Helô e Guida foram até à farmácia e compraram o teste, e por mais que sua prima tenha insistido, Heloísa não teve coragem.
Foram para a aula, jantaram, ela conversou com Stênio. Tentou distrair sua mente ao máximo, mas era simplesmente impossível. Porque quando olhou para Stênio a única coisa que conseguiu pensar foi, será? Será que ela estava carregando um pedacinho dele dentro do seu ventre? E esse sentimento a aterrorizava, não era uma criança assustadiça, não foi uma adolescente medrosa, e agora adulta, aquela provavelmente era a situação que a tinha aterrorizado mais.
Já passava da meia noite, Guida já estava dormindo, mas Helô permanência acordada, ela e sua mente inventando mil cenários, não podia ser. Podia? Não estava pronta. Estava? Definitivamente não.
Rolou na cama, mudou de posição, mas o sono não vinha, estava demasiado aterrorizada para dormir.
Caminhou com passos lentos até à sala, vasculhou na sua bolsa pela caixa, e depois correu para o banheiro.
Observou a caixa do teste, fez questão de ler as instruções, uma, duas, três vezes. Queria ter certeza que estava fazendo certo.
Fez tudo direitinho, e agora só restava esperar.
Apoiou as mãos na pia do banheiro e suspirou antes de se encarar no espelho. A preocupação estava estampada no seu rosto, estava mais branca que o costume. Ela não tinha cara de mãe, não tinha. Era jovem demais... Menininha demais, e condições? Como ela teria condições de criar uma criança sendo que só tinha um teto sobre a cabeça por conta da faculdade?
Foram os minutos mais longos da sua vida. Seu coração pulava e dançava no peito, sua cabeça a mil.
Pegou no teste com as mãos trémulas, contou até três e olhou.
Duas linhas, duas linhas fortes a vermelho. Estava grávida.
Há falso negativos. Mas falsos positivos...
Sua boca se abriu em choque, porque até fazer aquilo era só uma suposição, era só a semente da dúvida. Agora era real, ela tinha um ser dentro de si, tinha sido burra o suficiente de engravidar...
Engoliu em seco, os olhos cheios de lágrimas, as pernas fraquejaram. Levou a mão livre à boca tapando o soluço que ia escapar dos seus lábios.
Ela se sentou no chão frio do banheiro, encostando as costas na parede e deixando o teste ao seu lado, como se afastar-se fisicamente daquilo pudesse aliviar o peso do que estava sentindo. O silêncio da casa parecia gritar, e tudo dentro dela era confusão.
O que ia fazer agora? Contar? Esconder? Esperar mais um pouco?
Passou as mãos pelo rosto, tentando se recompor, mas bastava olhar de relance para o teste ao seu lado para o desespero crescer outra vez. Estava grávida. Era real.
Sua cabeça foi direto para Stênio. Como ele ia reagir? Ia querer? Ia fugir? Pior, como eles iriam criar a criança?
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De manhã ela levantou- se cedo, não tinha dormido a noite inteira, preparou o café da manhã para si e para a prima.
Guida chegou meio grogue de sono, se achou que estava mal, olhar para Heloísa definitivamente a fez sentir se melhor, ela estava destruída.
"Credo Helô, passou um camião em você?"
Suspirou antes de responder "Não dormi nada..."
"É, isso eu reparei." Deu um gole no café "Mas e o teste hein, fez?"
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Invisible String-Steloisa
RomanceHelô é nova na faculdade, começando sua vida adulta, quando depois de um encontro desastroso ela volta a se encontrar com Stênio, como se houvesse uma corda invisível os ligando.
