𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 𝖊𝖑𝖊𝖛𝖊𝖓

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"...Você está na minha cabeça
E eu adoro mais a cada dia
Me perco sozinha no tempo
Só pensando em seu rosto..."
One and only - Adele

M𝐞𝐠𝐡𝐚𝐧 𝐖𝐨𝐨𝐝𝐰𝐚𝐫𝐝

Ligar para Liam foi um erro gigante, daqueles que dá vontade de bater a cabeça na parede de tanta burrice. Uma tolice sem tamanho, que só fez me colocar numa enrascada sem fim, fazendo com que ele pense que eu estava sentindo sua falta. Que convencido!

E eu estava mesmo sentindo sua falta, precisava escutar sua voz em meio a tantos papeis brancos.

Ele estava certíssimo, não levo jeito para mentiras. Começo a coçar os dedos assim que tento inventar algo. Minha mãe sempre desconfiou de mim, era só olhar para meus dedos e lá estava a prova do crime. Eu até tentava esconder com os braços para trás. Não adiantava, ela sabia. Nunca consegui me livrar desse hábito maldito. Apenas algumas pessoas próximas sabiam desse meu ponto fraco.

Fiquei chocada quando Liam pegou o celular e o laptop de última geração na gaveta. Tão óbvio, como se eu fosse realmente fugir das minhas obrigações, né? E admito, pedir para usar a impressora foi uma desculpa bem idiota. Sério, Meg, cadê sua massa encefálica aí dentro? Tô quase convencida de que não tem nada aqui dentro.

Depois de imprimir os documentos que o Sr. Liam Laurent precisa assinar... Tomei meus remédios, sem esquecer de nada, pois anotei todos os horários certinhos. E então, uma frase dele me veio à mente: "Podes muito bem andar pela casa".

Levanto-me da cadeira e prestes a fazer um tour pela casa lembrei de suas palavras novamente, na noite do meu pesadelo. Que ele me levaria para conhecer a casa. Mas sei que ele não cumpre nada do que promete ou diz. Desde quando confio em homens dessa maneira? Bem feito pra mim.

Me dirijo até a porta e a abro. Vou caminhando devagar, mesmo não sentindo muita dor. Vejo um corredor com inúmeras portas à frente, logo no fim uma janela grande com persianas cores beges e outras transparentes. Vou até a enorme janela para respirar um pouco o ar lá fora. 3, 6, 9... começo a contar quantos homens extremamentes altos eu vejo andando pela propriedade.

Algo agarra minha perna que de imediato eu me viro assustada. É Lolita. Meu coração quase saltou da boca. Um dia ela ainda vai me matar. Carente, se enrasca em meus pés miando.

"Shiu,"faço o sinal de silêncio para ela, que logo compreende. Se deita e começa a lamber seus pêlos macios e brancos.
Em umas das portas ouço um barulho, como um abrir e fechar gavetas. Ando um pouco na ponta dos pés até ver de quem se trata. Melanie. Era de imaginar. Está arrumando as gavetas de roupas masculinas. Bato na porta para entrar.

- Oi - cumprimento a latina.

- O que está fazendo aqui? Não deveria estar trabalhando no escritório? - Ela me pergunta com um olhar questionador. Sua voz parece irritada. Não sei se é a minha presença ou algo que aconteceu que a deixou dessa maneira.

- De quem é esse quarto? - Pergunto ignorando completamente sua indagação ao meu afazer.

- Para quê você quer saber? Daqui a pouco vai embora, e aliás não é da sua conta. Todos os quartos no andar de baixo são de empregados. Vai querer ser uma por acaso? - Que bruaca! Eu deveria dar um tapa bem no meio de seu rosto angelical. Que de "angel" não tem nada.

- Por que está falando comigo tão ríspida? O que foi que eu te fiz?
Ela ri irônica. O que me faz ficar de cabelos em pé.

- Você é tão idiota mesmo não é? Você não percebeu? Daqui a pouco você vai embora! Só pode ser cega e estúpida para não ver isso. Você não passa de uma secretária medíocre. Acha que ele vai te usar e depois colocar um anel em seu dedo? - Ela ri jogando a cabeça para trás. - Ele vai te descartar igual um papel de chiclete. Igual às outras e a mim. Tão ingênua... - ela sai pela porta como se estivesse em um tapete vermelho, triunfando. Olho para o teto absorvendo suas palavras venenosas. Ela pode estar certa. Sinto um ardor em meus olhos e lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.

Destined For Me Where stories live. Discover now