Foi em prol desse buraco no peito que, a despeito da consciência responsável lhe dizendo que não deveria, atendeu a chamada assim que viu os caracteres "mãe" brilhando na tela do celular jogado sobre o banco do passageiro. Sentiu o coração se encolher num aperto caloroso assim que ouviu voz feminina do outro lado da linha. Não sabia como era possível uma simples melodia lhe causar tanto conforto, e duvidava que outra pessoa viesse um dia a causar a mesma sensação em si com tanta facilidade.
Estava saudoso. Tanto que, quando percebeu estar cada vez mais próximo da empresa, seus ombros caíram, numa reação física ao descontentamento.
— Mãe... Preciso desligar — avisou, pesaroso.
— Mas já, meu príncipe? Não conversamos nem por dez minutos!
— Eu não podia nem ter atendido a ligação, dona Ga-eun — disse em tom divertido. — Estou trabalhando, esqueceu?
— Esse seu chefe abusa demais da sua boa vontade, Jimin! Quase não consigo falar com você, isso é exploração! — exclamou, exasperada.
Jimin riu.
— Todo trabalho é fruto de exploração, mãe — brincou, manobrando o volante para entrar com o carro no estacionamento subterrâneo. Enquanto estacionava em uma das vagas disponíveis, mal prestou atenção na resposta que recebeu ao comentário anterior, mas esperou que Ga-eun terminasse de falar para repetir: — Preciso mesmo desligar, mamãe. Depois eu te ligo de novo, ok?
— Você nunca liga, Jimin. — Bufou, ainda desgostosa por não poder falar mais um pouco com o próprio filho. Era a primeira vez em quinze dias que conseguia se comunicar com ele e já teriam que encerrar!
— Dessa vez eu vou. Prometo.
— Hm — murmurou. — É bom ligar mesmo, ouviu? Caso contrário, não há nada que me impeça de sair daqui e ir dar uns tapas nessa sua bunda de tanajura!
— Mãe! — Arregalou os olhos, incrédulo, mas rendeu-se ao riso logo em seguida. — Já disse para a senhora não falar da minha bunda!
— Eu sou sua mãe, Park Jimin. Troquei suas fraldas e limpei seus vômitos, tive que lidar com a sensação horrorosa de achar uma revista imprópria na sua gaveta quando fez dezesseis anos...
— Tá, tá, tá, pode parar! Eu entendi!
— Você compreende as coisas tão rápido, meu amor.
Jimin suspirou, mas o sorriso afável em seu rosto revelava nada além de afeto genuíno.
— Tchau, dona Ga-eun. Até breve.
— Até, meu filho. Se cuida! Mamãe te ama!
— Eu também te amo.
Deslizou o polegar pela tela, dando fim à ligação. Permaneceu um minuto apreciando a sensação boa que se expandia no peito, mas movimentou-se antes que o peso da saudade se impusesse irreversível. Saiu do carro com a bolsa carteiro pendurada no ombro e uma papelada imensa nos braços. Ativou o alarme e seguiu caminho para o interior do prédio comercial, por meio do elevador.
Não demorou para chegar ao andar correspondente a sua sala. Colocou-se para fora do ascensor assim que as portas se abriram, dando visão do hall silencioso, assim como o corredor igualmente quieto. A secretária não estava ali, fazendo-o pressupor que tivesse ido ao banheiro ou, quem sabe, buscar um pouco de café (sempre a via com um copo da cafeteria na mão).
No entanto, embora o silêncio se sobrepusesse, conseguiu ouvir um burburinho disforme vindo da única sala do corredor esquerdo, seguido por um som uníssono de risadas.
![](https://img.wattpad.com/cover/347791875-288-k638288.jpg)
أنت تقرأ
EXCÊNTRICO • jjk + pjm
قصص الهواة[EM ANDAMENTO] Em uma noite regada por música alta e luzes escarlates, Park Jimin encontrou Jeon Jungkook, e foi como fogo ateado em gasolina. Ambos sentiram muito, e Jimin sentiu muito mais quando lhe deu as costas e foi embora sem maiores explicaç...
05. Quer comer lámen comigo?
ابدأ من البداية