Capítulo 2

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Peguei o celular pela décima vez desde que cheguei

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Peguei o celular pela décima vez desde que cheguei.

Mantenho minha coluna reta e cabeça erguida, como se tivesse perdido a última hora esperando um almoço que não fazia questão de participar.

O restaurante está cheio e tenho quase certeza que vi meu professor de física do ensino médio sentado um pouco distante com uma mulher que com certeza não era sua esposa desde que entrei, então finjo demência e tento não ser visto.

Tudo nesse restaurante me irrita: a mesa em madeira envelhecida incrivelmente arrumada de forma impecável, os talheres de prata, os pratos de porcelana branca e até mesmo o arranjo de flores desnecessário na mesa que só ocupava espaço.

- Quando você vai desistir dessa rebeldia Choi Beomgyu? - rosnou meu pai ao se ajeitar na cadeira pela décima vez desde que chegamos.

- Não é rebeldia.

- Suas notas nunca foram medíocres, mas eu achei que pelo menos com elas você tentaria uma faculdade diferente.

Ele abre o guardanapo de pano e o posiciona no seu colo. Mantenho minha respiração estável, respirando devagar e inflando minhas narinas o mínimo possível enquanto o ar passa.

- Sinto muito por ouvir isso. - lamentei sem por muito esforço na escolha de palavras. Meu pai no entanto não percebeu, considerando que assim que me pronunciei ele pegou seu celular para responder uma mensagem.

- Você tem que parar de brincar de música e fazer uma faculdade seria Beomgyu. - Choi Won Hae se inclina levemente pela mesa e diz entre dentes sem desfazer o ar de simpatia. - Mude para direito e estagiei no meu escritório em Detroit. Quando você terminar qa faculdade ele será seu de qualquer forma.

Respirei fundo tentando manter minha boca fechando esperando ele terminar o discurso que eu sei que estava só começando, Choi Won Hae fazia de tudo pra se manter informado sobre a minha vida sem o meu consentimento.

Sempre foi assim, no ensino medio ele parecia durante os períodos conversando com os professores e até mesmo com alguns amigos que eu tinha época, por fora parecia um pai preocupado com o desempenho e vida escolar do filho, eu porém, nunca tive dúvida que era um indício de que estava analisando cada uma das minhas falha para poder me julgar depois. Tem sinto assim desde que me recusei a virar advogado como ele.

Seus olhos escuros me encaravam fixamente me desafiando a descordar, mas não me limito a isso. Embora também não desvie o olhar dele, mantendo a pose de intocável.

Meu pai sempre se destacou profissionalmente, até mesmo antes disso. Sempre foi o aluno exemplar, o líder de turma, ou macleta , aquele que se destacava, o garoto desinibido e simpático. Totalmente o posto de mim, eu era fechado, sempre me mantendo afastado de pessoas que eu não conhecia, nada distreto, meio Caótico e totalmente apaixonado por música.

Totalmente opostos.

Ele passa a mão pelos cabelos castanhos, coisa que herdei geneticamente dele e ajeitou uma mecha que caia sobre sua testa levemente enrugada enquanto se ajeitava na cadeira novamente. A camisa de cor salmão se ajustava bem ao porte físico dele, com seus quarenta e dois anos, meu pai ainda parecia jovem e inabalável por isso minha mãe ainda era apaixonada por ele. Estranho!

- Depois desse último semestre da faculdade achei que você iria reconsiderar minha oferta. - ele abaixa a voz até quase um sussurro antes de dizer as próximas palavras, o que deixa muito frustrado. - Desde que você começou esse curso só se mete em problemas, já na basta a confusão em que você se meteu com aquele seu amigo inconsequente.

- Você pode parar de falar dos meus amigos desse jeito. - retruquei sentindo meu sengue esquentar. Ele mal me via e sempre achava um jeito de culpar as pessoas que estava na minha volta apenas por serem diferente da perfeição que ele idealizava pra mim.

- Você deveria manter amizade melhores Beomgyu.

- Podemos pedir agora? Estou com fome! - digo evitando respondê-lo.

Ele move os olhos para um ponto atrás de mim, e segundos depois, uma garçonete se posiciona a nossa frente, ofereço o cardápio solicita que é negado por meu pai.

Meu pai pede seu pedido padrão sem sem importa com o cardápio sofisticado que é oferecido pelo restaurante caro que estamos , e como de costume faz meu pedido sem qualquer consideração a meus gostos dispensando a garçonete logo em seguida.

- Falei com o reitor da sua faculdade e ele disse que se voce quiser trocar de curso ainda é possível . - avisa ele e isso quase me fez rir.

Won Hae continuou falando. Ele criticava minhas escolhas, meus melhores amigos e se eu tivesse uma namorada, ele provavelmente acharia defeitos na garota só pra me contradizer e mostrar que eu estava novamente errado isso até seu telefone tocar e me tirar daquele martírio.

- Michael! - o nome faz meu pulso acelerar, mas mantenho minha cara de paisagem ouvindo a conversa desenteresadamente.

Não me superando quando meu pai tira o quardanapo do colo e me encara. Ele sempre foi bom em colocar os interesses de outras pessoas acima dos meus, principalmente se fosse algum dos seus clientes. Sua agenda era limitada para mim e isso não mudaria agora só porque ele me quer como herdeiro.

Meu pai permanece na ligação atento ao que Michael Miller estava falando antes de finalmente se levantar e finalizar a ligação.

- Preciso ir. Pague a conta. Virei semana que vem para continuarmos nossa conversa. Eu aviso você.

Sem nenhuma outra palavra se vira e sai do restaurante me deixando sozinho na mesa, esperando a comida que ele pediu. Mas não posso reclamar se não fosse por isso teria que ouvir por horas um discurso que só me deixaria irritado o restante do dia.

Chamo a garçonete e peço a conta. Explico que tivemos um imprevisto e que não poderei consumir nosso pedido. E enquanto espero ela me trazer a conta para ser paga meu telefone toca.

O nome que vejo na tela me deixa desconfiado, porque meu senior estava me ligando a essa hora? Será que eu tinha esquecido algum trabalho importante?

- Hyung, aconteceu alguma coisa ? - perguntei assim que atendi meu telefone, tentando não demostrar o nervosismo em minha voz.

- Oh! Não, Beomgyu. Longe disso, na verdade estava conversando com o professor Park e ele gostaria de te dar um trabalho extra valendo nota. - comunicou ele soltando um sorriso nasal. - Ele dificilmente da trabalhos extras, e os alunos que ele o faz é porque vê algum potencial. Sei disso porque teve um ano onde eu fui um dos felizardos. Agora é você.

- Estou muito honrado em saber isso. Mas que tipo de trabalho extra seria esse? - perguntei curioso.

- Você tem como vir para o campus amanhã conversar com ele ?

- Posso. Acho que consigo até mesmo hoje se possível , em vinte minutos chego aí. - admiti olhando para a horas no meu relógio de pulso. Me sentia ansioso , e nervoso.

- Perfeito. Nós vemos daqui a pouco. E não se preocupe, quando você chegar vai ter toda a explicação que precisa para entender o trabalho extra.

- Certo. Até daqui a pouco, Hyung.

My Miracle - Choi Beomgyu Onde as histórias ganham vida. Descobre agora