VIII

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Onde estava com a cabeça quando resolvi me abrir com ele? É claro que ele não vai fala que sou louca na minha frente, aposto que agora ele deve estar arrependido de falar comigo.

Burra, burra, burra.

Sai do quarto e fui até o jardim de trás da casa, quase nenhuma criança vem aqui. Sento encostando a minhas costas na parede e ali sinto a leve brisa vir de encontro a mim. O que eu estava fazendo lá contando todas as coisas para ele?

Melhor esquecer o que eu fiz, ou quase fiz. Ele é até bonitinho, mas nada tenho com isso, muito menos ele.

Levando e me preparo para voltar para dentro. Precisava desse meio tempo para esclarecer meus pensamentos.

- Vem! - alguém segura meu pulso e me puxa em direção a frente do orfanato

-Ei me solta. - tento puxar meu pulso, mas ele me prende mais.

Assim que saímos tem um carro preto com os vidros escuros.

- O que você esta fazendo? - pergunto me debatendo até ser jogado no banco de trás.

Meu deus o que ele esta fazendo?

- Me tira daqui James! - digo quando ele se senta no banco do passageiro na parte da frente.

- Confia em mim pelo menos uma vez na sua vida. - grita olhando pra frente enquanto o carro se põe em movimento;

Fico assustada. Lógico quem não ficaria, o que será que esta acontecendo?

- Mariana você esta correndo perigo, e eu apenas quero te ajudar - diz assim que o carro da partida.

- Eu não pedi sua ajuda! Agora será que pode me falar o que esta acontecendo?- pergunto vendo o carro acelerar na pista.

- Droga garota! Estou pondo minha vida em risco apenas para salvar a sua! - diz ele nervoso - Será que dá pra confiar agora? - aceno um sim com a cabeça assustada com a reação dele. Salvar.... Minha vida?

- Primeiro: tem pessoas atrás de você e te garanto que ela não querem ser seus amigos.

Fico quieto esperando ele terminar.

- Vou te contar tudo, mas você tem que acreditar por que se não tudo isso foi em vão.

Aceno um sim com a cabeça. Ainda estou encolhida no banco de trás do carro e até agora não percebi quem dirigia. Não que eu esteja com medo, só não estou acostumada com essa sua reação.

- Olha você não é quem você pensa que é. - Ele olha para trás pelo retrovisor e suspira em... alívio?

- Olha o que ele ta querendo dizer é que você não é apenas uma humana. - é a vez da pessoa que esta dirigindo falar e me assusto com a mulher loira de uma voz harmoniosa falar - Você é como nós!

Fico sem entender nada, ela o olha e ele nega com a cabeça.

- Nem isso deu pra falar para ela? O que você foi fazer afinal? - Repreende James e quando ele se prepara para falar mais, ela o corta - Você já ouviu falar em lobisomem? - pergunta de olho na estrada.

O que? Ela esta brincado comigo?

- Não me fale... - sou interrompida pela mesma.

- Sim é. Mais não o mostro que todos falam, o povo que tem uma boca enorme para inventar histórias, mitos ou quaisquer superstições. - fico de boca aberta. Agora só falta falar que sou um.. - Sim nos somos, e não somos os únicos.

- Vai com calma Débora, é muita coisa... - legal, parece que ela adora interromper.

- Ela tem que saber! - ela dá um grito agudo o olhando com raiva, com um olhar que o faz ficar quieto na hora.

A loba [ REVISANDO ]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora