CORAÇÕES FERIDOS

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O dia amanheceu tranquilo na mansão Wayne, pelo menos foi isso o que Andrea pensou enquanto fazia seu caminho em direção a cozinha em busca do avô, todavia tudo indicava que a mesma acabou se perdendo entre os corredores. Andrea resolveu sentar-se no penúltimo degrau da escadaria que levava ao primeiro andar e esperar, ela não sabia pelo quê ou quem mas a sensação de estar completamente perdida não lhe passava despercebido. Em casa ela não enfrentaria tal dificuldade, a casa na qual vivia com a mãe e avó era pequena mas muito aconchegante e lá sentia-se em paz e localizada enquanto na mansão Wayne a jovem sentia-se dentro de um labirinto sem fim.

Suspirando em derrota Andrea se absteve a observar a decoração ao redor, tudo era impecável. Desde as pinturas antigas até a tapeçaria. A jovem de certa forma era acostumada com tal paisagem, pois a avó Marie trabalhou por anos em uma galeria famosa de Londres e todo sábado à tarde fazia questão de levar a neta para uma visita.

Tudo o que via a fazia lembrar delas e aquilo doía tanto que Andrea duvidou ter força o bastante para suportar, até mesmo suas roupas tinham um significado importante. A blusa branca de cetim com alças finas, a saia cintura alta preta longa com uma fenda na perna esquerda e o par de botas pretas cano baixo com salto fora uma obra dela com a mãe que ajudou a escolher cada uma das peças. Jully trabalhava com moda em Londres e sempre fazia questão de andar bem vestida o que trazia uma admiração muito grande por parte de Andrea pela elegância da mãe.

A vontade de chorar novamente se fez presente, mas desta vez ela preferiu não se entregar de primeira e quando tentou buscar em seu íntimo a coragem necessária acabou tomando um susto.

- Bom dia. - A voz aguda vindo do alto da escada fez com que Andrea levantasse em um pulo.

Ao se virar a jovem viu um homem não mais do que quarenta e poucos anos no alto da escada olhando-a, ela não o conhecia mas adivinhou que aquele deveria se tratar de Bruce Wayne.

- Bom dia. Sr. Wayne. - O cumprimento singelo era tímido e cauteloso.

- Perdida? - Bruce observou como a face da jovem Pennyworth tomou uma tonalidade rosada, entregando-a.

- Um pouco. - Andrea estava desconfortável com aquela situação.

- Vamos. - Bruce agora estava ao lado dela, analisando as reações da jovem com curiosidade.

Os dois caminharam até a cozinha em completo silêncio, mas isso logo mudou à medida que se aproximavam e vozes agitadas tornavam-se cada vez mais altas. Parando na entrada da cozinha, Andrea viu seu avô usando um avental de cozinha branco com listras vermelhas conversando de forma amigável com um trio de rapazes, um deles sendo Dick.

- Bom dia patrão Bruce. - Alfred cumprimentou Bruce antes de notar a presença dela - Bom dia Andrea.

- Bom dia, Alfred. - Bruce parecia alguém enigmático por fora, entretanto Andrea sentia algo mais emanar dele, só não sabia o que.

- Bom dia. - Uma gata assustada, era o que a jovem parecia aos olhos de Bruce.

Ele deixou o cômodo com um acenar de cabeça para os rapazes presentes sumindo logo após, timidamente Andrea entrou na cozinha sentando em um banco afastado dos outros e quando seus olhos voltaram-se na direção dos três que a observavam atentamente ela foi surpreendida por dois rostos sorridentes e uma careta.

- Oi, eu sou o Tim. - O mais próximo a ela cumprimentou acenando com a mão.

- Oi. - Sussurrou com o rosto meio escondido entre os cabelos negros.

- Este aqui é o Dick. - Tim inadvertidamente começou a apresentar os demais.

- Ela sabe quem sou, nos conhecemos ontem a noite. - Dick sorria para ela demonstrando muita tranquilidade.

A Garota Pennyworth Where stories live. Discover now