sentimentos verbalizados.

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Pov Pietro: 

Vejo o rosto animado da minha namorada, é fofo, mas infelizmente terei que acabar com a alegria dela…  

— Nem se empolga!

— Como assim?

— Eu não vejo ela tem muito tempo, talvez você nem conheça ela.

— Quê? Você não mantém contato com a tua irmã?

— A minha irmã se casou e sumiu do mapa. 

— Você sabe se ela tá bem?

A Vanessa diz em um tom preocupado.

— Ela tá muito bem com o marido dela na Europa, é só disso que sei, minha irmã faz questão de postar tudo no Instagram.

— Ahh…

E então, de repente, a porta do quarto se abre.

— Oi, amores! A comida já está na mesa. Venham comer.

Minha mãe sai do quarto e eu vou atrás dela, a Nessa me cutuca, chamando a minha atenção.

— Que foi?

— A tua mãe fala com ela?

A Vanessa sussurra e olha para os lados. Como se fosse um segredo, o que acho engraçado. 

— Às vezes, é difícil a minha irmã responder.

— Nossa, que chato…

— É, vamos comer.

Digo pensativo. 

Minha namorada é “tão família”, calorosa. Fico triste de ter essa família conturbada, queria que ela pudesse conhecer cada um, como ela deseja. Por perder a mãe e ter uma família pequena, acho que ela é meio carente nesse quesito. Vejo o quanto ela se esforça para agradar os meus pais.

Sentamos na mesa e a Vanessa faz uns sinais para mim que não entendo.

— Que foi mulher?

— Ora para gente comer.

Ela fala com um sorriso de orelha a orelha.

E o meu pai me olha sério, esperando pela minha oração.

— Okay, tá.

E então todos fechamos os olhos e assim, eu oro em voz alta.

— Senhor, nosso Deus, te agradeço por esse alimento e que nunca falte em nossas mesas. Em teu nome, eu te agradeço pela dádiva de estarmos aqui reunidos mais uma vez. Amém.

— Amém.

Todos respondem em uníssono.

— Filho, e a escolinha de basquete do Endrick?

O meu pai me pergunta, para puxar assunto.

— Ah, para quê escola? Tendo um pai atleta desses, não é preciso. Eu mesmo tô ensinando. 

Todos riem, não entendi? 

— Eu já falei para ele matricular. O Pietro é desastrado… da última vez o Endrick perdeu um dente.

A Vanessa diz inconformada.

— Ela tá certa filho! É perigoso. Você devia contratar um professor para ele.

Minha mãe diz como uma cúmplice.

— Vocês duas tão fazendo um complô contra mim, isso sim. Sou um ótimo professor.

O meu pai ri e da duas batidinhas no meu ombro. 

… 

Após o almoço, a Vanessa decidiu ir ao balanço e eu fui junto para balançá-la. 

— Cuidado para não estragar a única diversão do Endrick aqui.

— Tá me chamando de gorda? 

Não é possível, eu gargalho. 

— Deixa de coisa, não é nada disso.

— Então é o quê?

— Vanessa você tem 18 anos e o Endrick tem 6, é óbvio que tem a possibilidade de arrebentar com tudo. 

— Ah, tá. Pode deixar.

Ela se levanta do balanço.

— Você tá muito sensível…

Falo em um tom desconfiado.

— Não me irrita Pietro.

— Vem, já sei o que pode te desestressar…

Ela me olha curiosa.

E então sorrio e pego na mão dela e a guio para o lugar, onde eu a pedi em namoro. Se tornou um lugar muito marcante, não só para ela, mas para mim também.

Criamos memórias boas aqui. Fiz um piquenique lindo e convidei as pessoas mais especiais para ela. Foi perfeito.

Conversamos até ao anoitecer naquele dia. Eu, a Nessa, Vivian, Natan e o Pastor(meu sogro).

A Nessa me desperta dos meus pensamentos, com um abraço apertado.

— Meu amor, você sabe que amo esse lugar.

Ela diz eufórica.

E então, como resposta. Pego uma, das milhares de flores que tem aqui.

E coloco atrás da orelha dela e deposito um beijo em seus lábios.

— Sei que eu te incomodo, mas não gosto de ver você desse jeito. O que foi, princesa?

Falo enquanto coloco uma mexa ruiva atrás da orelha dela.

— Sei que não tenho nada a ver com isso e também não posso exigir de você… mas, eu queria muito…  

— Pode falar!

Eu a encorajo.

— Humm... eu queria conhecer a tua irmã. Queria que você tivesse contato com ela, ou pelo menos tentasse. Sei que não posso pedir uma coisa dessas, e nem estou. É só o que eu sinto… 

Eu me afasto do abraço e viro de costas para pensar claramente.

Caramba! Eu já sabia disso, mas não imaginei, que ela fosse verbalizar para mim. Achei que ela pudesse esquecer isso, como ela pôde me falar algo assim? Isso me parte o coração. Eu não tenho como resolver isso, ou ela acha que eu não quero ter contato com a minha irmã? Lógico que quero, mas tem anos que ela não dá nenhum sinal de vida. Ela não quer manter relação. É isso.

Posso sentir ela me abraçar por trás e então ela fala calmamente:

— Sabe, eu sempre quis ter uma irmã… ter uma cunhada é o mais próximo, que posso ter. Não fica bravo comigo. 

Notas:

Gostaram deste capítulo? Por favor, avaliem e se possível comentem. Até a próxima, fiquem com Deus.

Eu, você e Jesus 2. (ROMANCE CRISTÃO)Where stories live. Discover now