Capítulo 8

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P.v Vick

Era ele o maldito do Marcos!
Eu não suporto mais, eu preciso.... Eu não quero ele na minha vida nunca mais.
Não posso falar para ninguém.
Fico no meu quarto de baixo do edredom, como minha única proteção.
Sinto as lágrimas quentes descendo pelo meu rosto, caem como uma cachoeira, minha dor é grande, eu não quero ele perto de mim.

Lembro daquela tarde como se fosse hoje, daquele sangue escorrendo, eu não queria... Eu juro que não... Foi um acidente.
Minha cabeça doe, vou me arrastando ao banheiro e me olho no espelho, estou com os olhos vermelhos e inchados. Sei que isso vai me causar olheiras enormes.
Preciso dormir e esquecer disso, ninguém pode desconfiar.
Lavo meu rosto, e deito na cama. Fico um tempo rolando na mesma. O que não dá certo vou para o banheiro.
Eu não consegui pegar no sono. Quando fecho meus olhos é a imagem dele que me vem. Á escada, o choro... Suas palavras me vem na minha mente.

-ASSASSINA...

Me agarro as minhas pernas e fico ali, no chão do banheiro gelado, me "protegendo" de todo "mal".
Depois de uma hora não sei exatamente, quanto tempo fiquei ali, levanto e vou pegar o celular, preciso me distrair, com alguma coisa nem que seja joguinhos fúteis. Tenho e-mails novos.
Tem um e-mail da Ella.

De: Ella Albuquerque
Para: Victória Bittencourt
Assunto: preocupação!
Amiga você está bem?
Me liga assim que puder.

Respondo rapidamente que estou bem, e que não se preocupe.
Tem muitos e-mails me convidando para festa entre outros, tem um que me chama atenção é do Diego, bom é o que está escrito.

De: Diego Monttinegro
Para: Victória Bittencourt
Assunto: caixa
Sobre que caixa sua mãe estava falando? Fiquei curioso!

Como ele conseguiu meu e-mail eu nem o conheço direito, respondo seca afinal eu não saio por ai falando da minha vida para qualquer um.

Ele não é qualquer um, você gosta de estar nos braços dele. Você se sente bem ao lado dele.
É até pode ser, mas isso é um mero detalhe.

De: Victória Bittencourt
Para: Diego Monttinegro
Ela se confundiu...
E como conseguiu meu e-mail?

Não espero pela resposta, desligo o celular, e desço as escadas, não vai adiantar ficar no quarto, sempre que eu fechar os olhos vou lembrar daquele maldito, vou lembrar do meu sonho.
Vou à cozinha tomar um copo de água.
Quando estou subindo para meu quarto encontro com o Rafa.
Ficamos um olhando, para o outro sem dizer uma palavra, como se tudo que eu quisesse dizer a ele não precisasse, lembro de tudo que disse à ele, eu sempre tive total confiança.
Sempre corri para seus braços, meu porto seguro, meu irmão, meu amigo, meu parceiro do crime, sempre cuidou de mim! Sempre!

Olho para ele, e balanço a cabeça negativamente, me viro para subir as escadas, ele segura em meu braço, me forçando a olha-lo.

-Vick, podemos conversar.
-Não
-Por que?
-Melhor não, Rafa. -digo cortando o assunto.

Me solto dele. E subo as escadas.
Entro no meu quarto, e me jogo na cama, ele entra no meu quarto.

-Vick me escuta, por favor! -diz.
Não olho para ele, ficou agarrada ao travesseiro.

Sei que é meio infantil da minha parte, mas fazer o que?
-Vick eu só ti peço uma coisa, olha para mim, e deixa eu ti explicar.

As palavras do meu pai me vem à mente "Não fique brava com seu irmão ele só quis te proteger".

Perdoa ele, seu pai descobriu sozinho, não foi o Rafa quem contou, meu inconsciente grita!

Relutantemente olho para ele.
Ele senta-se na cama, na minha frente, sento e não digo nada, fico esperando que se explique.

Tinha que ser você?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora