Capítulo 52.

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Já sentiu como se não importasse o que fizesse você não conseguiria ter tudo sobre o controle, que os seus esforços fossem em vão e nada pudesse ser feito para melhorar.

É isso que estou sentindo agora, porque nada me preparou para esse momento, sempre me considerei uma pessoa otimista, que apesar dos pesares tem fé e crença que tudo vai melhorar.

Mas nunca pensei que veria alguém que gostasse, sofrendo do jeito que Eleonor está...nunca estaria pronta para a realidade de agora. Sentada em uma poltrona no hospital, esperando para saber se elas estão bem.

- Pequena, tem que se acalmar...você está com os batimentos muito acelerados. Izabelle, elas ficaram bem. - Meu Alfa tentou me acalmar, segurando minhas mãos. - Está contorcendo tantos os dedos que vai acabar se machucando, vamos parar de maltratar essas mãos.

- Eu.. não consigo acreditar que ele fez isso... é a filha dele. - O fato de ser Matthew quem colocou Eleonor em uma cesariana de emergência era o que me deixava mas revoltada, apesar de saber o quão podre é esse homem...não achava que ele faria algum mal a própria filha. - Aquele desgraçado...como ele pode ??

- Ele será pego, Matthew Lancaster não vai ver a luz do dia tão cedo...ele nunca mas colocará as mãos nelas, Eleonor e a bebê estarão seguras. - Brinquei com a ponta do meu pijama, o blusa antes era do Chris agora é minha..saímos de casa tão rápido que nem nós trocamos.

- O que aconteceu ??! Elas estão bem ? - Era Verônica que chegava, tão ansiosa quanto eu, pelo menos ela conseguiu trocar de roupa. - Christopher..isso é sangue na sua camisa ?? - A loira ficou pálida, com um olhar angustiado.

- É...a Eleonor está em uma cesariana, apesar que faltava pouco para a bebê nascer... Matthew esfaqueou ela..com uma adaga de prata. - A cada frase do Chris a realidade daquela situação me atingia como uma parede de tijolos, Eleonor logo daria a luz em um parto normal, só faltava uma semana para o prazo previsto, ela e Matthew discutiram e ele a esfaqueou.

** Flashback***

Três e meia da manhã, Mansão Cross.

O barulho na porta foi o que me acordou, as batidas fortes, me despertaram de um sono muito bom.

Ainda sim, Christopher dorme igual a uma pedra, pelo amor da Lua, como é que ele consegue.

Sair da cama mais rápido do que pretendia, não tem nada pior do que acordar rápido desse jeito. Caminhar até a porta foi pior ainda, sempre esqueço de ligar o abajur.

- Paulo, o qu...o que houve ?? - Perguntei, ele que estava de pijama parecia muito aflito.

- A Senhora Lancaster estava no telefone parecia muito nervosa, quando perguntei o que aconteceu a linha foi cortada...acho que ela está em perigo. - Ah não, isso não... Eleonor, já fazia dias que não ligava para ela.

- CHRISTOPHER !! Paulo, avisa o Gabriel e o Ulisses e deixa a porta da garagem aberta....Chris !!! - Tomei um susto quando o Alfa apareceu ao meu lado

- Está passando mal ?? Porque gritou... É o bebê ?? Vamos, Izabelle..fala ! - Nesse tempo Paulo já havia deixado o quarto, é o Chris estava mais nervoso do que eu.

- Vamos..vamos para casa da Eleonor, aconteceu alguma coisa com ela...para me olhar assim, vai ligar o carro. - Peguei meu chinelo e sai apressada atrás dele, o coitada nem sabia direito o que tava acontecendo.

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Acho que ignoramos todos os sinais possíveis até chegar ao apartamento onde Eleonor, estava nos últimos meses de gestação. Desde que o nome de Matthew foi exposto na mídia, o idota sumiu.

- É se ele fez algo com ela ?? Ele está foragido e pode ter vindo aqui...ele não bate muito bem da cabeça. - Estava preste a sair do carro.

