EM HIATO - Prefácio de um amor - Série Santuário 3.5

Capítulo 8: Recomeços

    

Senhoras do Santuário, apaixonadas e gratas saudações!

Obrigada, de todo o coração, por compreenderem esse gigante bloqueio literário pelo qual passei. É difícil explicar como me senti... Foram discussões com os personagens que fizeram suas próprias escolhas. Nas últimas semanas experimentei a desesperadora sensação de incapacidade. Parava diante da tela do computador e me sentia incapaz de escrever...

Foi doloroso e sofrido, mas graças a Deus parece ter passado.

Escrever o conto para o Brasil em prosa, que na verdade foram dois, me ajudou a me libertar desse poço sem fundo que é o bloqueio para um escritor.

A compreensão e carinho de vocês foi imprescindível nessa jornada. Mais uma vez obrigada!

Nesse, apresento a vocês os personagens do meu primeiro livro (aquele ainda não terminado). Tenho pensado muito nessa história e os personagens pediram para fazer uma pequena participação em Prefácio de Um Amor.

Sem mais delongas, com vocês, o capítulo 8!

Beijos e Boa Leitura!

Nina Reis.

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Cinco meses depois...

O cheiro pérfido de bebidas caras, drogas da moda e sexo permeavam a mansão localizada em um bairro nobre de Madrid. Os pacotes de preservativos, lubrificantes, vibradores e outros acessórios sexuais espalhavam-se por todos os cômodos, no piso e sobre os móveis de design exclusivo.

Deitados de bruços e imobilizados por algemas descartáveis, executivos, artistas, atletas e autoridades políticas de diversas nacionalidades tentavam negociar com os homens fortemente armados, vestidos de negro e com rostos protegidos por capuzes, que invadira a casa minutos antes. Porém, eram sumariamente ignorados.

"Seu desejo era descarregar sua arma nos desgraçados" – Kiron admitiu sem culpa alguma para si mesmo, empunhando sua arma em direção do grupo que fora isolado no salão de festa da mansão.

Hiro e Kashim, dividiam com ele a responsabilidade de guardar o "seleto grupo de clientes" da terceira maior rede de prostituição e pedofilia da Europa, e pareciam compartilhar de seu desejo.

Contemplou o grupo de homens que, desesperados, oferecia quantias tão indecentes quanto suas condutas, para se livrar do escândalo e da justiça. Identificou os rostos dos agentes infiltrados na ação que levara quatro longos e desgastantes meses.

Humberto, líder de sua equipe, e o espanhol, da equipe 1, trabalharam disfarçados durante dezoito semanas na investigação que desbaratara uma intricada e sofisticada rede de tráfico de pessoas e prostituição. Assim como os demais, ambos também estavam imobilizados, para resguardar suas falsas identidades, pois não havia dúvidas que em menos de quarenta e oito horas, boa parte dos filhos das putas estariam liberados para responder aos processos em liberdade.

Nojo, asco, fúria e outras emoções, todas ruins, digladiavam-se em seu interior.

"A festa", como era chamado o evento criminoso, era promovida por um empresário do setor de turismo, de reputação ilibada, e contatos em diversos países. A cobertura perfeita para encobrir o tráfico de pessoas, ou melhor, meninas, para se tornarem escravas sexuais de uma elite que pagava muito bem para desfrutar de seus prazeres doentios sigilosamente.

As orgias aconteciam sempre em endereços diferentes, fato que dificultara a ação do esquadrão. O grupo de criminosos era extremamente organizado. Eram rigorosos e seletivos com a entrada de novos membros.