" só ri de uma cicatriz quem nunca foi ferido"
Para Ana Flávia, Gustavo é apenas um badboy estereotipado que irrita profundamente com seus comentários maliciosos e coberto de ironia.
E Gustavo sabe que a paciência de Ana Flávia é curta, e por isso...
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Gustavo deu espaço para eu entrar em sua casa e eu entrei, vendo a sala vazia e pensando que sua família estava na cozinha.
- Você está linda - ele disse e eu sorri.
- Obrigada. - agradeci e ele fechou a porta, andando para o meio da sala e eu o acompanhei.
- Eles estão na cozinha. - avisou se virando pra mim.
- Eles sabem que eu iria vir? - perguntei me sentindo um pouco nervosa.
Gustavo desviou o olhar e mordeu o interior da sua bochecha, respondendo minha pergunta sem nem precisar dizer nada.
- Você não contou pra eles? - eu disse irritada.
- Relaxa, Ana Flávia. - ele disse colocando suas mãos no meu ombro. - Eu disse que iria trazer minha namorada, só não disse quem era.
Meu nervosismo piorou. Conhecer a família do seu namorado já é difícil, e isso se complica ainda mais quando eles não gostam de você.
- Já falei, foda-se eles. - ele disse me dando um selinho. - Se eles falarem alguma merda pra você, te prometo que te levo embora.
- Não é essa minha preocupação, Gustavo. - eu disse suspirando. - O problema é que eu queria que eles gostassem da sua namorada. De mim.
- O que importa, é que eu gosto de você, e eles vão ter que aceitar. - ele disse me dando um minimo sorriso. - E sua família também não gosta de mim.
- Mas eu não ligo. - eu disse.
- Exatamente. Eu também não ligo. - ele disse pegando minha mão direita e me puxando em direção a cozinha da sua casa.
Entramos na cozinha e todos presentes olharam na nossa direção. Seu pai olhou surpreso pra mim e sua madrasta olhou com um certo ódio na minha direção. Essa bruxa não gosta mesmo de mim.
Os irmãos de Gustavo também estavam aqui. O Jaime e a Letícia, que realmente são os mais suportáveis dessa família por serem crianças.
- Vocês já conhecem, mas Ana Flávia é minha namorada. - disse Gustavo sorrindo.
- Não acredito nisso. - escutei a Veronica, madrasta de Gustavo falar em um tom baixo.
Nos sentamos todos na mesa e começamos a comer, em um silêncio desconfortável. Pelo menos sua família meio que me "aceitou". Se fosse meu pai, não deixaria Gustavo nem mesmo entrar em casa.
