Senhoras do Santuário, minhas apaixonadas saudações!
Agradeço do fundo do meu coração ao carinho e a paciência de cada uma de vocês! Agradeço também as meninas que compareceram ao lançamento do Meu Destino é Você, as que adquiriram os exemplares, mas, por questões logísticas, não puderam comparecer e as meninas que ainda não compraram seu exemplar, mas torceram e enviaram mensagens de carinho. A festa foi linda, inesquecível! Guardarei esses momentos com todo carinho do mundo em meu coração.
Agora sim, com vocês o capítulo 9 de Prefácio de Um Amor!
Beijos e Boa Leitura!
Nina Reis.
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O clima com baixas temperaturas em um país predominantemente tropical e a localização privilegiada próxima à cidade que representa o coração financeiro do país fazia de Campos dos Jordão, com suas construções em estilo Europeu, o principal destino dos endinheirados durante o inverno.
"E caminhar pelas ruas da cidade somente atestava o fato" - Kiron pensou, permitindo-se uma secreta dose de ironia.
Com passos tranquilos e olhar atento, explorava a beleza noturna da cidade que efervescia com a programação do Festival de Inverno.
As ruas pareciam passarelas para um desfile de grifes e estilos. A diversidade de cores e formas de casacos, sobretudos, botas, chapéus, boinas e gorros, parecia não ter fim. Homens de meia idade ostentavam orgulhos a companhia de mulheres jovens e lindas, que passariam tranquilamente por suas filhas, ou até mesmo netas, não fosse a maneira possessiva e repleta de luxúria com que olhavam para as jovens amantes.
O grego continuou sua caminhada consciente dos sorrisos sedutores e silenciosos convites que recebia das mulheres, algumas acompanhadas, e até mesmo de alguns homens. Esses não o interessavam, nunca tivera atração por pessoas do mesmo sexo que o seu.
"Em outro momento, ele aceitaria com prazer um dos generosos convites femininos, mas não aquela noite" - pensou. Por algum motivo, que não compreendia, sentia as lembranças de Isadora e seu perfume de orquídeas selvagens ainda mais intensas...
Imagens do sorriso que transbordava através dos olhos, a pele cor de café frappé, o corpo rijo e curvilíneo, o prazer único de assisti-la dançar e vê-la colocar o coração nas pontas da sapatilha de ballet invadiam sua mente incessantemente nas últimas horas...
"Estar em um festival de música clássica colaborava para tornar a ausência da bailarina, ainda mais presente" - admitiu ao mesmo tempo em que tentava convencer a si próprio que se afastar da pequena bailarina que roubara sua alma, fora e ainda era sua única escolha.
"Mesmo que seu corpo e sua alma gritassem por Isadora, era um homem sem identidade, sem passado, presente ou futuro. Um mercenário que somente levaria à vida da talentosa bailarina, riscos, dor e sofrimento. Afastar-se fora a escolha certa" - pensou e expirou ruidosamente.
Kiron contemplou o céu noturno sem lua e quase sorriu ao recordar a relação de seus ancestrais com o satélite e como explicavam à maneira grega a ausência dessa durante a Lua Nova.
Para sua gente, a lua tinha um nome, Selene...
Contava-se que era uma linda jovem, de pele tão branca como a neve e viajava em uma carruagem de prata puxada por dois cavalos, iluminando tanto o sofrimento quanto a alegria dos mortais. A lenda contava que a jovem deusa se apaixonou por um mortal, e em uma noite, dolorida pela saudade, abandonou o céu e seguiu ao encontro do amado causando o primeiro eclipse lunar. Após muita confusão e tragédia, essa última amada pelos gregos, a lenda contava que Zeus, preocupado com a felicidade de Selene, colocou o jovem Endimion em sono eterno para não envelhecer ou temer a morte. Em noites de lua nova, contam os gregos, Selene abandona o céu para ir ao encontro de seu amado adormecido. A lenda contava ainda que quando a saudade bate com mais força, a deusa escapa às escondidas. Mas suas fugas sempre são descobertas por deuses e mortais, surpreendidos por eclipses lunares.
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EM HIATO - Prefácio de um amor - Série Santuário 3.5
General FictionKiron é um homem orgulhoso de sua origem, afinal sua pátria é considerada o berço da civilização ocidental, da filosofia, da literatura e da democracia. Tragédia, para ele, não era uma expressão que resumia as lendas dos mitos e deuses gregos. Era...