Capítulo 1 - Marina

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Começou!!! Aí está o primeiro capítulo do meu novo romance, Imperfeitos.

É um capítulo cheio de informações, então leiam com atenção!

Espero mesmo que vocês gostem, pois eu estou apaixonada por Marina e Daniel, mas sou suspeita. Preciso muito da opinião de vocês e das estrelinhas também, se acharem justo, é claro!

Beijos e boa leitura!!!

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Eu não sabia que estava a ponto de perder tudo.

Tinha a vida que qualquer um sonha ter: minha família era perfeita, vivíamos em uma casa linda, meu closet era recheado de peças cobiçadas de grifes famosas e eu tinha uma fila interminável de amigos.

Bom, das roupas de marca não sinto saudade. Eu não precisava delas, já que as usava apenas para mostrar ao meu pai que era a garota bonita e elegante que ele queria que eu fosse. Hoje, continuo sem precisar, agora que ele não espera mais nada de mim. Meus amigos me esqueceram depois que fui transferida para um internato exclusivo para garotas na Suíça. É isso mesmo, Suíça! E quem pode culpá-los? Eu fui exilada do outro lado do mundo! Comigo tão longe, a minha bela casa foi alugada para Deus-sabe-quem.

Por que minha vida virou de pernas para o ar? Eu preciso voltar no tempo, três anos para ser mais exata, para explicar.

Tudo começou numa noite em que meus pais brigaram. Não era a primeira vez que isso acontecia, já fazia um bom tempo que eles brigavam constantemente. O confronto dessa vez teve início depois que meu pai, Luiz Carlos Alcântara (o novo "rei do gado", que não era tão gato quanto o Antônio Fagundes, mas era bem apessoado) decidiu montar uma filial do seu escritório em São Paulo, após começar a exportar carne bovina para a Europa e a Ásia. Com isso, ele passou a viver metade do mês lá e a outra metade em Goiás, não exatamente em Goiânia, minha cidade natal, e de onde eu só tinha saído nas nossas férias. Ele passava muito tempo na nossa fazenda, que ficava no interior do estado. ​Minha mãe, uma dermatologista de sucesso e dona de um pequeno hospital, não podia acompanhá-lo nas suas idas e vindas. Não que ele nos convidasse com frequência. Na verdade, se me lembro bem, ele nunca nos convidou de fato.

Eu era louca pelo meu pai e, naquela época, a sua falta de interesse me passava despercebida. Tudo o que me importava era estar com meus cabelos loiros e longos perfeitamente penteados e com a maquiagem impecável, destacando meus olhos azuis iguais aos dele. Precisava estar perfeita para quando ele voltasse com um novo vestido ou um celular mais moderno que o atual como presente. Para mim, aquela era a sua forma de mostrar que me amava também. E eu aceitava tudo com a maior alegria do mundo!

Voltando àquela fatídica noite, eu tinha acabado de calçar minhas novas e fabulosas sandálias Louboutin e corri em direção à suíte dos meus pais para mostrá-las. Antes mesmo de abrir as portas, ouvi minha mãe gritar:

― Mas você não pode nos abandonar! E a sua filha? A Marina precisa do pai por perto. Você nunca foi capaz de perceber que ela venera você!

― Marina não é mais criança! Além disso, por ser mulher, ela só precisa da mãe e de um cartão de crédito.

― Isso é absurdo e incrivelmente machista! A verdade é que você nunca superou o fato de eu não ter te dado um homem, não é? ―

― Eu nunca escondi que torci para termos um garoto, mas esse não é o motivo de eu estar indo embora. Eu não te amo mais! É isso!

E não consegui ouvir mais nada.

"Ele vai nos deixar! Mas como alguém pode abandonar a própria família? Ele andava meio distante sim, mas ir embora?! Ele não a ama mais? Um menino? Meu pai preferiria ter tido um filho homem a mim?"

ImperfeitosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora