Capítulo 2

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- Este é o último verso para completar... - Kevin olhava para o pedaço de papel, inerte em sua mão. Aquela não era a única pista que tivera naquele estilo. Contando com esse caso, sete assassinatos haviam ocorrido, e a mesma assinatura estava presente: Uma carta, contendo um pedaço de papel, e um verso escrito.

- Vamos entrando Kevin, ficar aqui fora olhando esse papel não vai solucionar o caso. – Kirstin tinha razão. Algo dizia para ele que aquele caso terminaria nem um pouco bem, mas tinha que prosseguir com seu trabalho.

Kevin seguiu a moça até a parte interior do quarto, que estava toda revirada. Móveis quebrados, papéis e documentos jogados por todo o ambiente. A cama, posicionada logo à frente da porta de entrada, estava perfeitamente arrumada: Lençol branco por debaixo de um edredom azul repleto de gravuras e um travesseiro aparentemente confortável. Um corpo jazia em cima do móvel, preso pelos braços e pernas com algemas e amordaçado. Marcas de agressão e cortes eram visíveis por todo o corpo, e um ferimento em especial chamava atenção: Uma adaga perfurava o peito da vítima, provavelmente o golpe fatal.

- Já temos a identificação da vítima Kirstin?

- Jeremy Lewis, 27 anos, cantor. Ele estava fazendo uma pequena série de shows nos bares aqui da região. E pelos relatos que ouvi, não parecia ser tão ruim. – Um comentário um tanto quanto mórbido, pensou Kevin, pare sua estranha, está me assustando

- Mais um cantor... O que esse cara tem na cabeça? Porque ele mata apenas cantores?

- Quem sabe ele é traumatizado por causa de alguma pessoa que era próxima dele, e a música o marcou, ou algo do tipo. Olhe para essa cena... A crueldade com que Jeremy foi assassinado... Algumas pessoas dizem que poderia ser latrocínio. Impossível.

O casal continuou a conversa, tentando imaginar o que passara na mente do criminoso para agir de tal modo. Por mais acostumados que eles estivessem, aquilo tudo era muito estranho. Os mesmos tipos de vítimas, o mesmo modus operandi. Alguém precisava parar esse indivíduo.

Já eram onze horas da manhã quando Kevin e Kirstin saíram da cena no crime, já com o sol quase à pino.

- Kirstin, olha... Que tal a gente sair para almoçar? Não aguento mais ver corpos crimes e ficar pensando em criminosos... – Kevin indagou, coçando sua nuca, num gesto de vergonha.

- Ah, claro, estou morrendo de fome. Todo esse caso está me deixando louca.

Seguindo a pé para um restaurante ali próximo, aproveitaram para colocar o papo em dia. Eles se conheciam desde o ensino médio, se separaram quando Kirstin foi fazer sua faculdade de Biologia em outra cidade, e após alguns anos, encontraram-se no FBI. Sua amizade permaneceu intacta, mesmo após anos distantes.

- E ai, ainda tem contato com os outros? – Perguntou Kevin.

- Com quem? Com os meninos do ACA? Mais ou menos... Há algum tempo eu conversei com um deles, depois disso, nunca mais. Tenho saudades da escola. – A mulher disse, no momento que estavam chegando no restaurante, de apresentação bastante simpática: Um lugar simples, sem pintura, mostrando a parede de tijolos, na calçada, mesinhas com guarda-sol, posicionadas aleatoriamente, os convidavam para sentar.

Um garçom veio, e fizeram o pedido. A conversa entre os dois fluía tranquilamente, relembrando seus tempos de escola, amigos, músicas, brincadeiras idiotas. Finalmente algo estava começando a correr bem naquele dia.

O telefone de Kirstin toca.

Uma voz soprosa era emitida. Grave, claramente distorcida por algum aparelho. Rapidamente, a ligação misteriosa foi colocada no viva voz.

"Aha! Caught you now!

Caught red handed in the biucuit tin!

Cost you to keep me quiet!"


Caso Lockdown - Uma Fanfic PTXWhere stories live. Discover now