Christian ver Alice escapar por entre os seus dedos e isso torna a sua vida em um perfeito caos. Ele precisa lidar com tudo o que sente e descobrir sobre o que tanto o aterroriza, seus próprios sentimentos. Descrente do amor e na busca incessante po...
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Dois dias se passaram desde o fatídico ataque e tudo estava indo, conforme dava. Minha perna estava bem melhor e se eu tivesse sorte, segundo Ray, a marca não ficaria grande coisa, após cicatrizada.
Minha mãe ligou para Christian, como havia prometido, a vergonha que senti pelas recomendações absurdas que ela fez ao homem, não tem tamanho. E ele, com seu jeito sério, mas muito educado, aceitou tudo que a dona Heloísa falou numa boa e sem contestar. Claro que minha mãe estava encantada de como ele era atencioso, só não sabia que estávamos dividindo o mesmo teto, durante aqueles dias.
Christian havia ficado comigo os últimos dois dias, mas mantivemos uma distância saudável, nada de conversas jogadas fora ou refeições demoradas, ele ia para o trabalho e vez ou outra me ligava para saber como eu estava. Nos limitávamos a falar o necessário e ele ficava mais no canto dele, só me procurando para ver se eu precisava de algo. E ele parecia estar bem com aquilo, com excessão do dia anterior, quando mais uma vez, viu Raymond conversando comigo na sala.
De fato, Ray e eu estávamos muito próximos, mas ele havia sido avisado, eu não estava aberta a compromissos naquele momento e ele, falou que só minha amizade o bastava. Aquilo podia não ser bem visto por Christian que me olhava feio, todas as vezes que via o meu amigo e eu juntos, mas estava me fazendo bem, ter Ray por perto.
- Posso entrar?
Christian falou, ao colocar a cabeça, na fresta da porta do meu quarto
- Pode
Sentei na cama, me ajeitando para recebê-lo. Ele parecia preocupado
- Você contou para o seu irmão, sobre o acidente?
Ele estava de pé, braços cruzados e roupas sociais. Lindo, como só ele conseguia ser. Com certeza iria trabalhar
- Ainda não, eu... não quis preocupa-lo
- Vai esperar ele voltar para contar? Jaime pode não gostar muito
- Eu sei... mas estou bem, não é? Me recuperando muito bem
- Você que sabe, Alice. Só acho que deveria falar
Ele ia saindo do quarto, mas aí lembrou de algo e voltou. Seu perfume era tão bom, meu quarto estava impregnado por ele
- Ha! Mandei os peludos para banho e tosa higiênica
- Obrigada, muito gentil da sua parte!
Sorri e de alguma forma, isso o fez se aproximar
- Não há de que, Alice
Eu queria muito conversar com Christian sobre algumas questões que me incomodavam. Coisas que por muitos dias ficaram em minha cabeça, dando voltas e voltas. Não deveria ser uma possibilidade, conversar com ele sobre aquele assunto, era para simplesmente esquecer aquele dia, deixar para trás, superar. Só que o meu "EU", não me deixava calar e aceitar as coisas como estavam sendo: Sem explicação
