Capítulo 7 - Um novo dia

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   Um ruído agudo tomou o quarto acordando Alina, do que parecia ser um sono profundo. Seus olhos rapidamente se acostumaram com a penumbra, arregalou-os assustada, no entanto, desta vez reconheceu o ambiente familiar de onde estava. O dia a pouco havia amanhecido, o relógio marcava seis da manhã, o barulho ao fundo havia cessado; do dia anterior lembrava vagamente do que ocorreu até começar a passar mal, mas aquela sensação estranha de morte ainda estava presente até aquele momento. A garota se sentia sonolenta, confusa.

Ao fundo o barulho se fez presente mais uma vez:

"Triiiim... Triiiim"

— Alô?

— Lina? Ainda estava dormindo? Não vai pra escola de novo?

— Oi, Marina — Alina respondeu um tanto desanimada.

— Sabe, estava pensando que poderíamos ir pra escola juntas — a amiga falou manhosa. — Sei que deve estar com raiva de mim pela noite na floresta, mas...

— Eu realmente estava — Alina retrucou rapidamente —, chateada, não com raiva, mas já passou.

— Ah — Marina expressou com voz baixa. — Você está bem?

Depois de um silêncio meditativo, Alina falou:

— Sim, acho que estou. E você?

— Ah! Eu estou ótima e tenho novidades — Marina falou animada. — Podemos conversar no caminho para escola...

— Seria bom.

— Certo Cachorra! Passo aí para te pegar — disse e assim a ligação se encerrou.

Alina se levantou relutante, sua roupa ainda eram a mesma da noite passada. Encarou-se no espelho e sentiu pena de si mesma, seu rosto estava pálido, seus olhos fundos e seus cabelos desgrenhados. Se perguntou se a um ano atrás se encontrava assim; desanimada, insegura, cheia de perguntas. Afastou o pensamento maneando a cabeça, caminhou então até o corredor vendo a porta do quarto de sua mãe aberta, o cômodo vazio. Suspirou indo direto para o banheiro. Se apressou em se arrumar e quando ouviu a buzina, já estava pronta. Lá fora o sol em sua pele trouxe um desconforto que nunca sentiu igual. Seu corpo formigava. Rapidamente abriu a porta do carro e entrou, temendo passar mal novamente, não entendia o que se passava em seu organismo, sua saúde sempre foi perfeita, sequer lembrava de ter ficado doente na vida.

— Você não dormiu essa noite? — Marina disse logo de cara.

— Dormi.

— Pois não parece... Não está mais zangada comigo, certo?

— Não — Alina tentou sorrir.

— Que bom! Porque tenho novidades.

— É mesmo? Qual?

— Fiquei sabendo que uma nova família se mudou para aquela casa perto das montanhas, sabe? — Alina estremeceu só de ouvir. — Aquela que estava fechada a anos...

— Já estou sabendo — retrucou desviando o olhar.

Marina arqueou as sobrancelhas.

— Cachorra — Marina disse dando um leve gritinho.

— Mari!

— Ok, desculpa, mas como ficou sabendo? Já sabe quem são eles?

— Os Campbell? Não vai gostar deles...

— Porque não? Alina, porque não vou gostar deles? — insistiu irritada com o silêncio da amiga. — Primeiro, como você conheceu eles? Começa a falar! Quero saber de tudo...

DarkBlood - Herdeira Sanguínea | Livro IOnde as histórias ganham vida. Descobre agora