XXVI

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O momento em que meus pés, ou patas como preferir, tocaram o solo iluminado pelo sol da tarde, deixando de lado o ar úmido que me envolvia e indo de encontro ao calor que me abraçada, a luz tão intensa que me cegou momentaneamente, mas ao abrir os olhos e me ver no topo, no alto, na ponta daquele gigante morro eu me senti importante, forte, imbatível, poderosa entre outras sensações indescritíveis, um prazer diferente.

Estava tão focada na corrida que tudo o que se passou, ou o tempo que levei para chegar ate aqui, passou despercebido, mas a cena que agora presencio é quase surreal, onde as nuvens corriam cortando o céu, as aves batiam suas asas iluminadas pelo sol e o sol, que deixava sombras na extensa colina abaixo das nuvens.

Meus olhos lagrimejam de emoção ao ver a paisagem a minha frente, como se eu fosse maior e mais importante que tudo e todos. A sensação era prazerosa e o vento que batia em meu rosto era refrescante.

Eu não sabia o que me fez subir tão desesperadamente esse morro, mas a necessidade ainda estava aqui, implantada no meu peito, eu precisava achar alguma coisa aqui, tem alguma coisa aqui que me fez subir tão desesperada e agora meus olhos varrem o espaço a minha volta a sua procura.

...

Os lobos de guarda, foram pegos desprevenidos pelos lobos guerreiros de Dylan. Uma guerra assim do nada para eles era algo inesperado já que sempre era marcado um dia em especial e nunca fora surpresa, mas isso não dificultava tanto aos lobos que guardavam a grande casa, eles não esperavam e sim, estavam surpresos, mas estavam tão preparados quanto em uma guerra marcada com um local e horário.

Os lobos que estavam em torres estrategicamente escondidas, observaram o que acontecia logo abaixo deles e não demoraram a pegarem suas armas de alta precisão e longa distancia e ajudarem seus parceiros, enquanto um comunicava o alfa que ainda se encontrava dentro da casa.

As torres eram altas, de baixo pareciam tocar o céu onde o sol reluzia os canos das armas. Os guardas com suas armas atiravam em seus alvos incessantemente, fazendo rastros imperceptíveis com as balas que com sua velocidade, logo chegavam ao seus inimigos.

Quando o comunicador soou, o alfa olhou para ele surpreso, queria arrancar a cabeça de quem quer que fosse que o estava incomodando, mas logo ficou em alerta. Ele sabia que ninguém iria o interferir em um estado de raiva tão grande, então deixou de lado o emocional que queria aquela loba atrevida que tinha fugido de suas garras e pegou o comunicador.

Enquanto a pessoa do outro lado lhe passava todo o estado envolta da casa, os lobos que lutavam bravamente sangravam e lutavam pelo seu ideal, sua missão.

Dylan estava à frente de todos. O plano de Débora de pegá-los em surpresa havia funcionado mais que bem e eles conseguiam avançar consideradamente. Seu tornozelo sangrava e corria mancando sem se importar com a dor em direção ao seu próximo alvo. Quando uma mordida que desferiu no seu oponente sangrou ao ter pegado uma das artérias importantes do pescoço o fazendo cair choramingando até a morte, Dylan acenou para que todos os seus avançassem e assim que foi passado para trás uivou.

Seu uivo foi tão forte, tão alto e tempestuoso que todos que estavam ali, seus guerreiros tiveram mais e mais incentivo. O sangue manchava todo o pelo dos lobos que tinham como pelagem o branco, caramelo e/ou castanho. Alguns de seus guerreiros estavam sendo feridos, estaria tudo bem se as balas estivessem se curando e então veio à constatação, eram balas de prata.

As balas de prata eram tão pontudas capazes de perfurar a grossa camada de pelo, o que outras balas comuns não conseguiam e a prata era tão poderosa em seus ferimentos que os impedia de se regenerar.

Seus olhos se focaram em um dos atiradores que estava em uma das torres, não precisou muito para ele ser seu próximo alvo.

...

A loba [ REVISANDO ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora