MUDANÇA DE PLANOS

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Eu vou esperar por você para sempre neste amanhecer. Desejando que você possa voltar. Esta canção escrevo de coração gritando ao céu para você voltar
- Rebelde, a série.

- Senhor Pennyworth? - O policial parado em frente a porta da residência Wayne olhava o mordomo com uma expressão cansada.

- Sou eu. O que deseja? - Alfred ficou confuso com a visita inesperada.

- Vim informar que a sua ex-esposa Marie Clark e sua filha Jully C. Pennyworth morreram num acidente de carro. - O policial anunciou sem delongas.

- O quê?! - Alfred ficou pálido de uma forma que nunca antes foi vista pelos moradores da casa.

- Lamento a perda. - O policial puxou uma folha entregando-a ao mordomo.

Era uma foto, nela era possível ver uma jovem garota não mais do que quinze anos de idade, seus cabelos pretos reluziam ao sol tal qual os olhos castanhos brilhantes, na face um sorriso alegre enfeitava enquanto abraçava uma mulher não muito mais velha tão parecida que muitos pensariam que ambas eram irmãs. Alfred conhecia as duas, sua filha Jully e sua neta Andrea.

- A garota foi levada para o orfanato Srta. Claire. - O policial entregou uma segunda folha, um endereço. - Terá que buscá-la lá.

- Certo. Obrigado. - Alfred parecia aéreo, notou Bruce.

- Quer que eu vá com você? - Bruce estava preocupado, era a primeira vez que ele via o choque tomar conta de seu amigo.

- Não. Preciso fazer isso sozinho. - Comentou retirando o paletó preto do cabideiro.

Bruce apenas pôde observar enquanto o mordomo saia pela porta em direção a noite chuvosa de Gotham City, vendo-o assim foi inevitável não pensar em sua própria tragédia.

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Enquanto isso, do outro lado da cidade, Andrea observava a chuva pela janela do quarto temporário, o rosto molhado pelas lágrimas. Ela sabia que seria uma má ideia ir a Gotham City visitar o único homem que nunca fez questão de conhecê-la, mas sua mãe pensava de outra forma. E olha só o que aconteceu, sua mãe e avó morreram por culpa de um motorista bêbado e agora ela iria morar permanentemente com o único parente vivo que lhe restava.

Entre um suspiro e outro, a jovem ouviu uma das meninas que residiam no orfanato chamar através da porta fechada avisando-a que a diretora a aguardava. Tentando ao máximo se recompor ela saiu do quarto sendo guiada pela menina até a sala da diretora, ao chegar notou a porta aberta e entrou sem rodeios dentro do cômodo viu a diretora, uma mulher de face séria acompanhada por um homem alto de bigode fino e a cabeça lisa.

Ela o reconheceu de primeira, aquele era seu avô materno Alfred Pennyworth, o homem que nunca imaginou um dia vir a conhecer na vida. Lá estava ele olhando-a com uma expressão indecifrável, cautelosa Andrea se aproximou e mantendo o tom de voz disfarçadamente calmo a jovem cumprimentou.

- Boa noite, diretora. - A diretora apenas inclinou a cabeça em cumprimento.

Andrea então olhou para Alfred, os olhos castanhos sombreados por uma escuridão antes desconhecida por ela. Sem palavras. Era assim que ambos estavam no momento, o que pareceu um tanto quanto incomum para o velho homem já que sempre tinha frases reconfortantes ou motivacionais na ponta da língua distribuindo-as para quem precisasse. Ele apenas podia encarar a jovem a sua frente notando resquícios de lágrimas manchando a face dela, assim como a semelhança entre ela e sua filha falecida, Alfred quase acreditou estar vendo Jully quando era adolescente.

A Garota Pennyworth Kde žijí příběhy. Začni objevovat