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Com as 4 acordadas, decidiram descer e se reunir na mesa de refeições.

Hyein, apesar de visivelmente preocupada, ainda lutava contra o sono e apoiava a cabeça no ombro de Minji. O gesto era simples, quase automático, mas Minji mal conseguia se concentrar nele. Uma sensação ruim lhe apertava o peito, sufocante, como se o ar tivesse se tornado denso demais para ser respirado.

Ela inspira fundo, mas não adianta.

A floresta ainda estava sutilmente escura e as outras não esperavam que fosse algo mais grave do que algum escoteiro sendo atacado por um animal exótico. De qualquer forma esperariam o motivo aparecer para que ajudassem.

— Por que você está tão calada? — Danielle, que estava ao lado de Minji questiona.

— É só uma sensação ruim. — A mais velha responde.

Haerin, sentada à frente delas, revira os olhos, tentando soar despreocupada, embora seu coração aperte vendo o olhar perdido da Kim.

— Deve ser só a floresta reagindo a alguma coisa — diz. — Algum humano perdido ou um animal fora do território. Acontece.

Nem ela acredita nisso, pois sente o mesmo receio.

Alguns minutos se passam, a mata proxima ainda está envolta por uma penumbra azulada. O amanhecer parece atrasado, hesitante. O vento sopra fraco, mas irregular, como um sussurro interrompido.

Apesar de negar para si mesma, Haerin sente o mesmo aperto que Minji, e de alguma forma o seu incômodo é mais intenso, como se algum vínculo tivesse sido rompido.

Mas seu coração acelera ainda mais quando estalos de troncos quebrando são ouvidos ao longe.

— Ouviram isso? — Haerin pergunta, já em pé.

Outro estalo.

Mais perto.

As demais levantam, Hyein por último ao ser acordada por Danielle. As garotas ficam imóveis, observando na direção do barulho, prontas para se defenderem.

Está se aproximando.

Minji sente o corpo arrepiar inteiro.

E a Kang sente seu estômago se revirar ao mesmo tempo em que uma vontade avassaladora de chorar lhe atinge.

E então, surge, entre as árvores.

Folhas são esmagadas sob passos irregulares.

A figura de Hanni aparece para as outras fadas, seu rosto está completamente molhado de lágrimas e suas pernas parecem arranhadas pelos inúmeros espinhos que se agarraram a ela durante o percurso. Seu cabelo está desgrenhado, preso à pele úmida de suor e choro, e cada movimento parece exigir um esforço desproporcional.

— Hanni...

A última coisa que ela vê é a sua irmã mais nova, que acaba por ir ao chão no mesmo segundo em que sua própria visão escurece.


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ASAP • CatnipzWhere stories live. Discover now