CAPÍTULO 05 - O LABIRINTO

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Sabendo que estava presa em um labirinto de mentiras, a melhor escolha e a mais inteligente que fiz foi dizer a verdade.

—Me dê! —Afundei minhas mãos nos bolsos e peguei a bala.

—Como isto é possível?

—Corey, por favor! —Nicolas chamou o policial.

—Levante-se! —Pediu Corey. Continuei intacta sem obedecê-lo.

—Por favor! —Completou Nicolas. Obedeci.

—Eu não o matei!

—Neste mês te procuramos, e não encontramos nada. —Olhei em seus olhos ainda procurando uma solução para sair daquela enrascada.

—Nada de corpo, nada de bala.

—Por favor, eu não fiz nada, eu juro que acordei e encontrei esta bala perto de mim, foi isto! Por favor!

—Aonde você acordou?

—Eu não me lembro.

—Será que este sangue é seu? —Nicolas se levantou e abriu uma gaveta que tinha na mesinha de madeira, tirou de lá um par de luvas e uma tesoura.

—Com licença. —Ele se aproximou de mim e cortou um pedaço da minha blusa.

—Corey!

—Sim senhor. —O policial veio com uma caixa em mãos, Nicolas entregou o pedaço da minha roupa ensanguentada a ele que logo foi embora. Nicolas voltou na gaveta e pegou uma seringa.

—Não se preocupe! Não vou deixá-los lhe machucar! Confia em mim.

—Confiar em você?

—Eu sei que te magoei, mas não vou cometer o mesmo erro. Você sobreviveu e pode estar contaminada. Estamos vivenciando uma pandemia. O mundo está desabando e isto é só o início do fim. Vou fazer uma análise!

—Eu não sei de nada, por favor me deixa ir para casa, eu não me lembro, eu juro que não sei o que está acontecendo! —Ele terminou de tirar meu sangue e entregou ao policial Corey.

—Sei que deve estar confusa, sente-se. —Impaciente e com raiva me sentei.

—Depois que você desapareceu muitas outras pessoas também sumiram de forma totalmente inexplicável. —Nicolas sentou-se também.

—Estamos lutando contra uma pandemia, tudo começou com uma chuva de meteoros invadindo a terra, logo depois algumas pessoas ficaram doentes, os sintomas incluíam anemia severa, olhos vermelhos, sensibilidade à luz, febres altas, tonturas.

—E depois?

—Depois o caos se estabeleceu no mundo. Os infectados aos poucos ficaram descontrolados, tornaram-se canibais, isto os fortalecia dia a dia. As únicas partes das vítimas que sobravam eram os órgãos genitais, cabelos, ossos, dentes e unhas. Cientistas de todo o mundo se uniram em uma corrida frenética para encontrar uma solução para a peste que assolava a humanidade. Foram cogitadas várias possibilidades, desde a ideia de um hospedeiro, até a hipótese de uma contaminação vinda do espaço. Alguns afirmavam que era uma radiação desconhecida, enquanto outros acreditavam em uma nova droga. Infelizmente, nenhuma das teorias foi comprovada e a verdade permanece um mistério. A ausência de uma cura eficaz e a rapidez com que a doença se espalhou deixaram a todos em um estado de choque e incerteza. A verdade é que não sabemos. Não há uma cura e talvez nem tenhamos tempo para criar uma. —As notícias que ouvi me deixaram com um nó na garganta e um peso no peito. Me senti impotente diante de uma situação tão grave e desconhecida. O medo me invadiu e me fez tremer, enquanto tentava assimilar a realidade. Parecia que o mundo estava à beira do caos e nada podíamos fazer para evitar o pior.

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