Capítulo 12

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Era por volta das sete da manhã quando acordei com um pouco de dor de cabeça pela noite mal dormida. Levantei da cama ainda com os olhos fechados e lavei o rosto com cuidado para não estragar o curativo que Ghost havia feito.
Eu estava escovando os dentes quando ouço uma batida na porta do quarto.

- Bom dia, Mandi.

- Bom dia, Marie.

- Noite longa?

- Estou horrível, não é?

- Não. Você está linda como sempre.

- Você é uma péssima mentirosa.

Marie sorriu e sentou-se na cama para esperar que eu terminasse a escovação.

- Está nevando forte lá fora.

- Justo hoje que eu estou sem casaco.

- E o seu sobretudo?

- Está ali - Apontei para o saco de lixo no chão.

- O que?! - Prontamente ela correu até ele e o abriu. - Me diga que não irá jogá-lo fora.

- Tudo bem então, eu não digo.

- Amanda, está louca? Você pagou uma fortuna nele.

- Ele está coberto de sangue. Mesmo que eu o lave, não quero ter a lembrança da noite passada toda vez que usá-lo. - Ouço Marie suspirar ao encarar a peça de roupa mais uma vez. - Vamos, Marie, deixe isso aí. É apenas um casaco.

- Tudo bem. - Ela o embrulha novamente no saco.

Vesti a mesma roupa da noite passada, afinal, eu não tinha muita escolha. Novamente dobrei o pijama e o coloquei sobre a cama ao lado do meu celular.

- Adivinhe quem estava me ligando ontem à noite.

- Pierre?

- Sim. - Marie revirou os olhos.

- O que ele queria?

- Não sei, não quis atendê-lo.

- E nem deveria. Aliás, eu não sei porque você não o bloqueia de uma vez.

Fiquei em silêncio, encarando a tela do celular.

- É melhor irmos logo ou vamos perder o café da manhã.

- Como assim perder?

- O café é servido às oito e se perdemos, ficamos sem comida.

- Como sabe?

- Gaz me contou.

- Gaz?

- Sim.

-Quando?

- Ontem.

- Em que momento?

- Está me interrogando?

- Desculpe, eu só não me lembro de tê-lo ouvido comentar sobre isso.

- Nós conversamos por telefone. Ele me mandou mensagem perguntando como eu estava e me convidou para darmos uma volta. - A cada palavra que saía da boca de Marie, minhas sobrancelhas se curvavam cada vez mais.

- Por isso não estava no seu quarto ontem à noite.

- Você foi até meu quarto?

- Sim, meu rosto estava sangrando e eu não sabia o que fazer. - Virei o rosto e apontei para o curativo. - Mas Ghost me ajudou.

- Ghost?

- Sim.

- Quando?

- Passava das duas da manhã.

Amor, guerra & café - Simon Ghost RileyOù les histoires vivent. Découvrez maintenant