CAPÍTULO 1 - ATUALMENTE - PRIMEIRO ENCONTRO

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Nos últimos tempos, tipo uns meses atrás, Laura vinha se perguntando como seria apaixonar-se de verdade. Quando estava com quinze anos, tivera uma experiência de quase namoro. Ela mesma não sabia rotular o que tinha acontecido entre ela e Mateus, mas tinha certeza que não era paixão. Nunca sentiu o tão falado frio na barriga, nem as mãos suadas, nem as batidas do coração acelerarem ao vê-lo.

Foi, sem sombra de dúvidas, um relacionamento relâmpago. Mal ela achava que algo tinha começado, percebeu que já havia terminado quando o viu no corredor da escola com outra menina. Mais uma vez, teve certeza que aquilo que havia sentido estava longe desse sentimento forte que muitos dos seus colegas falavam até cansar. Não sentiu nada ao vê-lo com outra, nem decepção, nem tristeza.

Decidiu que não forçaria mais o destino, como fez ao implorar para sua melhor amiga, Bia, lhe apresentar a ele. De agora em diante, esperaria que o destino fizesse seu trabalho sozinho. Bem, a não ser que realmente fosse necessário dar uma forcinha.

No entanto, após três anos, toda a sua ideia de deixar as coisas seguirem naturalmente acabou no último ano do Ensino Médio, logo no primeiro dia de aula. Parado perto da sua sala de aula, não estava nem o mais bonito, nem o mais forte, nem o mais alto garoto que ela já tinha visto, mas o único que fez suas mãos suarem, seus batimentos cardíacos acelerarem e, por fim, o frio na barriga surgir. Tudo isso aconteceu quando Laura estava ainda a uns cinco metros do completo e deslumbrante desconhecido, e tudo isso durou até eles trocarem as primeiras palavras, o que foi bastante rápido e, digamos, um pouco inesperado.

Laura pensou de imediato em dar uma ajudinha ao destino, não queria que ele tivesse muito trabalho por causa dela. Então elaborou um plano – microplano, na verdade – para esbarrar sem querer naquela atraente criatura de cabeça baixa que estava com um pé apoiado na parede, usando calça jeans escura, uma camiseta preta, boné de cor indeterminada e fones de ouvido.

Após finalizar o magnífico plano, e sim, ela deu uma risadinha malévola internamente, Laura iniciou a operação que ela tinha batizado de hoje é o dia. Como toda a maquinação não tinha demorado nem um minuto, o plano era muito simples e bastante utilizado por várias garotas ao redor do mundo quando querem esbarrar em um alvo indefeso.

Os passos consistiriam em: baixar a cabeça; andar em linha reta até o ponto desejado; bater nele e deixar todos os seus livros caírem no chão. Assim, a operação será sucesso quando, ao pedir desculpas pelo encontro, como um perfeito cavalheiro, que certamente seria, ele perguntaria o nome dela e a ajudaria a organizar os livros e cadernos caídos.

Infelizmente não foi o que aconteceu. O rapaz, grosseiro, garoto chato, não pediu desculpas, nem perguntou o nome dela, muito menos a ajudou a pegar seus objetos caídos. Pelo contrário, a chamou de desengonçada e a pergunta que fez foi, "você não olha por onde anda? ". E Laura, como não podia deixar de ser, respirou fundo, olhou para a cara do antes deslumbrante menino – agora ogro – e respondeu: "grosso! ".

Ela queria dizer mais: queria informá-lo que era extremamente rude ficar com um pé apoiado na parede, que dentro da escola era proibido o uso de bonés e que as roupas dele pareciam terem sido emprestadas por algum dos motoqueiros de Sons of Anarchy... Mas ela só o chamou de grosso, se virou e entrou na sala. A aparente paixão não tinha demorado mais que alguns poucos minutos. Ainda bem.

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Acaso Destinado (AMOSTRA)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora