Psicologia do Sexo

03. Apresentações Informais

Hannah Jenkins.

Vinte e seis primaveras.

Melhores notas obtidas na Universidade de George Washington.

Psicóloga recém-formada.

Profissionalismo e eficiência visíveis.

Pode ser a pessoa que venha ter as respostas para os seus problemas.

Tem pernas bonitas demais para ignorar.

Bem, essa última parte não era, especificamente, de sua conta.

Então ele ignoraria.

Tomou passos largos e fortes até seu escritório, impedindo sua mente de pensar demais. O dia nem havia começado, mas Thomas já podia sentir suas forças ruindo aos poucos. Lidar com Melissa, estar encoberto com a responsabilidade de assumir a empresa no lugar de seu chefe e ter de assegurar o bem-estar de uma nova funcionária do porte de Hannah não era bem os itens que ele colocaria em uma lista interessante. Na verdade, o último item ele nem sequer colocaria em uma lista. Era o total dever de Clifford Heather, somente dele, de tomar conta das instalações de Hannah e depois viajar com sua esposa necessitada de atenção. Não entendia o porquê de estar tão perturbado com a moça, visto que ela parecia ser uma boa pessoa, mas algo em seu sexto sentido não se encaixava. E o rapaz tinha um bom sexto sentido, mesmo que ele não cooperasse às vezes.

Crispou os lábios por um momento e balançou a cabeça, deixando os pensamentos fluírem para outro canto quando abriu as portas do escritório, adentrando a sala.

Estava convencido de que, em algum momento, o dia poderia melhorar, mas logo suas esperanças esvaíram quando o olhar malicioso e brilhante de um Andrew tomou conta de sua visão. Franziu o cenho enquanto via a figura despojada do amigo girar a cadeira por trás de sua mesa.

Isso não ia prestar.

— Seguiu meu conselho? — ele sorriu amplamente e Thomas revirou os olhos, caminhando em direção à mesa e deixando a maleta por cima dela.

— Não comece com isso outra vez. — advertiu, semicerrando os olhos.

— Ah, vamos lá. — Andrew se levantou e segurou nos ombros do amigo, apertando-os. — O que custa sentar com a novata e conversar sobre você, sua esposa e seu casamento fracassado? — ele arregalou os olhos de modo dramático. — Vai me dizer que você achou ela mais interessante que a ruiva?

Thomas empurrou o amigo de lado enquanto se sentava em sua cadeira, procurando formas de dispensar Andrew para bem longe dele.

— Eu não sei se você entendeu o que acabou de dizer, mas eu sou casado. — seus olhos estavam dançando pelos papéis, sem encarar Andrew, mas conseguia sentir o sorriso de escárnio dele emanando energias ruins. — Posso ter meus problemas com Melissa, mas uma recém-chegada bonita não será a razão de mais um deles. Eu não vou procurá-la porque eu não vejo motivos para isso. Eu consigo me resolver sozinho.

— Você é o sujeito mais orgulhoso que eu já conheci. — o amigo torceu o nariz.

Antes que Thomas pudesse responder, três batidas na porta despertaram a atenção de ambos e logo ele reconheceu quem estava do outro lado. Autorizando a entrada, a figura pequena e nariz empinado de Christine apareceu, mas seu sorriso presunçoso diminuiu quando seus olhos reconheceram Andrew no local. Bufou alto e Thomas puxou um sorriso de canto disfarçado.

— Não sabia que você já estava tão mal acompanhado essa hora da manhã. — ela torceu o nariz para Andrew e se aproximou da mesa de Thomas com passadas de salto audíveis.