- Passado.

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Oi, eu tô repostando o capítulo porque o watt tava bugando ele e tudo mais.

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passado adj.

1. Pretérito; que decorreu; que passou no tempo: momentos passados.

O prato de porcelana repousava em seu colo, a sopa parecia mais fria agora, já que Clara se revusava insistentemente em comer.

- Eu não quero! - Repetiu mais uma vez, sua vez um tanfo infantil.

Chris suspirou e deixou o prato de lado, aconchegando-se mais na cama onde sua mãe repousava.

- Você precisa se alimentar, mamãe.

Clara encarava os cantos do quarto, seu distúrbio fazia ela levar a crer estar sendo perseguida. Os cantos a assustavam, alucinação que a qualquer momento algo pularia dos cantos do quarto.

- Eu não posso comer enquanto eles estão tentando me pegar! - Suplicou, seus olhos varrendo o quarto de uma forma estranha.

- Você parou de tomar os remédios de novo? - Encolheu os ombros.

Clara era uma das pacientes que mais davam trabalho, quando se menos esperava ela estava escoendedo os remédios detro do colchão, ou até mesmo fugindo para o refeitório para se esconder.

- Eles me dão sono e eu preciso estar acordada para quando eles virem! - Resmungou, mordendo a ponta de uma mecha de cabelo.

Chris coçou a barba rala e se levantou da cama.

- Você promete que irá tomá-los corretamente se eu mudar sua medicação para uma que não dê sono? - Blefou.

- Você faria isso por mim? - Seus olhos se iluminaram, e pela primeira vez naquele dia ela o olhou nos olhos.

Chris sorriu e se ajoelhou ao lado na cama, recebendo um afago em seu cabelo.

- Eu prometo que farei isso para você, mamãe. - Sorriu largo, repousando a bochecha no colo da mulher.

- Meu pequeno Chris... - Ela murmurou ainda o acariciando.

Eram raros os momentos em que Clara parecia ter o pingo de consciência. Chris usufruía desses poucos momentos para suprir sua necessidade materna.

Pensava se deveria contar a Taylor sobre Clara, mas não sabia como a menina iria reagir ao estado de sua mãe. Até mesmo Chris se assustou ao encontrar Clara daquele jeito.

Ninguém sabia ao certo de onde vinha a deficiência da mulher, e nem como ela havia chegado ali. Algumas enfermeiras contavam uma lenda de que ela mesma havia ze internado ao perder o marido e os filhos em um acidente.

Mas é claro que ninguém ali sabia que Chris era o filho da Clara, era algo que ele não revelava para não correr o risco de ser transferido para outra clínica em outro estado. Não poderia arriscar enquanto seu serviço fosse supervisionado pelo governo.

Ele deixou o quarto, e já estava tarde o suficiente para ele se atrasar para o jantar, mas resolveu correr e não decepcionar sua mulher.

Estacionou o carro na garagem e trancou o portão da frente, como sempre fazia, checou a correspondência e caminhou pelo jardim bem aparado até a porta.

Taylor estava sentada no último degrau da escada, que dava de frente para a porta de entrada. Já estava ali fazia um bom tempo esperando por seu irmão.

Marzia secava as mãos quando abriu a porta para o esposo, sorriu e o beijou nos lábios.

- O jantar já está quase pronto. - Ela anunciou com seu sotaque bem puxado.

Cores.Where stories live. Discover now