I - ҽʂƚύԃισ ԃҽ ԃαɳƈ̧α

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  Setembro, 17
  Yokohama
  06:15

Era o primeiro dia de aulas. Osamu não queria levantar-se da cama, não queria ir para a nova escola. O moreno enrolou o próprio corpo nos lençóis.
Nessa noite, Atsushi, o namorado do seu irmão mais novo Akutagawa, tinha dormido em casa deles.
Dazai escondeu o rosto no travesseiro. A sua vontade de viver era tão pouca, imaginem a vontade de ir para a escola. Sempre acordou muito cedo, então não tinha mais sono. Por fim, Osamu levantou-se ainda enroscado nas cobertas e saiu do quarto, descendo as escadas e dirigindo-se à cozinha.
Seus pais haviam morrido à 8 anos, duas semanas depois do 8° aniversário do moreno, então ele vivia com seu tio Odasaku, que era carinhoso e cuidava dele e do Aku como seus filhos.
Oda já estava levantado à meia hora, e fazia panquecas.
-Bom dia, Osamu. Vai querer? - perguntou, referindo-se ao que estava cozinhando.
-Bom dia, tio. Não, obrigado, não estou com muita fome.
-Ao menos coma algo, não é saudável ir pro novo colégio de estômago vazio.
-Eu sei, já não sou uma criança.
Dazai caminhou até à dispensa e pegou um pacote de Corn Flakes, em seguida foi na geladeira pegar leite e tirou uma taça e uma colher levando tudo para a sala.
Já na mesa, Osamu colocou uma porção de cereais na taça vazia, ensopando-os em leite logo em seguida.
Oda chegou com um prato de panquecas e se sentou ao lado dele, para comer.
-Tá ansioso?
-Mais ou menos.
-Nervoso?
-Um pouco.
-Tem medo de sofrer bullying de novo por suas bandagens?
-Sim. - o moreno respondia de forma seca e direta, inexpressivo.
-Calma, vai ficar tudo bem. Se isso acontecer de novo, você me fala e eu dou uma liçãozinha neles. - Oda o tranquilizou enquanto estalava os dedos das mãos. Não resultou, Osamu ficou até um pouco assustado com a reação do tio.
-C..calma, não precisa matar os pobre coitado.
-Pobre coitado porra nenhuma, quem fizer bullying com você tem é de rezar aos deuses.
-Calma, não vai ser preciso, mas obrigado pela preocupação. - o moreno sorriu pequeno.
Ao terminarem de comer, os dois se levantaram e colocaram seus pratos na cozinha.

[...]

Osamu foi tomar banho. Lavou seus cabelos e seu corpo, passando sabão suavemente por todas as suas cicatrizes sem esquecer nenhuma. As dos braços, da barriga, do peito, das costas, das coxas, do pescoço, e até o pequeno corte recente no quadril, que tinha feito no dia anterior.
Se passou por àgua e saiu da cabine, se secando com uma toalha. No quarto, passou pomada em todos os seus cortes e tapou-os com ligaduras. Dazai abominava todas as suas marcas, achava-as estranhas e feias, e tinha medo de as mostrar para alguém. Era uma insegurança sua. Um medo. Apenas seu tio e seu irmão tinham autorização para ver elas.
Dazai vestiu seu novo uniforme escolar: uma camisa social branca, uma bermuda escura e uma gravata e um casaco combinando com a bermuda.
Para tapar suas bandagens, Dazai usava o uniforme de inverno mesmo estando no verão, ele preferia fofrer um pouco com o calor do que receber ainda mais olhares de lado.
Osamu deirou dois botões da camisa abertos e a gravata larga. Não se sentia nada confortável vestido daquela forma, mas tinha de ser. Só precisava de aguentar algumas horas.
Por fim, o moreno se colocou na frente do espelho, penteando superficialmente seus fios escuros com os dedos. Lavou os dentes, se calçou, pegou a pasta com os cadernos e materiais e se despedindo do tio, saiu.
O seu irmão e o seu namorado começavam as aulas meia hora mais tarde pois ainda não tinham entrado no secundário, então ainda estavam tomando o café da manhã.
-Até logo, tio Oda! Eu já vou indo!
-Até, tenha um bom dia!

