas as coisas que já aconteceram no futuro exclusivamente foram por consequência de nossos atos, nossas viagens? Aqui, agora no presente. —Sophia defendeu.

—Só há uma forma de resolvermos estes paradoxos! —Papai olhou para a máquina.

—Nós vamos trazer mamãe de volta, este sempre foi o plano. E mais do que isso, vamos encontrar a cura para essa doença e formar um exército para destruir os rebeldes. —Papai completou.

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