" só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido"
Para Ana Flávia, Gustavo é apenas um badboy estereotipado que irrita profundamente com seus comentários maliciosos e coberto de ironia.
E Gustavo sabe que a paciência de Ana Flávia é curta, e por isso...
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Me sentei na cadeira em frente a mesa da cozinha para jantar. Minha mãe estava parecendo muito feliz e eu me perguntava o porquê. Meu pai ainda estava bravo comigo, isso era nítido e meus irmãos estavam normais, na medida do possível.
Peguei a macarronada e coloquei em meu prato, depois peguei um pouco de suco de laranja. Eu estava morrendo de fome e aquela macarronada estava com uma cara ótima.
- Eu tenho uma coisa para dizer pra vocês. - disse minha mãe, atraindo o olhar de todos da mesa.
- E o que seria? - perguntou meu pai.
- Estou trabalhando em uma empresa de corretagem de imóveis e vai ter um jantar importante, queria que vocês fossem - disse minha mãe sorrindo.
Olhei para meu pai, e pela sua expressão ele não gostou nenhum pouco dessa notícia.
- O que? Você não me disse que estava trabalhando. - meu pai disse.
- Estou dizendo agora. - retrucou minha mãe e eu já estava vendo a discussão que iria acontecer.
- E você por acaso você sabe trabalhar em uma corretora de imóveis? - perguntou meu pai com ironia e eu respirei fundo, assim como minha mãe.
- O que quer dizer com isso? - perguntou minha mãe encarando meu pai seriamente.
- Você entendeu o que eu quis dizer com isso.
- Você é um babaca, sabia disso pai? - disse meu irmão Hugo.
- O que você disse, moleque? - disse meu pai se levantando e minha mãe se levantou também.
- Por favor, Rodrigo, você está fazendo uma tempestade num copo d'água. - disse minha mãe séria.
- Meu filho está me desrespeitando, e você diz isso?
- Não fale como se você fosse a vítima da história. Quantas vezes você já não me desrespeitou na frente dos meus filhos? Isso é só um reflexo de você mesmo. - disse minha mãe e eu bebi um gole do meu suco, assistindo a discussão e minha mãe estando certa.
- Quer saber? Eu vou sair daqui, essa família está cada dia mais perdida. - disse meu pai e saiu da cozinha como um furacão.
Minha mãe suspirou e voltou a se sentar, apoiando sua cabeça na sua mão.
- Mãe, não liga pra ele, ele é um otário. - disse Guilherme, apoiando minha mãe.