Osamu chegou na estação de metrô e se sentou em um dos bancos, esperando pelo próximo. Cerca de 5 minutos se passaram e o metrô chegou, então Dazai entrou e se sentou nos bancos do fundo, encostados à janela. Retirou seu celular e seus fones de ouvido e colocou as músicas Do I Wanna Know - Artic Monkeys, Ride - Lana Del Rey, Thinking Out Loud - Ed Sheeran, Don't Try Suicide - Queen, DEATH - Melanie Martinez, Toxicity - System of a Down, Chop Suey! - System of a Down, Better Alone - Benson Boone, Cry - Benson Boone, Born to Die - Lana Del Rey, Hapiness Is A Butterfly - Lana Del Rey, Locked out of Heaven - Bruno Mars.
Osamu saiu do metrô agora lotado de pessoas e abandonou a estação, ficando de frente para a nova escola. Então ele olhou em frente, ajeitou a pasta no seu ombro, respirou fundo, botou um sorriso no rosto e caminhou olhando em frente de cabeça erguida. Ia dar o seu melhor para não fazer merda logo no primeiro dia de aulas.
Ele não fazia a mínima ideia de onde era a sua sala, e eram ainda 06:45, as aulas apenas começavam às 07:30, então o moreno não viu problema em explorar um pouco o ambiente. Aproveitaria para encontrar algum aluno a quem pedir informações. Osamu começou a ter um mau pressentimento... Por isso mesmo ele iria ouvir o seu pensamento intrusivo. Desistiu da ideia de tentar não fazer porcaria e começou a subir a longa escadaria.

::::::::::::::::::(∩_∩)::::::::::::::::::::

Dazai parou de subir ao se aperceber de que já tinha subido três andares. Sem fôlego, apoiou as mãos nos joelhos e tentou regular a sua respiração.
Osamu olhou o espaço ao seu redor. Diferente dos outros andares por onde tinha passado, aquele andar parecia um estúdio... Um estúdio de dança. Nas paredes haviam vários posters de vários estilos de dança, várias salas e ginásios.
À medida que caminhava, Osamu começou a ouvir a música Roar (Warm Up) - Nate Fifield. Involuntariamente, os seus pés fizeram-no seguir o som. Os seus olhos arregalaram-se com tanta beleza quando chegou ao lugar de onde vinha o som. Era um rapaz baixo, de cabelos ruivos, compridos e encaracolados, que dançava ballet ao som da música. Os seus olhos azuis profundos e penetrantes transmitiam imensidão, faziam lembrar o mar calmo, a praia. O seu rosto era salpicado por várias sardas claras, que faziam lembrar as estrelas no céu. Osamu tinha a certeza de que, se as ligasse, formariam constelações. A sua cintura era incrivelmente fina, os quadris largos, Dazai chegou até a questionar se era mesmo um rapaz aquele que dançava à sua frente. A cada jeté feito pelo rapaz, os olhos de Osamu ficavam ainda mais presos no bailarino. As piruetas graciosas, os pés delicados em pontas, era um fancínio para o olhar. À medida que a tensão na melodia aumentava, a intensidade nos passos tornava-se maior, o ritmo tornava-se mais rápido, a respiração tornava-se ofegante. Era tão acelarado, que Dazai começava a sentir dificuldade em segui-lo com os olhos. A forma como os pés do bailarino deslizavam no piso... Era inacreditável. Aquele rapaz era incrível. Parecia até que voava como uma andorinha. Ele realmente dançava com paixão.

(...)

A música voltou a ser mais calma e finalmente parou de tocar. O rapaz terminou a dança sem fôlego. Se virou e viu Dazai, que bateu palmas com um sorriso.
-Oi. Posso saber quem é você e porque está me observando? - O ruivo perguntou enquanto ia buscar a sua garrafa de água que estava no banco perto da entrada.
-Ah, oi. É que eu sou novo aqui. Tava procurando a minha sala e acabei subindo andares demais, aí escutei sua música e vi você dançar, isso me chamou a atenção. Aí eu fiquei aqui esperando você acabar de dançar para te pedir informações. Caralho, tu dança muito bem!
-Obrigado. - o rapaz não pôde evitar um mínimo rubor pelo elogio. - Qual seu nome?
-Me chamo Osamu Dazai, e você?
-Nakahara Chuuya.
-Não pude deixar de notar seu sotaque, você é estrangeiro?
-Sim, sou francês. De que sala você é?
-12°F.
-Ah, essa é a minha sala, quer que eu te leve lá?
-Sim, agradecia muito...
-Então espere só um pouco, eu tenho que trocar o maiô de ballet pelo uniforme.
-Sim, obrigado.

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(1363 palavras)
*capítulo não revisado, qualquer erro comente para eu corrigir*
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Martha

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