Blame It On The Rain

Dias atuais.

Eu sabia que precisava cantar aquela musica, era uma necessidade. Talvez ao revelar meu sentimento, isso tudo acalme e eu enxergue que não o amo como acho. As meninas poderiam estar certas, então eu deixaria Ryle se casar feliz. Mas algo me dizia que eu estava profundamente enganada. Como não podia ser amor? Tudo bem que eu nunca tinha nenhum contato físico com ele, além de carinhos de amigos.
Mas só de saber que a pessoa existe, já é possível se apaixonar.
Por Deus, eu sempre amei esse garoto, sempre estive aqui pra ele e cuidava dele como se fosse minha vida. Talvez fosse. Talvez ele seja o grande amor da minha vida. Aprendi com Lexy, que temos dois amores na vida: o amor épico e o amor pra vida toda.

Flashback On

- Nina , entenda uma coisa, ele pode sim ser o amor da sua vida, como também pode ser seu amor épico! Você, e só você, tem que saber como "classificar" esse sentimento por ele. - Lexy dizia calmamente, como se eu fosse uma criancinha de quatro anos. Lexy era, com certeza, a mais inteligente e conselheira das meninas.
- Lexy presta atenção no que você tá dizendo! Como vou conseguir amar outra pessoa como eu amo o Ryle?
- Nina meu amor, a intenção de amar outro alguém é exatamente essa... Não amar igual. Você pode amar outro com mais intensidade, como pode também nem chegar perto do que sente pelo Ryle, arrisco dizer que ele é, com toda experiência que tenho, o seu amor épico.

Off

xxx

A musica estava pronta. E eu iria toca-la na semana seguinte e, consequentemente, o dia da viajem. É, eu ia mesmo viajar pro Brasil, estava com saudades do sol forte, das praias, das pessoas e da minha família. E era uma desculpa também. Eu não queria -ou não deveria - interromper o casamento de Ryle, com a velha desculpa "Você não pode se casar com ela, por que eu te amo!". Bela desculpa mesmo, seria um ótimo escape se ele me amasse também, não acham?
Ah... se ele me amasse tudo seria tão diferente! Eu não estaria fugindo dele e muito menos escrevendo essa musica. Que vai por um ponto final em tudo, a qual ele vai perceber cada sentimento reprimido que eu tive. Talvez ele só acha que eu fui idiota em amar ele. Ou talvez ele enxergue que ninguém mais vai amar tanto ele como eu amei.