- Fica, Gabriel vai ficar com você e o Ulisses sobe comigo. - Não era um pedido...mais..

- O que ??! Não, vocês não sabem se ele ainda tá lá..se ele estiver armado ? Chama a polícia...- Eu não queria que ele subisse, tô morrendo de medo de algo acontecer.

- Izabelle, até eles chegarem aqui pode ser tarde demais para a Eleonor, vai ficar tudo bem. Não sai desse carro, Gabriel fica de olho nela. - Filho da mãe.

- Ele ama a senhora, só quer proteger você. - Gabriel disse, sorte que ele está no banco do motorista.

- É...eu sei, mas isso não significa que eu goste disso...eu sei vocês tão treinos e o Ulisses vai ajudar ele se algo acontecer mas isso é meio...frustrante, sempre parece que ele corre em direção ao perigo.

- Agora sabe como é cuidar de alguém teimoso.. - Oxi..que isso ??

- Tá querendo dizer o que com isso ? Gabriel, eu sou teimosa ??

- A Senhora ? Não...bem, um pouco.

Eu me deixei rir naquele momento, Gabriel e Ulisses já estão cuidando da minha segurança há um mês, Ulisses é tão sério quanto o Oliver e Gabriel me lembra muito Daniel, engraçado como o meu cunhado. Foi bom conhecê-los, mas ainda sim...a presença deles significa que não estávamos seguros.

Minhas mãos foram para meu estômago, dizer que o bebê não estava crescendo rápido era mentira, de alguma forma essa criança parecia crescer a cada minuto. Ele é tão agitado, sempre parece estar querendo provar sua presença. Perto de completar seis meses, ele parece pronto para sair...o que vai ser ótimo...boa sorte para mim.

- Droga...- Ouvir Gabriel resmungar, de repente minha atenção se voltou para a entrada, Christopher estava lá...suas mãos sujas de sangue e com uma palidez doentia.

Senti um pânico tomar conta de mim, a aflição em meu peito piorou.

- Vamos para o hospital, vou esperar a ambulância, Gabriel leve a Izabelle para casa...

- Nem pensar, não...ela está ferida não é ?? Não vou voltar para casa e espera...

- Izabelle..

- Christopher, não me peça isso...por favor, Gabriel vai me levar até o hospital e vou esperar você lá. Vou avisar a Amália e o restante da família, mas por favor não me mande voltar para casa.

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- Aquele desgraçado !! Maldito... - Verônica estava vermelha, seus olhos azuis pareciam transborda de raiva e ódio. - Como deixaram ele subir ?? Pensei que a foto dele estava em todos os jornais de notícias.

- Ele ameaçou o porteiro e não estava sozinho...ele tem amigos aqui, pessoas dispostas a protegê-lo. - Christopher respondeu. - Avisei ao Theo, ele tem contatos em São Paulo, vai garantir a proteção da Eleonor e da bebê.

- Não deveria ter deixado ela sozinha, ela precisava de segurança...deveria ter insistido mais para ela ir embora daquele apartamento, isso não teria acontecido.

- Izabelle, isso não é sua culpa, a Eleonor é tão teimosa quanto você e não queria deixar a única casa que ela já conheceu. Vai dar tudo certo. - Verônica tentou argumentar, mas sei que poderia ter feito mais.

- Cecília ! Como ela está ?! - Christopher perguntou assim que a viu caminhar até onde estávamos.

- A filhote estava bem desenvolvida e não sofreu nenhum dano. A mãe está em recuperação, por sorte nenhum órgão foi comprometido...elas ficaram bem. Izabelle tenta se acalmar, o meu pequeno paciente ainda precisa de tempo. - Cecília é minha obstetra, assim que partimos para o hospital liguei para ela para poder ajudar. - Vou cuidar muito bem da bebê, o Doutor Yuri fez um excelente trabalho com a Eleonor e pode ter certeza que ela vai estar em boas mãos.

- Isso é realmente um grande alívio, obrigada.

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⏰ Last updated: Apr 27 ⏰

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