XIII

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Havia se passado duas semanas, nunca mais o vimos e nem fomos ameaçados. Porém estavamos preparados. Luke e seu irmão Drake nos deram aulas de auto defesa nessas semanas, e Nathan havia entregado armas para nós e explicou como usá-las e quando usá-las. Harry nos lembrava a todo momento de nunca atirar, apenas em caso de vida ou morte, para que nenhum de nós sejamos presos.

A partir de hoje, todos andariam com suas armas para todos os lados, meus pais estavam conectados conosco vinte e quatro horas por babás eletrônicas e celulares, não estavam armados, mas tinha seis seguranças ao lado.

- Mamãe. - Antônio me chamou. - Porque eu tenho seguranças e não posso sair para brincar como as outras crianças?

- Eu gostaria muito de te explicar meu anjo, mas você não precisa saber disso agora. - Beijei sua cabeça. - Só estamos te protejando do mundo.

Passei a mão em seus cabelos e um tufo saiu em minha mão.

- Eles estão caindo bastante olha. - Ele dessencontou do travisseiro que estava coberto de cabelo. - É por causa dos remédios, a vovó já me contou. - Assenti. - Ela também disse que eu estou melhorando, talvez eu precise de um pouco de sangue. Ela acha que eu sou vampiro. - Ele sussurrou e eu ri.

- Não está triste por ver seu cabelo caindo? - Meus olhos marejaram.

- Estou, de vez em quando eu choro.

Deitei do seu lado, sentei-o em meu colo e comecei a ninar. Antônio encostou a cabeça em meu peito e começou a chorar, encostei meu rosto em sua cabeça também chorando.

- Vai ficar tudo bem meu amor. A mamãe te promete que tudo isso vai passar, tá bom? Acredita na mamãe? - Ele assentiu.

- Me sinto cansado mamãe, não consigo mais brincar.

Nathan apareceu na porta do quarto com uma sacola da Lego, o olhei pedindo ajuda e ele me fez um sinal para que eu mantesse a calma. Ele colocou a sacola na poltrona e veio até nós.

- E ai campeão, como estamos?

- Cansado papai. - Antônio o respondeu chorando. - Eu quero ir embora, eu quero minha casa, meu quarto e meus brinquedos.

- Vem aqui filho. - Nathan o pegou no colo. Aproveitei para secar minhas lagrimas e me recompor. - Lembra que explicamos como seria e que dissemos que não seri fácil?

- Mas está muito dificil papai, estou ficando careca e não consigo mais brincar.

- Eu sei meu amor. - Percebi que os olhos de Nathan começaram a marejar. - O que você mais gostaria nesse momento?

- Ir para casa. - Eu sorri, Nat estava segurando o choro, então resolvi falar antes que ele chorasse.

Nathan sempre foi o cara que falava que homem não chora, e eu nunca o vi chorar desde o meu sequestro. Sei o quanto está sendo dificil para ele, ser pai, e ser pai de uma criança doente, o quanto é dificil para segurar o choro e motrar para o seu filho que está tudo bem, e que tudo vai se resolver.

- Vamos conversar com o médico e ver se conseguimos te levar para casa tudo bem? - Ele assentiu. - Antônio, eu sei que não está sendo fácil filho, mas o que acha de dar um fim nessa cabelera e aderir um novo visual?

- Eu gosto do meu cabelo mamãe.

- Eu sei meu amor, mas ele está caindo muito, e você pode aderir um visual novo e usar com vários bonés irados.

- Todos do hopital tem esse novo visual mamãe, e eles não gostam. Alice, minha amiga ela ficou careca hoje e está chorando muito.

- Talvez você goste do novo visual. - Nathan falou. - Meninas normalmente não gostam de ficar carecas, mas conheço muitos meninos que gostaram de não ter cabelo.

Meu Segredo (não revisado)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora