07.Stalker

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Em uma tarde cansativa, Arabella e sua assistente Julie comiam em silêncio comida Chinesa, sentadas no chão do escritório. A rotina de hoje foi um pouco mais cansativa que a rotina normal. Já eram nove da noite e as duas estavam extremamente cansadas.

—E então o senhor Gibson me disse aquilo, sabe, eu posso ser mais nova mas eu não sou burra — Julie desabafa sobre seu superior.

—Não se preocupe com ele, o máximo que ele pode fazer é te dar uma avaliação ruim, mas eu estou aqui e sou sua chefe, não vou permitir — Arabella lhe deu um sorriso reconfortante.

As duas não eram muito amigas, mas tinham o mínimo de respeito pela outra. Arabella tem um certo trauma de amizades após a faculdade. Por isso desfruta apenas de sua própria companhia e as vezes da de sua irmã.

—Arabella, você já achou o último compositor? — Perguntou a ruiva genuinamente.

Os sete compositores já tinham sido descartados, mas faltava um, apenas um. E Arabella já tinha ideia de quem seria. Mesmo que significasse sacrificar as promessas que fez quando adolescente. Ela respirou fundo antes de dizer.

—Já sim, eu tenho uma ideia mas não sei se ele vai aceitar — Arabella beliscou a comida.

—Ele? Se me permite perguntar, quem? — Julie tinha um quê de curiosidade em sua voz.

—Alex Turner, você sabe quem é...eu acho — As batidas do coração de Arabella bateram o dobro agora, apenas de mencionar seu nome — Mas não sei ele iria aceitar.

—Fala sério! Eu adoro o Arctic Monkeys — Julie sorriu animada —  Por que ele não aceitaria?

—É, digamos que eu já conhecia ele, e nossa "amizade" não acabou muito bem — Por outro lado parecia que Arabella estava tirando um peço do corpo.

—Vocês já foram amigos?

—A anos atrás — Arabella engole em seco o resto de comida. Antes de se levantar e jogar no lixo.

—Deus! Que revelação, então quer dizer que se ele aceitar eu irei conhecer o Alex Turner? Eu acho ele tão gostoso...

Arabella deu um risada sincera, lavou suas mãos e voltou ao escritório, se sentado atrás de sua mesa.

—É...você faz o tipo dele.

(...)

—Campbell! Fazia uma década que eu não te via querida! - A mulher loira surgiu no ambiente com sua áurea escandalosa.

Arabella resmungou "merda!" já que estava se preparando para ir pra casa.

—Janine, é bom te ver — Arabella lhe deu um sorriso.

Janine não era uma pessoa tão querida, já que na maioria das vezes era uma vaca. Mas era ela que iria conversar com o empresário de Alex Turner, então cada sorriso falso era necessário.

—Então como vai os preparativos para o filme? As reuniões, os encontros, ah tudo me dá dor de cabeça — Janine tinha uma mania chata, ela nunca ia direto pro assunto.

—Uma bagunça, mas eu consigo resolver...Como foi sua reunião com o empresário?

—É claro que resolve — Janine susurrou — Foi ótima! Ele gostaria de conversar com você pessoalmente, marcamos pra segunda-feira, tudo bem?

—É claro, é como se eu não tivesse nada pra fazer — Um dos defeitos de Arabella Campbell era ser irônica demais.

Janine deu uma risada aguda. Era do tipo, beirando aos 45, usa saltos extremamente altos, tem um conversível e anda com seu cachorrinho peludo pra lá e pra cá. Por isso Arabella não se dava certo com ela. A típica americana que já foi popular.

—Está bem Janine, eu agradeço pelo seu esforço, converso com você depois da reunião.

Janine sorriu, o sorriso mais falso já visto, e então caminhou até o elevador. Ao pisar pra fora do prédio alguns pingos de chuva caíram sobre a cabeça de Arabella.

—Que ótimo! New York e sua chuva desavisada — Arabella correu até o café mais próximo.

No relógio marcava seis da tarde, o momento perfeito pra um café. Pediu um capuccino e se sentou a uma mesa, em seu celular não havia uma mensagem, deu um suspiro cansada.

Seu café quente finalmente chegou. Ao bebericar Arabella olhou em volta do café confortável, na última mesa, distante havia um homem estranho, parecia olhar na direção de Arabella, o que era difícil dizer já que usava um óculos escuro, e a única coisa que bebia era um café simples. Arabella o olhou, minimamente irritada.

—Esses idiotas tarados — Resmungou, depois pegou seu café e saiu apressada pelas ruas chuvosas.

—Avistei o alvo — Alex disse em um tom sério.

—Tem idéia de que tá ridículo assim não tem? — Jamie disse no celular, após os 3 abandonarem o plano idiota de Alex.

—Ah qual é? — Alex seguiu os dois pela rua — Isso não é legal?

—Espionar sua ex namorada? É eu acho bem legal sim — Matt disse irritado.

Alex revirou os olhos e subiu na moto que lhe pertencia.

—Vocês três são bem engraçados sabia — Alex revirou os olhos enquanto eles o olhavam com tédio.

—E ninguém me explicou por que Alex está agindo como um maluco! — Nick tinha um tom de confusão em sua voz.

—Ah cara, é melhor nem saber — Jamie deu alguns tapinhas nas costas de Nick.

—Parece que eu sou o vilão dessa história, mas na realidade eu só quero o melhor pra merda da banda - Alex estava claramente irritado com essa perseguição — Vocês que se fodam.

Alex colocou o capacete e saiu com a motocicleta, dirigiu sem importância pelas ruas de New York, era um jeito mais fácil de se locomover por essa cidade. Só parou quando chegou até um bar qualquer no Brooklyn.

Ele pediu o de sempre, uma garrafa de vodka. Não era o recomendável, mas sua própria companhia era tudo o que tinha agora. E isso é por que sua mente as vezes lhe prega algumas peças.

Bem, após alguns minutos bebendo em silêncio, seu telefone tocou, era seu empresário.

—Que é?

—Alex, querem uma reunião com você segunda, é da Warner.

—Ah que ótimo, por mim tudo bem — Alex bebeu o resto da vodka — Mark...ela vai estar lá?

—Vai sim Alex.

Após ouvir a resposta de Mark, Alex desligou o telefone, com um sorriso ladino em seu rosto. As coisas estavam dando certo pra ele, mas em sua mente uma única coisa se passava. Que ele teria suas inspirações de volta.

Little Illusion Machine | Alex Turner Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon