05. Quer comer lámen comigo?

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Foi em prol desse buraco no peito que, a despeito da consciência responsável lhe dizendo que não deveria, atendeu a chamada assim que viu os caracteres "mãe" brilhando na tela do celular jogado sobre o banco do passageiro. Sentiu o coração se encolher num aperto caloroso assim que ouviu voz feminina do outro lado da linha. Não sabia como era possível uma simples melodia lhe causar tanto conforto, e duvidava que outra pessoa viesse um dia a causar a mesma sensação em si com tanta facilidade.

Estava saudoso. Tanto que, quando percebeu estar cada vez mais próximo da empresa, seus ombros caíram, numa reação física ao descontentamento.

— Mãe... Preciso desligar — avisou, pesaroso.

Mas já, meu príncipe? Não conversamos nem por dez minutos!

— Eu não podia nem ter atendido a ligação, dona Ga-eun — disse em tom divertido. — Estou trabalhando, esqueceu?

Esse seu chefe abusa demais da sua boa vontade, Jimin! Quase não consigo falar com você, isso é exploração! — exclamou, exasperada.

Jimin riu.

— Todo trabalho é fruto de exploração, mãe — brincou, manobrando o volante para entrar com o carro no estacionamento subterrâneo. Enquanto estacionava em uma das vagas disponíveis, mal prestou atenção na resposta que recebeu ao comentário anterior, mas esperou que Ga-eun terminasse de falar para repetir: — Preciso mesmo desligar, mamãe. Depois eu te ligo de novo, ok?

— Você nunca liga, Jimin. — Bufou, ainda desgostosa por não poder falar mais um pouco com o próprio filho. Era a primeira vez em quinze dias que conseguia se comunicar com ele e já teriam que encerrar!

— Dessa vez eu vou. Prometo.

Hm — murmurou. — É bom ligar mesmo, ouviu? Caso contrário, não há nada que me impeça de sair daqui e ir dar uns tapas nessa sua bunda de tanajura!

— Mãe! — Arregalou os olhos, incrédulo, mas rendeu-se ao riso logo em seguida. — Já disse para a senhora não falar da minha bunda!

Eu sou sua mãe, Park Jimin. Troquei suas fraldas e limpei seus vômitos, tive que lidar com a sensação horrorosa de achar uma revista imprópria na sua gaveta quando fez dezesseis anos...

— Tá, tá, tá, pode parar! Eu entendi!

Você compreende as coisas tão rápido, meu amor.

Jimin suspirou, mas o sorriso afável em seu rosto revelava nada além de afeto genuíno.

— Tchau, dona Ga-eun. Até breve.

Até, meu filho. Se cuida! Mamãe te ama!

— Eu também te amo.

Deslizou o polegar pela tela, dando fim à ligação. Permaneceu um minuto apreciando a sensação boa que se expandia no peito, mas movimentou-se antes que o peso da saudade se impusesse irreversível. Saiu do carro com a bolsa carteiro pendurada no ombro e uma papelada imensa nos braços. Ativou o alarme e seguiu caminho para o interior do prédio comercial, por meio do elevador.

Não demorou para chegar ao andar correspondente a sua sala. Colocou-se para fora do ascensor assim que as portas se abriram, dando visão do hall silencioso, assim como o corredor igualmente quieto. A secretária não estava ali, fazendo-o pressupor que tivesse ido ao banheiro ou, quem sabe, buscar um pouco de café (sempre a via com um copo da cafeteria na mão).

No entanto, embora o silêncio se sobrepusesse, conseguiu ouvir um burburinho disforme vindo da única sala do corredor esquerdo, seguido por um som uníssono de risadas.

EXCÊNTRICO • jjk + pjmحيث تعيش القصص. اكتشف الآن