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❝Minha mão foi a que você buscou Durante toda a Grande Guerra…Isso se tornou algo muito maior Em algum lugar em meio à névoa, eu senti que havia sido traída.❞
The Great War Taylor Swift
Ele tinha apenas dez anos quando a viu pela primeira vez. Dois anos haviam se passado desde que chegara àquela instituição, dois anos desde que fora obrigado a esquecer seu antigo nome para se agarrar a um novo, Thomas.
Não era comum para ele ver outras crianças, na verdade, ele apenas via uma, apesar de saber que havia outras pelo lugar. A única criança que ele viu durante aqueles dois anos foi Teresa, a garota do quarto à frente do seu; ela foi a única criança que ele teve alguma interação, mesmo que fosse apenas uma breve olhada de três segundos antes que a porta se fechasse.
A vida naquele lugar era solitária, e sua única distração da iminente loucura eram os adultos que frequentemente via durante as aulas e os livros que lia em seu quarto branco.
Teresa era a única criança, a única garota que ele viu.
Até que ela não foi mais.
Foi um erro dos soldados, embora o Thomas de dez anos não soubesse disso na época. Ele acabara de sair de sua aula de matemática e se dirigia à próxima sala para a próxima aula.
Normalmente, alguém o acompanhava, mas naquele momento raro, estava sozinho.
O encontro não foi nada simples, não foi apenas um cruzar de olhares em um corredor tranquilo. Ele primeiro notou vozes altas, algo incomum naquela parte do edifício.
“Yujin! Pare! Você não está em condições..”
A voz desconhecida ecoou em sua mente quando suas íris avistaram uma garota virando o corredor em uma velocidade impressionante. Dizer que Thomas ficou surpreso seria um eufemismo; ele mal conseguia se mover, apenas encarava a desconhecida que corria em sua direção.
Ela tinha cabelos pretos escorridos, suaves ao toque, seu rosto exibia traços asiáticos com as bochechas vermelhas pela corrida, e sua pele parecia tão branca que rivalizava com o vestido branco que usava. Seus olhos, tão escuros quanto um buraco negro, o encaravam com um medo silencioso.
Thomas ficou tão absorto na garota que só percebeu sua aproximação quando ela se chocou contra seu corpo. Sem dar tempo para reagir, ela passou os braços finos em volta do seu torso, abraçando-o como se sua vida dependesse disso.
- Não me solta, por favor, não me solta... eles querem me pegar... doi, doi muito. – Ela repetiu essas palavras, sua voz saindo abafada na curvatura do pescoço do mais alto, seu corpo tremendo enquanto seus braços apertavam Thomas ainda mais, como se isso fosse possível.
O garoto ficou atônito por alguns segundos, quando viu, pela visão periférica, uma das enfermeiras e um soldado dobrarem o corredor. Os olhos da enfermeira triplicaram de tamanho ao ver as duas crianças no final do corredor, e rapidamente ela apressou o passo.
