Capítulo 5 - Marina

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Bom dia, meus amores!
Para quem ainda não sabe, ontem foi meu casamento religioso. O segundo de três casamentos! Haha eu sei! Que exagero! Quem está acompanhando o Crônicas de uma Noiva, meu outro livro, sabe bem o porquê de tudo isso!
Bom! Justificado meu atraso, vamos correr até o próximo capítulo.

xoxo
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Daniel ficou de papo com duas belas loiras, que estavam ontem na sua festa. As reconheci pelo tamanho dos... das... da comissão de frente delas. Elas são calouras como eu, mas se percebe que já estão bem enturmadas. Ele é todo risos para elas. Está claro que os anos foram generosos com ele e que sabe aproveitar bem isso.
"Ótimo! Essas lombadas loiras foram perfeitas para nos manter afastados."

Clara, que veio logo atrás de mim, me acompanha até a nossa próxima aula. Depois de tudo o que já lhe contei, ela não precisa nem perguntar porque corri da nossa última aula, mas isso não quer dizer que não me jogará o seu olhar de reprovação. É óbvio que ela está caída pelos encantos de Daniel, assim como meu pai também se rendeu a eles.
Chegamos à próxima aula e Clara insiste em manter o silêncio acusador, ao invés de simplesmente falar o que pensa.

― Chega, Clara! O que é? Desembucha!

― Graças a Deus! Eu tava louca para botar para fora! ― Ela toma fôlego. ― Eu sei que você está chateada com o garoto, ele te fez promessas que não cumpriu e você foi parar sozinha na Suíça, mas isso já passou, e hoje ele só estava querendo te ajudar com matemática. Matemática! Quer coisa mais inofensiva que isso?

― Meu Deus, como você consegue falar tanto sem tomar fôlego! ― Sentamos. ― Clara, já te disse que eu quero distância dele e...

E ele chegou. Não o Daniel, o professor. O cara mais charmoso da face da terra! Clara e eu esquecemos a nossa discussão e passamos a babar pelo homem que entrou na sala e se dirige até a mesa à nossa frente. O cabelo era castanho claro, meio desarrumado, tinha a barba por fazer, pele alva, olhos verdes. Camisa social, óculos de grau e um meio sorriso tímido de matar qualquer garota.

Clara e eu nos entreolhamos e depois olhamos para os outros alunos. Todas as garotas estão de queixo caído e todos os garotos cochicham e reclamam.

― Bom dia, turma! Essa é a primeira aula de Sociologia das Organizações e... ― Sociologia acaba de se tornar a minha disciplina preferida! Na verdade, eu sempre amei sociologia!!! ― ... eu sou Otávio, o monitor da disciplina. O professor Sales está doente e me pediu para passar as primeiras informações.

Quando ele disse a palavra monitor, toda a mulherada começou a se agitar. Ele não é um professor intocável com um código de ética a seguir. -Bom, o envolvimento de monitores com alunos não é uma situação facilmente aceita pela diretoria de qualquer faculdade, mas é bem melhor do que professores de meia idade cedendo a assédios.

Dava para notar que o Otávio era louco por sociologia. A forma como apresentou a matéria e o seu entusiasmo ao citar seus sociólogos preferidos era algo admirável.

"Ai! Como ele é fofo!"

― ... então peço que leiam os seis primeiros capítulos deste livro para o debate da próxima aula e vamos aproveitar os últimos minutos para que vocês se apresentem e expliquem porque escolheram estudar Administração de Empresas. ― Ele se dirige ao garoto no canto, à direita. ― Você começa e os outros da fila vão em seguida.

Umas quinze pessoas se apresentaram. Na grande maioria, meninas, que se derreteram ao listar suas qualidades, como ser campeã de ginástica olímpica no colégio ou a melhor cozinheira da família.

"Não! Ele não quer que você traga torta de maçã para ele na próxima aula!"

A minha vez chegou e o monitor fixou seu olhar intenso no meu. Levei alguns segundos pensando o que deveria responder.

ImperfeitosWhere stories live. Discover now