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Uma gota de suor frio escorre pelo rosto de Sebastian, que estava sendo consumido por uma mistura de ódio e repulsa. Com os olhos fechados ainda, mas a mente nítida, ele começa a se perguntar por que sonhava apenas agora com aquilo depois de meses. Ele, que matou sua namorada no auge de uma discussão enfurecida, está sendo assombrado por seus próprios atos em plena madrugada de uma sexta-feira.

‘porra, o que foi que eu fiz?!’ Ele, assustado, se levanta do chão em que estava ajoelhado, segurando uma faca de cozinha completamente ensanguentada. Ele olha para o corpo de uma garota no chão. Morta, pálida, gelada.

Sebastian finalmente acorda num pulo.  lacrimejando, suando e com a cama desajeitada.

“mas que caralho…” – Ele se senta e pega a garrafa de água que estava na mesinha de sua cabeceira, tentando assimilar o que acabara de sonhar.
Depois de repor toda a água que tinha perdido enquanto suava, guardou a garrafa e pegou seu celular.

“Quatro e cinquenta da manhã e eu sonhando com aquela vadia, eu mereço.”

   Michaelis não conseguiu mais dormir após o pesadelo, ficando acordado até sua hora de ir pro trabalho. Ele cumpriu sua rotina normalmente como todos os dias; tomou banho, fez seu café, vestiu seu uniforme e verificou o instagram de Ciel. Ele queria ver qualquer mínima coisa que o garoto sequer postasse.

Ele pegou suas coisas, colocou o sapato e trancou a porta de casa, caminhando tranquilamente até o trabalho.

“Bom dia, Michaelis!” O loiro bonitinho que trabalha na cafeteria da livraria acenava e falava um pouco alto demais para aquela hora da manhã.

“Bom dia, Ronald. E por favor, não grite. São sete horas da manhã” – Ele guardou suas coisas no armário dos funcionários, voltando para o caixa que trabalhava.

“Ui, que cara feia é essa? viu o bicho papão?”

“Não tive uma noite muito boa. E você?” – Sebastian massageava as têmporas.

“Que pena! Minha noite foi ótima, hehe” – O loiro deu um sorriso perverso. Ele teve ‘aquela’ noite.

“Deixa eu adivinhar, você transou?”

Os dois foram interrompidos pelo sino da porta, uma senhorinha entrando.

Sebastian continuou seu dia de trabalho e enquanto atendia os clientes, as palavras de Ronald continuavam a ecoar em sua mente. Ele se perguntava se algum dia poderia voltar a ter uma noite tão tranquila como Ronald aparentava ter tido. Com alguém que o ame intensamente igual a ele, que não o traia de maneira alguma, que não o julgue por ser quem ele é. Alguém como Ciel aparentava ser. Um garoto doce, gentil e meigo. Que estivesse disposto aceitar seu passado podre e seu jeito de lidar com certas coisas.

O turno do homem acabou; Ele arrumou suas coisas, se despediu de seus colegas de trabalho e saiu do local.
Sua cabeça hoje estava tão cheia de turbulências que a única coisa que o fez ficar um pouco mais animado foi ter aberto o Instagram de Ciel e visto que ele havia – finalmente – postado algo nos stories, há trinta minutos atrás. Uma foto de duas tigelas de ramen, uma comida famosa da ásia.

Sebastian deu zoom na tela para ver o nome do restaurante, o fazendo lembrar que havia exatamente um desses na rua da livraria que ele trabalha. “nem fodendo…” – quando de repente uma mulher esbarra nele, fazendo seu celular cair no chão.

“meu deus! mil desculpas.” – a mulher se abaixou, e quando pegou o aparelho percebeu a tela com um trincado no canto inferior.

“Não tem problema, não se preocupe.” – ele sorriu amigavelmente.
‘não é como se tivesse outro espaço na calçada para você passar, né.’ pensou.

Ao pegar o celular de volta da mão da mulher, viu de relance uma pessoa exatamente como Ciel no outro lado da rua. Cabelo azul acinzentado, roupas claras, ecobag.
‘só pode ser ele! É muita coincidência.’

“Por favor, me deixe pagar pelo conserto, eu insisto.”

“Está tudo bem, de verdade. Eu preciso ir.”

Finalmente saiu daquela situação, Ele abriu sua mochila e pegou seu boné, dando início ao seu plano de seguir o garoto para finalmente descobrir onde ele mora.

Ele se misturou à multidão na rua, mantendo os olhos fixos no garoto. Ele o seguiu por várias quadras, sempre tomando cuidado para não ser notado. Quando o garoto virou a esquina, Sebastian acelerou o passo, preocupado em perdê-lo de vista.

Finalmente, o garoto entrou em uma grande casa com enormes janelas e Sebastian parou do outro lado da rua, observando atentamente o número do edifício. Ele notou que a sala que tinha janelas direto pra rua era organizada com prateleiras de livros, uma mesa de estudos, uma enorme cama bagunçada e outras milhares de decorações em tons de azul e branco. Quarto de Ciel.

Ele teve a certeza de que era o quarto de Ciel quando o mesmo entrou com o rostinho meio apático. Ele fechou a porta e retirou sua camisa de costas para a janela, expondo suas belas costas pálidas que delineavam seus ossos.

Decidido, Sebastian retornou para casa, onde passou a noite pesquisando sobre o endereço da casa e qualquer informação que pudesse ajudá-lo a descobrir mais sobre Ciel. Ele mal conseguia conter a excitação, finalmente sentindo que estava mais próximo de desvendar o mistério que cercava o garoto.

Nos dias seguintes, ele continuou a observar o Instagram de Ciel e a frequentar a maioria dos lugares que o garoto frequenta – de acordo com seus destaques da rede social –, na esperança de esbarrar com ele novamente. Enquanto isso, ele cuidadosamente planejava sua abordagem, pensando em uma maneira de se aproximar do garoto sem levantar suspeitas.


-desculpem pelo capitulo ser curtinho :(

obsessão mortal. - black butler | sebaciel. Where stories live. Discover now