VI

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Depois das dores que senti, agora meu corpo inteiro parece estar nas nuvens. Não sinto nenhum músculo, não tenho controle nenhum do meu corpo. Por um instante achei estar literalmente no céu, que depois do que passei, morri.

Mas essa hipótese se foi quando abri os olhos e senti o vento batendo em meu rosto. Não sei como ou de que jeito mais estava correndo e não por um comando meu. Não sei dizer, eu não me controlava. Minhas forças estavam esgotadas. Por um momento tentei, mas as dores que senti momentos antes tiraram todas minhas forças e apenas deixei me guiar.

Não sei para onde ou o que estava acontecendo comigo, mas a partir do momento em que me deixei levar, sabia que estava sem nenhum controle do meu corpo e então nada mais eu vi.

Acordei pensando que tudo foi nada mais que um sonho, mas acordar e se ver no meio de uma floresta não é lá um bom jeito de acordar.

O céu ainda esta meio alaranjado o que significa que ainda é de madrugada. Não sei como parei aqui, mas sei que tenho que voltar rápido para o orfanato antes que alguém desse por minha falta.

Não sei em que floresta, mata ou algo muito parecido estava, mas precisava sair daqui.

Andei, corri, até achar alguma saída.  Me encontrei em uma rua e finalmente, me situei em que lugar estava. Duas ruas acima do orfanato onde tem um parque e logo atrás uma pequena reserva florestal. Não sei como vim parar aqui, mas não tenho tempo para pensar, tenho que ir embora e rápido por que já está amanhecendo.

Correndo o mais rápido que posso, até me assustei por que estou correndo muito mais rápido do que sempre corri, chego ao orfanato em tempo recorde.

A porta dos fundos já está aberta o que quer dizer que a Helen já acordou.

Entro e torço para que não me encontre com ela. O que da certo. Esgueirando-me pelos cantos sigo em direção as escadas e em seguida ao corredor.

Chego ao meu quarto e fecho a porta atrás de mim assim que entro. Dou um longo suspiro, estou com muita sorte.

- O que aconteceu com a sua roupa? - dou um pulo ainda encostada-se à porta. James estava em frente ao espelho arrumando a camisa do uniforme.

Olho para baixo e vejo que minha regata já não é branca e meu short está em farrapos.

Sem lhe responder, peguei o uniforme que sempre separo para o dia seguinte e corri para o banheiro. Precisava urgentemente tomar um banho.

Passando as mãos em meus cabelos ainda havia folhas e galhos de onde eu supostamente passei a noite.

Estava me sentindo cansada, fraca e com dor que me lembrava da noite passada em que eu nada lembro. Estava difícil me entender. Por mais que me esforçasse, não conseguia me lembrar de nada mais do que o vendo batendo em meu rosto.

O segundo sinal bateu enquanto passava sabonete e tentava livrar meus longos cabelos das sujeiras. Estava difícil mais consegui tomar o banho super, mega rápido. Estava totalmente atrasada.

Coloquei a roupa rapidamente e sai do quarto me deparando com ele vazio. James já deveria ter decido. Peguei minha mochila e desci correndo a escada, mas como a sorte resolveu dar espaço ao azar, tropecei nos últimos degraus e com a falta de atenção acabe com um galo na testa.

Assim que sai, todos acabavam de começar a caminhada. Passei a mão no cabelo tentando arrumá-lo para que ficasse no mínimo apresentável.

Cheguei à escola e segui para a sala. Parecia que meus dias nunca iriam mudar. Orfanato - escola - orfanato - escola.

Meu corpo todo doía e o cansaço me dominou, acabei dormindo sobre a carteira como sempre.

A loba [ REVISANDO ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora