19.Chorar em um bar

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Horas, dias e semanas se passaram desde aquela briga, o clima de Los Angeles continuava como o inferno, um inferno que New York nunca teria. Todo esse glamour da cidade gritava rock 'n' roll, o que era perfeito para o filme. Mas rockstars eram um saco! O que é um rockstar? O que deve ser feito para ser um rockstar? Ter atitude? Dormir com varias garotas? As drogas, bebidas e extremos? Isso era ser um rockstar?

Arabella não gostava de rockstars, não gostava do calor de Los Angeles, das ruas largas, das pessoas e nem da comida. Muito menos do que revelou em seu apartamentos semanas atrás.

Arabella ponderou enquanto se deitava na espreguiçadeira sentindo o sol queimar sua pele, seus óculos escuros escondiam as olheiras que escondiam as noites sem dormir.

—Então foi isso? — Maddy perguntou, se sentando na espreguiçadeira ao lado da de sua irmã.

—Dá pra acreditar? E ele não apareceu por duas semanas seguidas no set, a notícia de que ele havia se "demitido" chegou pra mim a uns quatro dias atrás — Arabella diz sem se mover, como se aquilo não a afetasse.

—Só isso? — Maddy pergunta.

—Óbvio que não, odeio dizer mas ele era o compositores principal dessa merda, ele saiu e deixou uma espaço vazio que ainda estamos tentando preencher — Arabella se sentou quando sentiu o sol começar a arder.

—Parece que ela está fugindo de você — Maddie se deita na cadeira.

—Mas é claro que está. Ele é fraco Maddy, não aguenta a verdade porque esteve acreditando em uma mentira esse tempo todo. Toda essa fama de rockstar, mulherengo é pra esconder que na verdade ele é medroso.

Maddy da um pequeno sorriso e aplaude a sua irmã, ela conhecia todo esse rolo mas as vezes a divertia um pouco.

—Mas quer saber, eu consegui viver anos da minha vida sem ele, as coisas não vão mudar pra mim — Arabella se levanta e coloca os pés na piscina — Eu estou livre.

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—Levanta desse bar cara, você tá envergonhado a gente — Matt balança os ombros de Alex.

Que... bem, estava com os braços jogados em cima do balcão sujo de vodka, com seu rosto afundando, dormindo acordado. Ele parecia e estava...péssimo.

—Ei! O que aconteceu com ele? — Uma garota de cabelos escuros se aproxima, com sua outra amiga.

—Sei lá — Matt da de ombros, olhando confuso para as garotas — Ele passou por... alguma coisa difícil.

As garotas fazem um biquinho e um som agudo, a morena se senta ao lado de Alex e traz ele para apoiar sua cabeça no peito dela, acariciando seu cabelo.

—Oh coitadinho, não se preocupe — A garota diz e a outra se junta.

Matt fica inquieto sem saber o que dizer, ele joga água nos olhos e gotas escorrem de seu rosto.

—E-eu também tenho me sentindo um pouco triste — Matt diz perto da loira, que mal o escuta.

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Após suas férias indeterminadas, Arabella vestiu sua melhor roupa e disse que hoje iria se divertir. Ai ela pegou seu carro e dirigiu até uma biblioteca.

—Essa não é bem minha ideia de diversão — Maddy revirou os olhos ao entrar naquela biblioteca recheada de livros.

—Tá brincando? Olha só isso — Ela corre pelas prateleiras, animada como uma criança.

—Deus...eu preciso de uma bebida — Maddy joga a cabeça pra baixo e deixa a biblioteca.

Arabella passa seus dedos pelos livros lendo cada título com atenção, procurando por diferentes escritores, gêneros como se aquele fosse o mundo particular dela, e realmente era.

Virando corredores, fazendo resumos mentais sobre cada livro que já leu, e alguns que ela considerava desconhecido ela logo anotava seu nome, separado por ordem alfabético na sua agendinha doentia.

Ao virar outra prateleira, distraída esbarra em alguém não tão alto, mas o suficiente para que ela erguesse o olhar, e nada mal...

—Desculpa — Disse o homem de cabelos não tão longos, um castanho claro como cobre, usava óculos pequenos e finos e tinha um barba rasa, ele sorri.

—Eu sinto muito, eu me distrai com Aristóteles — Ela sorri de volta, seu rosto uma mistura de preocupação, vergonha e surpresa.

—Posso saber seu nome? — O homem larga seu livro na prateleira para deixar toda sua atenção em Arabella.

—Arabella... Campbell — Ela sorri estendendo a mão pra ele — E o seu?

—Eu te vi no corredor de romances, então me chame de Fitzwilliam Darcy — Ele beija a mão dela.

—Ah entendi — Ela ri anasalada — Então nesse caso eu sou Elizabeth Bennet.

—Perfeito mademoiselle — Ela ri como uma boba se encostando nos livros, o homem de nome desconhecido lhe encara — Eu acho que te conheço.

—Não conhece não — Ela se vira lentamente.

—Campbell... esse nome é familiar — Ele se aproxima lentamente coloca os dedos sobre o queixo para pensar — Espera aí!

Ele corre pela livraria obrigando Arabella ao seguir, ela anda apressada atrás dele, se perguntando o que ele teria visto. O homem para de frente a uma enorme prateleira escrita "Best Sellers" e procura atentamente.

—Ah-Ha! — Ele pega um livro e lê — Arabella Campbell — Ele diz admirado, e abre o livro na última página passando o dedo indicador pela foto pequena e em preto e branco de Arabella, colocando ao lado do rosto dela — Ai está.

—Acho que não pude me esconder — Ela morde os lábios — Tudo bem, é só eu.

—Você é mais bonita pessoalmente — Ela faz uma cara de convencida do tipo "é eu sei".

—Eu sei — Ela diz sorrindo

Ela sabe. E usa muito bem disso.

Little Illusion Machine | Alex Turner Where stories live. Discover now