Como dito anteriormente, ir para essa tal escola se tornou uma obrigação, depois de conseguir me livrar daquela multidão de adolescentes super vitaminados que se aglomeravam ao meu redor ( o que foi bem complicado devido ao meu "probleminha" com a minha altura) voei para casa com a mair velocidade que pude em minha velha bicicleta ( e põem velha nisso!) e ao chegar o que encontrei, foi uma mala enorme contendo todos os meus pertences, olhei para minha mãe que apesar do sorriso não parecia nada feliz.
- Que bom que chegou filha...
O clima tenso fazia um nó na minha garganta, do qual eu não conseguia me livrar, não me lembro bem das palavras seguintes de minha mãe, apenas de um longo e doloroso:
- Boa viagem...
Me vi no porto ainda pasma com tudo aquilo. o enorme barco a minha frente ficava turvo enquanto minha visão embaçava, aqui começava a aventura, subi a bordo, e fui recebida por uma enorme festa (porque ali tudo parecia se resumir a música e gritos) havia recebido instruções para seguir até a porta no final do corredor o que provavelmente seria meu novo quarto. Por sorte, ficava perto de uma janelinha que dava direto para o mar (bom, pelo menos eu podia fugir se aquela história começasse a me aborrecer) precisava descarregar a mala, e como não tinha muitas coisas, foi bem fácil essa parte, deitei na cama ( a cama tinha colchões de água o que achei bem confortável, e o quarto em si me lembrava um cruzeiro de férias com a família ) depois de algum tempo, achei que não seria muito interessante ficar deitada lá e resolvi sair para conhecer os outros 11 que haviam sido "escolhidos" para esse cruzeiro da tortura.
Pelo jeito, havia sido a primeira a chegar, pois todos ainda se despediam de seus familiares, apenas um garoto ( ao qual reconheci de imediato como o menino do píer) estava encostado no casco do navio olhando para algum lugar distante. acabei inventando um jogo bizarro de adivinhar o nome daquelas pessoas.
- Aquele...deve ser Akzar, afinal era o único nome diferente na lista, e aquela menina...
Estava olhando para uma garota loira de sorriso meigo que mais se parecia com Alice (minha personagem favorita de livros e filmes )
- Deve ser Mary Ann...
- E você é a senhorita Scaininse, acertei?
Levei um susto, a voz grossa e o cheiro forte de bebida me fizeram estremecer, olhei para trás e o que vi foi um homem de quase meia idade bastante magro e com a barba mal-feita, usava um sobretudo rasgado, tinha um sorriso amarelo que era calmo e amedrontador ao mesmo tempo, ele segurou minhas mãos e as beijou.
- Permita-me que eu me apresente, sou Cornélios Blump, capitão deste navio.
( Fiquei sem reação, até o rosto de Cornélios começar a me apressar)
- Muito prazer...
lembrei na hora quem ele era, o homem do navio, porém de perto ele não parecia nada com o Tarzan...
- Ludmila?!
Acabei me perdendo nas palavras e ele achou aquilo cômico, porque deu uma risada longa e parou um bom tempo pra respirar depois dela.
- Bem, nos veremos por ai, espero que seja mais esperta do que aparenta ser.
Não sei se aquilo foi um insulto ou um elogio, mas aceitei mesmo assim, sorrindo e acenando feito os Pinguins de Madagascar.
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O inicio: começo da tempestade
Mistério / SuspenseUma pequena explicação: "eramos doze, doze lobos do mar estritamente treinados para fazer apenas uma coisa: lutar por nossos navios. depois de longos meses limpando o convés e esperando um frondoso "terra a vista", estávamos prontos para nos tornar...