Capítulo 4

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Fui para a varanda.

Depois de alguns minutos vi o carro de Luka estacionar. Ele desceu do carro e veio ate mim, levantei e sai correndo ate ele. O abracei com força e comecei a chorar de novo.

- Ei, o que foi? - perguntou colocando uma mexa de meu cabelo para trás.

Entreguei a carta pra ele. Depois de ler ele me olhou com um sorriso meigo.

- Vem! Vamos pra minha casa - disse ele.

- Você não iria sair?

- Não, fica tranquila.

Entramos no carro e fomos para a casa de Luka. Ao entra a mãe dele nos olhou confusa.

- O que foi? Você tava chorando?

- Mãe a Bianca vai dormir aqui hoje ta? - perguntou Luka.

- Claro - disse ela - Mas...

- Depois eu te explico - disse Luka.

- Ta, claro.

- To no meu quarto.

Subimos a escada e fomos para o quarto dele. Ele sentou na cama, sentei em sua frente.

- Que desabafa? - perguntou Luka.

- Você quer ouvir? - perguntei surpresa.

- Quero.

- Eu não entendo - disse - Como assim? Porque eles foram embora? Como isso é pro meu próprio bem? Porque não me contaram antes? Da minha mãe eu já esperava, agora do meu pai...

Eu já estava chorando.

- Ei... Ei... Ei... Calma, você não ta sozinha. Você tem a July e tem a mim.

- A Luka, beleza que você ta me ajudando agora - disse - Mas você sempre me odiou, porque ta fazendo isso, já que esse namoro é uma farsa?

- Eu não sei, só quero te ajudar.

- Eu to confusa! Tenho tantas perguntas e nenhuma resposta - disse.

- Apesar de você não acreditar - disse Luka - Eu vou te ajudar.

- Obrigada.

Ficamos nos encarando por um tempo, ele colocou a mão em minha nuca e me puxou para perto dele, começando um beijo calmo.

Separei-me dele e levantei.

- O que foi? - perguntou confuso vindo ate mim.

- Não - disse colocando a mão na cabeça - Isso não podia ter acontecido.

- Por que? Você retribuiu - disse ele.

- Só não faça mais isso - disse.

- É melhor irmos dormir - disse ele. - Amanha temos aula, e ainda tem que passar na sua casa pra pegar seus matérias.

- Ta - perguntei - É...

- Vem comigo - disse ele. Descemos a escada e fomos ate a mãe dele. - Mãe empresta um pijama pra Bi.

- Claro, vem comigo - disse ela.

Fomos para o quarto dela, que era gigante. Ela mexeu em seu closet e voltou com um pijama vermelho.

- Acho que esse deve servir em você - disse ela me entregando o pijama.

- Obrigada - disse - E desculpa estar dando trabalho.

- Que isso querida - disse ela - Ta sendo um prazer, posso te contar um segredo? Eu sempre quis ter uma filha. Posso considerar uma?

- Claro.

Ela me abraçou animada. Saímos do quarto, Luka estava encostado na porta.

- Pronto? Vem.

Dei boa noite para Anne e acompanhei Luka, entramos em seus quarto.

- É... Boa noite - disse - Em qual quarto eu durmo?

- Aqui - disse ele como se fosse obvio. - Meu pai e minha mãe iriam estranha se você dormisse no outro quarto, eu durmo no chão.

- Por que eles estranhariam?

- Eu nunca trago menina pra cá - olhei para ele - O que? Eu não vou fazer você sabe o que aqui, com os meus pais dormindo no quarto da frente.

- Não disse nada - disse.

- Continuando, e pra eles você é minha namorada.

- Tá.

Ele fechou a porta, ele estendeu uma coberta no chão e colocou seu travesseiro. Foi ate o seu guarda-roupa e pegou dois cobertores e um travesseiro.

Ele colocou na cama uma coberta e um travesseiro.

Tirou a camisa e deitou no chão se cobrindo.

- Qual é? Vai ficar ai parada?

Entrei no banheiro e coloquei um pijama, ele ficou certinho, mas achei um pouco curto e colado. Sai do banheiro, Luka me acompanhou com o olhar ate eu deitar.

- Boa noite - disse.

- Boa.

Virei de lado e dormi.

Acordei peguei meu celular que estava debaixo do travesseiro, era meia noite e meia. Dei um olhada em Luka, ele ainda estava acordado, nossos olhares se encontraram.

- Ainda acordado? - perguntei.

- Não consigo dormi.

- Por que?

- O chão é muito duro.

Dei risada.

- Não? Serio? Descobriu isso sozinho?

- Para, ta bom - disse ele - To acostumado a dormir em uma cama macia e não aqui.

- Vem pra cá - disse.

- Apesar de nos odiar, eu não vou deixar você dormir no chão.

- Dormi aqui comigo - disse - Tem espaço suficiente pra nos dois.

- Meu Deus - ele se sentou colocando a mão em minha testa - Você ta com febre?

- Não me faça mudar de ideia - disse.

Ele sorriu, pegou o travesseiro e se deitou do meu lado. Deitei minha cabeça em seu peito e dormi.

Mesmo que eu te odeieOnde as histórias ganham vida. Descobre agora